Análise: Squirrel With a Gun
Quando a premissa dá completamente errado
Lançado em 29 de agosto para PC, Squirrel With a Gun chegou com a proposta de ser um sandbox irreverente onde controlamos literalmente um esquilo armado causando caos em um subúrbio americano. Desenvolvido pela Dee Dee Creations e publicado pela Maximum Entertainment, o jogo prometia diversão descompromissada e momentos hilariantes. Infelizmente, após algumas horas de jogo, fica claro que Squirrel With a Gun não consegue sustentar sua premissa inicial, resultando em uma experiência frustrante e superficial. Se você quer entender o porquê e saber mais detalhes sobre o jogo, confira a nossa análise completa abaixo:
Gameplay: Simplicidade Excessiva
O conceito central de Squirrel With a Gun é intrigante: um pequeno roedor armado até os dentes enfrentando agentes do governo e aterrorizando civis. No entanto, a execução dessa ideia deixa muito a desejar. O gameplay se resume basicamente a correr, pular e atirar, sem muita variedade ou profundidade.
O combate, que deveria ser um dos pontos altos do jogo, acaba sendo monótono e repetitivo. Os inimigos, em sua maioria agentes genéricos vestidos de terno, oferecem pouca resistência e não apresentam variedade tática. As armas, embora variadas (de pistolas a lançadores de foguetes), não trazem sensações distintas de uso, tornando-se rapidamente indistinguíveis entre si.
As missões e objetivos também pecam pela falta de criatividade. Coletar nozes douradas e realizar tarefas simples para os moradores do bairro se torna tedioso após as primeiras horas. A ausência de uma narrativa envolvente ou de personagens memoráveis contribui para a sensação de vazio que permeia toda a experiência.
Gameplay: Simplicidade Excessiva
Um dos maiores problemas de Squirrel With a Gun é sua incapacidade de entregar o humor prometido. O jogo se apoia fortemente na ideia de que ver um esquilo empunhando armas é o suficiente para deixar o jogo engraçado, mas falha em construir situações verdadeiramente cômicas além desse conceito inicial.
As interações com os NPCs, por exemplo, são robóticas e completamente sem personalidade. Os encontros com os personagens beiram a vergonha alheia em alguns momentos, se resumindo a situações óbvias e previsíveis em muitos momentos. Mesmo as animações especiais de finalização, que deveriam ser um ponto alto, tornam-se repetitivas rapidamente devido à limitada variedade.
Mundo Aberto Limitado
O cenário suburbano onde se passa a ação de Squirrel With a Gun é pequeno e bastante vazio. As casas são praticamente idênticas, com interiores pouco detalhados e sem muito para explorar. A falta de variedade nos ambientes contribui para a sensação de monotonia que permeia toda a experiência.
Fora isso, as possibilidades de interação com o cenário são limitadas, desperdiçando o potencial de um sandbox protagonizado pelo pequeno roedor. Faltam oportunidades criativas para usar o tamanho do protagonista em conjunto com as armas para criar situações únicas e divertidas.
Problemas Técnicos
Apesar de utilizar a Unreal Engine 5, Squirrel With a Gun sofre com diversos problemas técnicos que prejudicam a experiência. O jogo é extremamente exigente em termos de hardware, mesmo em PCs de alto desempenho, o que resulta em quedas frequentes de framerate e stuttering.
A física dos objetos e personagens é inconsistente, com o esquilo frequentemente ficando preso em geometria ou atravessando objetos sólidos. Crashes não são incomuns, especialmente durante transições entre áreas ou em momentos de ação mais intensa.
O Único Ponto Positivo: Iluminação Impressionante
Se há algo que se destaca positivamente em Squirrel With a Gun, é sua iluminação. Graças ao uso do sistema Lumen da Unreal Engine 5, o jogo apresenta uma qualidade de iluminação verdadeiramente impressionante. As sombras dinâmicas, reflexos e efeitos de luz indireta dão uma atmosfera relativamente realista ao cenário suburbano.
No entanto, esse aspecto visual avançado vem com um custo alto em termos de desempenho. Mesmo em hardware de ponta, manter framerates estáveis é um desafio constante, forçando muitos jogadores a reduzir configurações gráficas para obter uma experiência mais fluida.
Conclusão: Uma Oportunidade Desperdiçada
Para concluir essa análise, eu posso dizer tranquilamente que Squirrel With a Gun tinha potencial para ser uma adição divertida e única ao gênero de sandboxes malucos, seguindo os passos de títulos como Goat Simulator e Untitled Goose Game. Infelizmente, o resultado final é um jogo superficial, repetitivo e tecnicamente problemático que falha na sua premissa.
A falta de variedade no gameplay, o humor forçado e sem graça, e as limitações do mundo aberto tornam difícil recomendar Squirrel With a Gun mesmo aos fãs de jogos nonsense. A impressionante iluminação proporcionada pela Unreal Engine 5 não é suficiente para compensar as diversas falhas do jogo.
É uma pena ver uma ideia tão promissora resultar em um produto tão aquém das expectativas. Talvez com mais tempo de desenvolvimento e uma abordagem mais focada no humor situacional e na criatividade das mecânicas, Squirrel With a Gun pudesse ter se tornado o cult hit que sua premissa sugeria. No estado atual, porém, é difícil não ver o jogo como uma oportunidade desperdiçada.
Essa análise/review de Squirrel With a Gun segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.
Um jogo aquém do esperado
Nota - 5.5
5.5
Fraco
Squirrel With a Gun promete uma experiência sandbox irreverente com um esquilo armado, mas falha em entregar diversão duradoura devido a gameplay repetitivo, humor forçado e problemas técnicos. Apesar da impressionante iluminação proporcionada pela Unreal Engine 5, o jogo sofre com falta de profundidade, missões sem criatividade e um mundo aberto limitado, resultando em uma oportunidade desperdiçada de criar um título memorável no gênero de simuladores malucos.