ANÁLISESNOTICIASPCREVIEWSVR

Análise: Resolva quebra-cabeças em tamanho família em Form

Desenvolvido e também publicado pelo estreante e singelo estúdio canadense Charm Games, Form é um que se intitula um “adventure narrativo”, um gênero que evoca pérolas como os jogos da Telltale ou o recente The Pillars of the Earth, da Daedalic. O grande diferencial de Form é que ele foi criado para ser jogado exclusivamente em aparelhos de realidade virtual com controles sensíveis ao movimento. Até então exclusivo para o HTC Vive, o jogo recentemente chegou à loja do Oculus Rift em toda sua glória e somente para os donos de um par de Touch Controls.

Incorporamos o Dr. Devin Eli, um brilhante físico e empregado de uma empresa de pesquisas global em uma base isolada no Alasca. A história se inicia durante uma noite de estudos de um misterioso artefato de origem desconhecida, o Obelisco (que na verdade se assemelha mais ao monólito de 2001: Uma Odisseia no Espaço), em que o jogador estabelece uma espécie de contato com o objeto de estudo e é teleportado para uma realidade surreal, rica em cores e formas geométricas absurdas.

Form

Existe muito pouca trama em Form. Devin possui uma namorada cuja presença se resume a uma voz que ecoa por sua cabeça e a uma foto em sua mesa de laboratório. Seu chefe e amigo também é uma figura que se limita a uma mensagem gravada na secretária eletrônica, sem maiores contatos ou possibilidades de interação. O foco de Form é completamente interno, no inconsciente de Devin e em suas memórias. Mas boa sorte em tentar extrair muito sentido do que está acontecendo, pois existem poucas dicas no jogo em si, com a maior parte dos detalhes sendo apenas sugerido ao jogador.

No que tange à jogabilidade, Form é inteiramente baseado na interação do jogador com os objetos do mundo, que, como já dito, possuem um formato geométrico óbvio. O jogador é capaz de manipular esses objetos para resolver quebra-cabeças, que normalmente consistem em encaixá-los em algum lugar. Também é possível ver seus pensamentos e interagir com uma bolha de texto que os representa (como em um quadrinho), o que não tem utilidade prática mas é divertido.

Form

Outros puzzles consistem em observar um painel através de uma lente especial que permite enxergar padrões invisíveis ao olho nu. Você segura um cetro com a lente em uma ponta e espia através dela – e o ato de segurar o objeto através do qual você é capaz de ver o mundo de maneira diferente tem realmente um ar de novidade, o que te envolve na experiência. Também existem quadros partidos em muitos pedaços cujas partes devem ser rearranjadas como em um quebra-cabeças literal. São desafios que já foram feitos antes, mas estão pela primeira vez inseridos no contexto da realidade virtual e de maneira divertida.

O jogo segue este mesmo padrão de quebra-cabeças até o último desafio, que consiste em manipular um objeto que lembra um arco de violino luminoso para dedilhar cordas musicais brilhantes que geram um som monumental. O resultado é música – que é alta e simples mas capaz de arrepiar o jogador com a imersão ímpar do aparelho de VR.

Form

Apesar da simplicidade no gameplay, Form não deixa transparecer sua repetitividade por sua curta duração. Levou-me apenas 3 horas para termina-lo sem pressa. E, de fato, o jogo parece bastante curto, mas o preço de R$ 28,00 na Steam o absolve desse “crime”, pelo menos um pouco.

Visualmente, o jogo é bonito, ainda que simples, como em todo o resto. Texturas bem trabalhadas, arestas suavizadas com Anti Aliasing e uma sensação de escala do mundo e de objetos grande o bastante para inseri-lo no mundo virtual do game. Pelo lado da trilha sonora as coisas são menos impressionantes – existem boas músicas mas são poucas, como a duração do próprio jogo.

Form

Form é fundamentalmente um jogo de puzzles, não obstante suas pretensões narrativas. É composto por quebra-cabeças que de fato funcionam e envolvem o jogador, não por serem particularmente bem bolados, mas por se tratarem de novidade na realidade virtual. É um jogo esteticamente simples, assim como o gameplay, mas que não deixa de ser admirável através das lentes do Oculus ou do Vive. Como uma primeira experiência de solução de quebra-cabeças para esses aparelhos, Form dá conta do recado, ainda que o faça de maneira simples e breve.

{{

game = [Form]

 

info = [Lançamento: 01/07/2017]

info = [Produtora: Charm Games]

info = [Distribuidora: Charm Games]

plataformas = [Oculus Touch e HTC Vive]

nota = [3/5]

decisão = [Puzzles simples e divertidos para seu VR]

texto = [Form é um respeitável pioneiro]

texto = [para um filão de puzzles para VR]

positivo = [Jogabilidade simples e eficiente]

positivo = [Desafio na medida]

 

negativo = [Curta duração]

negativo = [Enredo confuso]

 

}}

Pedro Nogueira

Formado em Administração e em GunZ: The Duel. Rei dos FPS e o Toretto dos jogos de corrida no site. O nerd/entusiasta do PC Master Race, responsável por análise de periféricos e hardware. Quebra um galho de streamer lá na twitch.tv/ultimaficha.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo