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Análise: Space Marine 2

Uma grande evolução da franquia

Após mais de uma década de espera, Warhammer 40k: Space Marine 2 chega para responder às questões que ficaram em aberto no final do primeiro jogo em 2011. O Capitão Titus, protagonista da saga, deixou os jogadores intrigados com um desfecho repleto de incertezas.

Agora, com a evolução da fórmula original e uma imersão ainda mais profunda no vasto universo de Warhammer 40k, Space Marine 2 promete não apenas revisitar esses elementos, mas também explorar o destino do icônico Capitão Titus.

O Retorno de Titus e uma nova ameaça

A narrativa de Warhammer 40.000: Space Marine 2 começa com o Capitão Titus em uma missão crucial junto à Deathwatch, a unidade de elite dos Space Marines. Logo nos primeiros momentos, Titus se vê diante de uma tarefa potencialmente fatal, sugerindo uma espécie de penitência por eventos passados. O intervalo temporal entre o primeiro e o segundo jogo permanece envolto em mistério, deixando os jogadores intrigados sobre o que realmente aconteceu nesse período.

Após demonstrar heroísmo excepcional na missão inicial, Titus passa por um complexo processo de reconstrução e é reintegrado aos Ultramarines. Ele reassume seu papel na defesa do Imperium, agora enfrentando uma nova e ameaça: os Tiranídeos. Estes alienígenas, que funcionam como um enxame guiado por uma mente coletiva, emergem como os principais antagonistas dessa vez, com hordas gigantescas forçam o Imperium a uma luta desesperada pela sobrevivência.

A trama se desenrola principalmente em três planetas distintos: Kadaku, Avarax e Demerium. Cada um desses mundos apresenta desafios únicos e cenários que ressaltam o poder devastador e a ameaça constante dos Tiranídeos. Paralelamente, Space Marine 2 explora o passado enigmático de Titus, mantendo em segredo o tempo exato entre os eventos do primeiro e do segundo jogo, assim como os detalhes do processo que o trouxe de volta à ativa.

À medida que a história progride, os jogadores descobrem conexões com eventos anteriores e revelações surpreendentes sobre a força sobrenatural Chaos, principal ameaça do primeiro jogo. Cada missão é meticulosamente elaborada para aprofundar a narrativa, mantendo os jogadores sedentos por mais informações. A trama conecta muito bem o passado e o presente de Titus, criando uma narrativa que mantém o interesse do jogador do início ao fim.

Ambientação de Space Marine 2 é impecável

A ambientação de Warhammer 40k: Space Marine 2 é, sem dúvida, um dos elementos mais impressionantes do jogo. O vasto e rico universo de Warhammer 40k é meticulosamente recriado, respeitando profundamente sua lore e imergindo os jogadores em uma fusão de religião e tecnologia. Essa integração é visível em cada detalhe, desde as cidades e bases humanas até as estações espaciais e os próprios planetas. A ativação de máquinas, por exemplo, é frequentemente envolta em rituais religiosos, onde o avanço tecnológico é aliado a simbolismos como caveiras e escrituras sagradas, capturando perfeitamente a essência do universo Warhammer.

Fora isso, o jogo apresenta uma estética que combina elementos góticos, industriais e medievais, criando um mundo visualmente complexo. Cada nova missão, seja em uma cidade devastada ou em uma floresta densa, exibe um nível de detalhamento extraordinário, com gráficos absolutamente espetaculares. Os jogadores são constantemente imersos em cenários de guerra épicos, que retratam muito bem a luta desesperada da humanidade pela sobrevivência contra a ameaça dos Tiranídeos, que funcionam como uma praga devoradora de mundos. Eles transformam os ambientes por onde passam, criando áreas que evocam a estética do filme Alien, onde a própria paisagem parece viva e hostil.

