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Análise: Metaphor: ReFantazio

A obra prima da Atlus chegou

O que esperar de uma nova propriedade intelectual desenvolvida pelas mentes brilhantes por trás de Persona 3, 4 e 5? Metaphor: ReFantazio é a resposta da Atlus a essa pergunta, um ambicioso RPG de fantasia medieval dirigido por Katsura Hashino. Há anos, o projeto foi brevemente apresentado com uma única imagem enigmática, prometendo uma experiência totalmente inédita no gênero de fantasia. Após um longo período de silêncio, em 2023, a Atlus finalmente revelou um trailer completo, reavivando o interesse dos fãs.

Pela primeira vez, a renomada equipe criativa se aventura além dos universos de Persona e Shin Megami Tensei. A grande questão que paira é: Metaphor conseguirá manter o padrão de excelência estabelecido pelos títulos anteriores do P Studio? Nossa análise aprofundada busca responder a essa pergunta, explorando todos os aspectos deste aguardado lançamento.

Uma luta por igualdade e justiça

Metaphor: ReFantazio se desenrola em um mundo de fantasia medieval único e intrigante. Neste universo, a diversidade racial é fonte de profunda tensão social, com o racismo permeando todas as camadas da sociedade. Indivíduos de determinadas raças são frequentemente marginalizados, relegados à desconfiança ou à miséria, enquanto aqueles que compartilham a linhagem do rei desfrutam de privilégios da nobreza.

Em meio a este cenário de desigualdade e preconceito, uma tragédia abala o reino: o monarca é assassinado por seu mais poderoso guerreiro. Com o trono vago, um improvável herói emerge – um jovem elda, membro da raça mais discriminada deste mundo. Acompanhado por uma fada, ele se vê diante de uma missão desafiadora que o colocará em rota de colisão com o regicida, numa disputa pela coroa de um reino sem herdeiros.

A narrativa de Metaphor vai além de uma simples trama de ascensão ao poder. É uma história densa, repleta de nuances, que se aprofunda em temas como identidade, preconceito e o peso das expectativas sociais. O jogo apresenta um elenco diversificado de personagens memoráveis, cada um com uma profundidade psicológica notável. Diferentemente da série Persona, onde muitos arcos de personagens orbitam em torno do protagonista, aqui cada indivíduo possui uma jornada própria e independente, contribuindo para a riqueza e complexidade do universo do jogo.

A equipe de desenvolvimento demonstrou um cuidado meticuloso na criação deste mundo, introduzindo nomenclaturas originais para raças e conceitos-chave. Essa atenção aos detalhes confere ao jogo uma identidade única e imersiva, distanciando-o de clichês comuns do gênero de fantasia.

Inspirado nos aclamados Social Links de Persona, Metaphor incorpora um sistema similar chamado “Seguidores”. Esta mecânica permite ao jogador aprofundar-se nas histórias de personagens secundários, fortalecendo laços e desbloqueando benefícios tangíveis para o combate e a exploração.

Arquétipos

Enquanto Persona explora o conceito de “personas” como manifestações ocultas da verdadeira essência de um indivíduo, Metaphor: ReFantazio inova ao introduzir o conceito de “arquétipos”. Baseado na psicologia junguiana, onde arquétipos são padrões universais de comportamento associados a papéis sociais, o jogo adapta essa ideia de forma brilhante para seu universo.

Em Metaphor, os arquétipos são apresentados como poderes misteriosos, manifestações das habilidades de antigos reis, cada um especializado em um estilo de combate específico. Essa abordagem cria uma ponte fascinante entre a psicologia e os elementos típicos de RPGs, com os arquétipos correspondendo a classes clássicas como mago, curandeiro e atirador, entre outros.

O sistema de arquétipos oferece uma flexibilidade sem precedentes na composição da equipe. Os jogadores têm a liberdade de atribuir qualquer arquétipo a qualquer personagem, desde que certos requisitos sejam atendidos – uma tarefa geralmente acessível. Esta mecânica não só amplia as possibilidades estratégicas, mas também permite uma personalização profunda da experiência de jogo.

A capacidade de alternar arquétipos como se fossem equipamentos abre um leque de opções táticas. Os jogadores são frequentemente incentivados a reconfigurar sua equipe, experimentando novas combinações para superar desafios específicos. Essa dinâmica mantém o gameplay fresco e envolvente, recompensando a criatividade e a adaptabilidade do jogador.

Combate de turnos ou de ação?

O sistema de combate de Metaphor: ReFantazio, inicialmente um enigma após o lançamento do primeiro trailer, revela-se como uma fusão inovadora de ação em tempo real e estratégia por turnos. Esta abordagem híbrida oferece uma experiência de jogo dinâmica e envolvente.

O combate livre permite ao jogador realizar até três ataques consecutivos contra os inimigos, afetando tanto sua vida quanto seu vigor. Ao esgotar a barra de vigor do oponente, cria-se uma oportunidade estratégica crucial: o inimigo fica vulnerável, desencadeando a transição para o modo de combate tático por turnos. Nesta fase, o inimigo já inicia com danos acumulados do combate livre. Para oponentes mais fracos, essa transição pode resultar em derrota imediata, economizando tempo e mantendo o ritmo do jogo.

