No próximo dia 18 de julho, os jogadores terão a oportunidade de mergulhar no mundo único e visualmente deslumbrante de SCHiM, a mais recente criação da dupla de desenvolvedores Ewoud van der Werf e Nils Slijkerman. Este jogo de plataforma e quebra-cabeça em 3D promete uma experiência inovadora, convidando os jogadores a explorar o mundo através das sombras. Mas será que SCHiM consegue equilibrar sua proposta artística com um gameplay envolvente? Confira isso e muito mais na nossa análise completa abaixo:
Premissa e Narrativa Silenciosas
SCHiM se baseia em um conceito simples, mas fascinante: você controla uma pequena criatura semelhante a um sapo, conhecida como “schim”, que vive nas sombras de um humano. Após um evento estressante que separa o schim de seu companheiro, você embarca em uma jornada para se reconectar, navegando por um mundo colorido usando apenas as sombras como seu caminho.
Esta premissa não só serve como base para o gameplay, mas também como uma metáfora poética para temas mais profundos de conexão e crescimento pessoal. A narrativa, embora simples, é contada de forma eficaz através de vinhetas visuais que mostram o crescimento e as mudanças na vida do humano ao longo do tempo.
A história de SCHiM é contada inteiramente sem diálogos, confiando em elementos visuais para transmitir a jornada do protagonista humano. Começamos vendo o crescimento de uma criança até a idade adulta, passando por momentos de alegria e dificuldade.
Embora este método de narrativa visual seja inicialmente cativante, ele acaba por não se aprofundar tanto quanto poderia. As lutas do personagem humano, como perder um emprego e buscar um novo caminho na vida, são retratadas de forma um tanto superficial, perdendo a oportunidade de uma conexão emocional mais profunda com o jogador.
Um Banquete Visual e Sonoro
Sem dúvida, o aspecto mais impressionante de SCHiM é sua apresentação visual. Os desenvolvedores optaram por um estilo minimalista, utilizando uma paleta de cores limitada que cria um contraste marcante entre luz e sombra. Esta escolha estética não só é agradável aos olhos, mas também serve perfeitamente ao conceito central do jogo.
As cidades e ambientes inspirados na arquitetura holandesa ganham vida através de animações expressivas e detalhes cuidadosamente elaborados. Cada nível é uma obra de arte em movimento, com pedestres, veículos e objetos criando um mundo dinâmico e credível.
A transição entre os níveis, que lembra um pouco o estilo visual da série Persona, adiciona uma camada extra de polimento à apresentação geral. É evidente que muito amor e atenção aos detalhes foram dedicados à criação deste mundo visualmente distinto.
Complementando perfeitamente os visuais, a trilha sonora de SCHiM cria uma atmosfera relaxante e contemplativa. As melodias suaves e ambientais se fundem harmoniosamente com os efeitos sonoros do jogo, como o satisfatório “bagulho de poça” produzido ao entrar e sair das sombras. Esta sinergia entre visual e áudio resulta em uma experiência quase meditativa.
Gameplay: Simplicidade é uma Faca de Dois Gumes
O cerne do gameplay de SCHiM gira em torno de saltar entre sombras, utilizando objetos, pessoas e até mesmo animais como plataformas para atravessar os níveis. Os controles são simples e responsivos, permitindo que o jogador se mova com fluidez pelo ambiente. A mecânica de um “salto extra” quando você erra uma sombra adiciona uma camada de perdão que torna o jogo acessível para jogadores de todos os níveis de habilidade.
No entanto, é nesta simplicidade que SCHiM encontra seu maior desafio. Enquanto os primeiros níveis são encantadores em sua novidade, o jogo luta para evoluir significativamente sua fórmula ao longo de sua duração de aproximadamente três horas.
Há momentos levemente mais complexos – como usar um semáforo para criar novas sombras, ou manipular objetos do ambiente para criar caminhos – mas estes são muito espaçados. A maioria dos níveis se resume a encontrar o caminho mais óbvio de sombra em sombra, com pouco em termos de desafio ou quebra-cabeças elaborados.
Rejogabilidade e Conteúdo Adicional
Esta falta de progressão na complexidade do gameplay faz com que a experiência comece a se sentir repetitiva após a primeira hora. Para jogadores que buscam desafios mais substanciais ou quebra-cabeças mais elaborados, SCHiM pode deixar a desejar.
Para aqueles que buscam mais desafios após completar a história principal, SCHiM oferece algumas opções adicionais. Há coletáveis espalhados pelos níveis e desafios desbloqueáveis no final do jogo, incluindo um modo que remove o salto extra de segurança.
Estes elementos adicionam algum valor de rejogabilidade, especialmente para jogadores que gostam de otimizar rotas e buscar a perfeição. No entanto, dada a simplicidade do gameplay central, é questionável se estas adições serão suficientes para manter o interesse da maioria dos jogadores a longo prazo.
Conclusão – Análise: SCHiM
SCHiM é, inegavelmente, uma experiência única. Seus visuais deslumbrantes, trilha sonora envolvente e premissa criativa o destacam como um título indie digno de nota. A atenção aos detalhes em cada ambiente e a fluidez das animações demonstram o cuidado e a paixão investidos em sua criação.
No entanto, o gameplay simplista e a falta de evolução nos desafios ao longo do jogo impedem SCHiM de atingir seu pleno potencial. Para muitos jogadores, especialmente aqueles que valorizam mais a estética e a atmosfera do que desafios complexos, SCHiM oferecerá algumas horas de entretenimento relaxante e visualmente gratificante.
Para outros, particularmente aqueles que buscam quebra-cabeças mais elaborados ou uma progressão mais significativa na dificuldade, o jogo pode se tornar monótono antes mesmo de chegar ao fim.
Em última análise, SCHiM é como uma bela pintura em movimento – agradável de se contemplar, mas talvez não tão envolvente quanto poderia ser se tivesse mais profundidade em seu gameplay. É um jogo que vale a pena experimentar pelo seu conceito único e apresentação impecável, mas que pode deixar alguns jogadores desejando algo mais.
Essa análise de SCHiM segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.
Visualmente bonito, mas simples demais
Nota - 7
7
Bom
SCHiM é uma obra de arte interativa que inova em estilo, mas tropeça em substância. Recomendado para entusiastas de jogos indies e aqueles que apreciam experiências mais contemplativas, mas talvez não para jogadores que buscam desafios mais complexos ou uma narrativa mais profunda.