Com relação ao som de Space Marine 2, ele complementa muito bem também a experiência visual. As trilhas sonoras que acompanham as batalhas são intensas e dinâmicas, reforçando a atmosfera de conflito constante. Junto a isso, os efeitos sonoros são igualmente bem construídos, reproduzindo o caos dos combates com explosões, gritos de guerra e o choque de armas em batalhas colossais.

Um desafio para o hardware moderno

Warhammer 40k: Space Marine 2 apresenta um ambiente visualmente deslumbrante, repleto de ação e de cenários intensamente detalhados. No entanto, como é comum em jogos que empurram os limites gráficos e de processamento, surge a questão: será que ele funciona bem em termos de desempenho?

A Saber Interactive, responsável pelo desenvolvimento dessa sequência, é reconhecida por seu trabalho em World War Z, onde se destacou pela capacidade de renderizar hordas massivas de zumbis na tela. Para Space Marine 2, a desenvolvedora adaptou sua engine própria, original feita para o jogo de zumbis, para renderizar um número gigantesco de Tiranídeos.

Esses enxames, compostos por centenas ou até milhares de inimigos simultâneos na tela, impressionam, mas exigem um poder de processamento muito grande. Isso impõe uma pressão considerável sobre qualquer hardware, seja em consoles como PS5 e Xbox Series X/S, ou em PCs de alto desempenho.

Em testes realizados no nosso PC equipado com 32 GB de RAM e um processador AMD Ryzen 7 5800X, deu para perceber de cara que o desempenho foi mais influenciado pela CPU do que pela GPU. Em muitos momentos, a utilização da CPU ultrapassou consistentemente 80%, enquanto o jogo consumia entre 20 e 22 GB de RAM, o que não é tão comum.

Ou seja, o impacto no desempenho não é diretamente relacionado à qualidade gráfica ou iluminação. Ajustes nas configurações de ultra para médio, ou a ativação do DLSS em diferentes modos (qualidade, equilíbrio ou performance), acabam não fazendo muita diferença em termos de desempenho, já que o fator determinante é a quantidade de inimigos na tela.

Utilizando uma GPU RTX 4070 Super, foi possível rodar o jogo em resolução 1440p com taxas de quadros oscilando entre 50 e 70 FPS, e uma média aproximada de 60 FPS instáveis.

É importante deixar claro que, embora o desempenho seja aceitável, ele não é ideal. A experiência de jogo é afetada por essas flutuações. Um melhor equilíbrio na quantidade de elementos simultâneos na tela poderia proporcionar uma performance mais estável, mas pelo menos até o momento, essa não é uma opção oferecida pelo jogo nas configurações.

Apesar dessas questões, é possível jogar Space Marine 2 com uma qualidade visual aceitável, mas é aconselhável ajustar as expectativas em termos de performance.

Space Marine 2 e seu gameplay tradicional

E falando sobre o gameplay de Space Marine 2, ele é bastante familiar para os veteranos da série, preservando a essência do primeiro título. As missões são jornadas monumentais, com fases que se estendem por aproximadamente uma hora, com alguns checkpoints estrategicamente posicionados.

O jogador lidera um grupo de três personagens, cada um desempenhando um papel vital na narrativa e trazendo consigo histórias pessoais ricas em traumas e desafios únicos. Um aspecto bastante positivo é a inteligência artificial dos companheiros, que diferentemente de muitos jogos, se destaca como um auxílio genuíno nas batalhas.

O arsenal à disposição do jogador inclui um conjunto básico de armas bem versáteis: uma arma principal, uma secundária, granadas e uma arma branca (que pode variar entre espada, martelo, faca ou espada-serra). Embora o jogo ofereça uma diversidade de armas com diferentes características de dano, alcance e cadência de tiro, o jogo não traz mudanças radicais no sistema de combate em comparação com o primeiro jogo.

Fora isso, o sistema de equipe foi melhorado pela capacidade dos companheiros de se reviverem mutuamente, o que ajuda muito em missões prolongadas, que são até bem segmentadas, oferecendo uma variedade de desafios que vão desde resistir a hordas de inimigos até defender estruturas.

