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Análise: Warhammer 40.000: Rogue Trader

Em especial se você gosta da lore de Warhammer

A desenvolvedora e editora Owlcat Games lançou o primeiro RPG da franquia Warhammer 40.000. O game trilha o caminho do combate tático no estilo XCOM. Será que esse estilo vai expandir mais ainda o universo da franquia? Confira o que achamos em nossa análise de Warhammer 40.000: Rogue Trader.

O game está disponivel para PC (via Steam, GoG, Epic Store), Xbox Series, PS5 e não possui legendas em PT-BR.

Em Warhammer 40.000: Rogue Trader tudo possui lore – Análise

Primeiramente, começamos o game podendo criar nosso personagem do zero, ou usar um dos arquétipos pré-prontos. Aqui já notamos como foi trabalhada bem a lore do universo onde o game acontece. Cada informação, história ou escolhas possui um texto explicando origem e função. Isso já agrada bastante e facilita com um porém que explorarei mais à frente.

Começamos a história dentro da Voidship, uma nave comandada pela Rogue Trader Theodora Von Valancius. Um cargo de grande prestígio e poder dentro do Império. Fomos convocados por ela sem sabermos o real motivo. No entanto, um motim acontece na nave e nos encontramos lutando pela nossa vida. Não vou aprofundar para evitar possíveis, mas a trama se desenvolve de uma forma bastante interessante.

Um outro detalhe interessante sobre o game é que praticamente tudo possui um background. Tanto com os personagens quanto características desse universo de Warhammer tem textos e mais textos contando sua história, origem etc. Em especial para quem gosta, vai encontrar um universo rico, personagens interessantes e complexos.

O que nos leva a outra característica muito interessante do game. Em diversos momentos nos será apresentado alguma escolha moral que influenciará em nosso “alinhamento”. Essas decisões afetaram diretamente os resultados assim como novos diálogos e decisões futuras. Por exemplo, em alguns momentos precisei tomar decisões onde eu poderia agir de forma herege, o que desagradaria alguns membros religiosos.

Por não ter tido a oportunidade de zerar o game – ainda – não posso afirmar se isso afeta o final. Porém, ainda assim já foi bastante interessante ver os resultados das minhas decisões a curto prazo.

Um universo bonito e limitado

Falando do seu visual, Warhammer 40.000: Rogue Trader segue a linha do “simples, mas agradável”. O game não conta com gráficos AAA, mas consegue ser bonito do seu jeito. O principal destaque vai para seus efeitos especiais. Explosões, raios, desmembramentos etc. Todos possuem efeitos bem-feitos e agradáveis.

O cenário e os personagens também não ficam de fora, porém aqui existem algumas falhas. A começar com as animações. Algumas ações não parecem condizer com a habilidade utilizada. Por exemplo, uma habilidade de tiro carregado é apenas um tiro mais brilhante, ou um golpe especial de espada que parece ser apenas um golpe.

Veja bem, não estou falando que é ruim, muito pelo contrário, exerce bem seu papel, mas achei muito simples para um jogo com essa qualidade geral. Outro detalhe que também não me agradou muito são os modelos dos personagens. Além de uma limitação grande, ao colocar um elmo/capacete, o personagem perde a maior parte da sua aparência como cabelo e até mesmo bigodes/barbas.

Somado a tudo isso, temos uma limitação grande de câmera, impedindo de ver as ações e os personagens mais de perto. Essa parte pega mais nas batalhas espaciais que são extremamente divertidas, porém com poucos detalhes a se apreciar.

Difícil de aprender, fácil de se jogar

Para quem gosta de RPG com combate em turnos, vai encontrar em Warhammer 40.000: Rogue Trader um banquete. O game possui um combate parecido com games como XCOM. A ordem de movimento é baseado na agilidade dos personagens e em cada turno podemos realizar ações e/ou movimentos. Elas podem ser executadas na ordem que preferirmos, porém algumas ações utilizam também o movimento, basicamente finalizando nosso turno. A parte divertida é que podemos fazer combinações de habilidades que nos permitem fazer dois ou mais ataques por rodada.