No modo tático, os jogadores têm acesso a um arsenal diversificado de comandos. Além dos ataques padrão com armas, é possível utilizar habilidades específicas dos arquétipos, incluindo magias e golpes especiais. O sistema também incorpora opções defensivas como bloqueio, uso de itens e a possibilidade de passar o turno para outro personagem. Embora reminiscente do combate em Persona, este sistema apresenta otimizações significativas que elevam a experiência.

Um aspecto notável é a relação entre arquétipos e armamento. Cada mudança de arquétipo altera automaticamente a arma do personagem, embora esta troca esteja restrita ao menu fora do combate. Esta limitação adiciona uma camada extra de planejamento estratégico antes das batalhas.

As dungeons em Metaphor seguem a fórmula bem-sucedida estabelecida pela série Persona, mas com uma expansão significativa. Além das dungeons principais da trama, o jogo oferece uma variedade de dungeons secundárias ligadas a missões paralelas. Estas áreas extras apresentam cenários únicos, inimigos distintos e desafios específicos, enriquecendo substancialmente a diversidade do gameplay e a exploração do mundo do jogo.

Gráficos, trilha sonora e desempenho

Metaphor: ReFantazio herda o DNA estilístico de Persona 5 e Persona 3 Reload, mas introduz uma distinção marcante em sua direção de arte. O visual apresenta uma textura suavizada, evocando a estética das pinturas do Alto Renascimento. Esta abordagem confere ao jogo uma atmosfera única, mesclando o familiar com o inovador. A interface do usuário (HUD) incorpora engenhosamente referências às obras icônicas de Leonardo da Vinci, como o Homem Vitruviano, integrando elementos clássicos ao design moderno do jogo.

A trilha sonora de Metaphor é um triunfo auditivo, destacando-se mesmo em um ano repleto de jogos aclamados por suas composições. Ouso afirmar que Metaphor apresenta uma das melhores trilhas sonoras de 2024. A música não apenas complementa a experiência de jogo, mas se integra perfeitamente à narrativa e ao ambiente, trazendo emoções profundas nos jogadores. Cada faixa parece cuidadosamente elaborada para intensificar a imersão e ressoar com os momentos-chave do jogo.

Em termos de desempenho técnico, Metaphor: ReFantazio demonstra uma excelência geral, com apenas algumas pequenas ressalvas. O jogo mantém uma fluidez consistente na maior parte do tempo, proporcionando uma experiência visual suave. Contudo, observam-se quedas momentâneas na taxa de quadros em situações específicas. Essas ocorrências são mais notáveis durante cenas de chuva na cidade principal, especificamente na área comercial, ao acessar menus de lojas. Embora perceptíveis, essas breves flutuações na performance são rapidamente normalizadas e não comprometem significativamente a experiência geral do jogador.

Conclusão da análise de Metaphor: ReFantazio

Metaphor: ReFantazio é uma obra-prima que impressiona do início ao fim, destacando-se em todos os aspectos. O jogo alcança a excelência em sua construção, desde os visuais deslumbrantes e a trilha sonora marcante até o gameplay envolvente e a narrativa visceral e cativante.

Embora carregue o legado genético de Persona, Metaphor eleva e aprimora brilhantemente os elementos já consagrados da série. A otimização do sistema de calendário é particularmente notável, permitindo que os jogadores participem de eventos dos Seguidores enquanto simultaneamente desenvolvem os atributos sociais do protagonista, maximizando o aproveitamento dos dias.

O sistema de combate oferece desafios estimulantes, com batalhas contra chefes que se destacam por sua intensidade e memorabilidade. O bestiário do jogo é impressionante, apresentando uma gama de inimigos que vão do épico ao horripilante, evocando a atmosfera inquietante característica de Shin Megami Tensei e reforçando a herança do estúdio.

Metaphor: ReFantazio transcende a classificação de um simples JRPG. É uma obra-prima meticulosamente lapidada ao longo de anos, que concentra toda a expertise acumulada pelo P Studio para criar uma experiência completamente nova e revolucionária. Em suma, podemos considerar Metaphor como o “Elden Ring dos RPGs de turno”, estabelecendo um novo padrão de excelência e inovação no gênero.

Este título não apenas atende às expectativas dos fãs de longa data do estúdio, mas também estabelece novos patamares para o que um RPG moderno pode alcançar. Metaphor: ReFantazio é um testemunho do poder da criatividade e da habilidade técnica, oferecendo uma experiência de jogo que certamente deixará uma marca duradoura na indústria.

Essa análise/review de Metaphor: ReFantazio segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Essa é a maior obra da Atlus

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 10

10

Perfeito

Metaphor: ReFantazio consegue se destacar com a sua excelência. Toda a experiência do P Studio é colocado a prova com esse título que consegue marcar graças a sua jogabilidade incrível juntamente de belos gráficos, trilha sonora marcante e narrativa surpreendente.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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