Vale mencionar aqui, o ponto alto do jogo são os encontros com chefes. Todos eles são desafiadores e exigem estratégias específicas para serem superados, trazendo batalhas épicas.

Modos extras de jogo

No Space Marine original, lançado em 2011, a experiência era estritamente single player. Após concluir a campanha principal, o jogo terminava ali. No entanto, Space Marine 2 traz uma série de novidades para expandir a longevidade do jogo.

A principal adição é a opção de jogar a campanha principal em modo cooperativo com amigos, o que acrescenta uma nova camada de diversão, já que agora é possível enfrentar as hordas incontáveis de inimigos com outras pessoas.

E além do modo cooperativo na campanha principal, Space Marine 2 apresenta dois modos adicionais. O primeiro é o Modo Operações, que traz missões auxiliares que acontecem paralelamente à campanha principal. Durante a narrativa, os jogadores são informados sobre um segundo grupo de marines designado para apoiar sua missão. Enquanto o esquadrão principal, liderado pelo Capitão Titus, foca na missão central, esse grupo secundário executa tarefas de suporte cruciais, como distrair forças do Caos ou dos Tiranídeos.

O segundo é o Modo Guerra Eterna, que traz o multiplayer clássico. Por motivos óbvios, não pudemos testar esse modo antes do lançamento, mas ele inclui três variantes principais: Tomada de Território, Captura e Controle, e Aniquilação, além de trazer classes distintas que potencialmente vão permitir que os jogadores criem estratégias e até builds diferentes.

Space Marine 2 é uma ótima aventura

Warhammer 40k: Space Marine 2 é uma continuação que, de forma geral, impressiona e encanta, especialmente para os fãs do universo de Warhammer 40k e para aqueles que buscam uma aventura de ação bem elaborada. O jogo oferece uma narrativa rica e envolvente, com uma ambientação visualmente deslumbrante que captura a essência do universo gótico e sombrio de Warhammer 40k. As missões são desafiadoras e a jogabilidade, apesar de familiar, mantém-se envolvente e satisfatória.

A introdução de modos extras, como o cooperativo e o modo Guerra Eterna, adiciona valor e aumenta a rejogabilidade, oferecendo novas formas de explorar e aproveitar o jogo. A adição de missões auxiliares e o retorno da campanha com amigos são bem-vindas e oferecem novas dinâmicas à experiência.

No entanto, é importante destacar que a parte técnica do jogo apresenta algumas falhas. O desempenho pode ser um desafio, especialmente para jogadores com hardware mais exigente. O uso intensivo da CPU e a dificuldade em manter uma taxa de quadros estável podem ser um ponto de frustração para aqueles que buscam uma performance impecável. Apesar disso, o jogo ainda proporciona uma experiência bastante satisfatória, com uma jogabilidade envolvente e um visual impressionante.

Em suma, Warhammer 40k: Space Marine 2 é uma excelente escolha para quem deseja se aprofundar mais no universo de Warhammer 40k ou para aqueles que procuram uma aventura de ação robusta. Com uma narrativa envolvente, uma ambientação impressionante e modos extras que ampliam a diversão, é um título que merece ser explorado. Contudo, os jogadores devem estar cientes de que a performance pode ser um ponto a ser considerado, especialmente para aqueles que possuem expectativas altas em termos de fluidez e estabilidade.

Essa análise/review de Warhammer 40k: Space Marine 2 segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Novatos e fãs irão adorar

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 7.5

8.6

Ótimo

Warhammer 40k: Space Marine 2 é uma excelente escolha para quem deseja se aprofundar mais no universo de Warhammer 40k ou para aqueles que procuram uma aventura de ação robusta. Com uma narrativa envolvente, uma ambientação impressionante e modos extras que ampliam a diversão, é um título que merece ser explorado. Contudo, os jogadores devem estar cientes de que a performance pode ser um ponto a ser considerado, especialmente para aqueles que possuem expectativas altas em termos de fluidez e estabilidade.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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