Também contamos com um combate no espaço. Nele controlamos apenas nossa nave enfrentando um ou mais adversários como piratas ou clãs rivais. Esse combate é bem similar ao terrestre, com a diferença que a movimentação da nave influência em seus ataques. Por exemplo, como em um navio, temos canhões de ambos os lados. Logo, precisamos posicionar as naves adversárias no ângulo que pretendemos fazer nosso ataque.

Além do combate, o game possui um sistema de exploração que remete aos RPGs de livro. Nesse modo, também precisamos aprimorar habilidades que facilitem a nossa vida. Como exemplo, encontramos diversas armadilhas em ambientes hostis. Para a evitarmos, precisamos de personagens no grupo com uma boa percepção, assim como habilidades em explosivos para aumentar a chance de desarmá-las. Isso também vale para outras bem características de RPG como persuasão, lockpick, comércio e atletismo.

Análise: Warhammer 40.000: Rogue

A língua pode ser uma barreira

O game possui uma dificuldade muito equilibrada com lutas mais fáceis a combates épicos com chefes enormes. O ambiente também influencia em nossa estratégia, possui objetos que explodem, coberturas destrutíveis e perigos como eletricidade. Devemos nos preocupar com esses obstáculos, mas também podemos usá-los ao nosso favor. Por exemplo, empurrar um adversário em uma superfície eletrificada, explodir uma cobertura para liberar a mira de outro personagem etc.

Análise: Warhammer 40.000: Rogue

Provavelmente, a parte mais complexa do game é entender os atributos e efeitos. Além das estatísticas base que quase todo RPG possui, como força, resistência, inteligência etc. Também temos habilidades passivas que são aumentadas de forma independente e/ou afetadas por esses atributos. No entanto, cada uma possui um pequeno texto que remete a outras habilidades também. Ou seja, temos um emaranhado de atributos que são afetados por outros atributos que causam outros efeitos e por aí vai.

No final, é até fácil se acostumar e dominar esse emaranhado para fazermos um build eficiente para os personagens. O problema é que como o game não possui tradução PT-BR, quem não possui habilidades com as outras línguas disponíveis no game, vai esbarrar com uma grande barreira.

Análise: Warhammer 40.000: Rogue

No espaço de Warhammer você pode ser ouvido

Talvez a parte que menos foi destaque em minha experiência com o game foi no seu áudio. Não que o game possua sons e trilhas ruins, apenas foi algo que não me chamou a atenção. Mas sim, a começar pela trilha sonora, o game possui algo competente que combinou bastante com sua ambientação. Mesmo que não se destaque, as músicas que o game possui são condizentes com os locais que exploramos. Assim como os efeitos sonoros, que não impressionam, mas cumprem muito bem sua função.

Já a dublagem do game, foi algo que me agradou mais. Além das vozes serem bem encaixadas com os personagens. Eles fazem constantes observações e comentários, tanto sobre o ambiente quanto provocações e reações em combate, deixaram o game mais “vivo”.

Análise: Warhammer 40.000: Rogue

Conclusão da nossa análise de Warhammer 40.000: Rogue Trader

Warhammer 40.000: Rogue Trader se provou um deleite para os fãs. Com uma lore completa e complexa, ele consegue agradar tanto quem gosta de história quanto quem gosta de jogabilidade. Infelizmente seu visual peca em alguns pontos, mas não deixa de cumprir seu objetivo. A jogabilidade possui complexidade e simplicidade em perfeita harmonia.

No entanto, vale reforçar que Rogue Trader é um game que não possui legenda, dublagem e nem interface em PT-BR. O que pode tornar o game extremamente complicado para quem não possui conhecimentos nas outras linguagens que o game entrega.

Essa análise de Warhammer 40.000: Rogue Trader segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Warhammer 40.000: Rogue Trader

Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 7

7.3

Bom

Warhammer 40.000: Rogue Trader é um game "obrigatório" para quem é fã de RPG com combate de turno estratégico. Além de trazer o nome de uma poderosa franquia, o game não deixa a desejar aos mais exigentes. Tanto na sua lore quanto em sua jogabilidade.

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Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

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