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Análise: UNKNOWN 9: Awakening

Se vingue do seu maior inimigo, tendo o Umbral do seu lado

Unknown 9: Awakening representa a mais recente aposta da Bandai Namco em parceria com o estúdio Reflector Entertainment. Este é o primeiro projeto conjunto desde a aquisição do estúdio pela distribuidora japonesa. Como uma propriedade intelectual (IP) totalmente inédita e bastante distinta dos principais lançamentos da Bandai Namco, o título desperta curiosidade entre os jogadores quanto à sua qualidade. Interessado em saber mais sobre o jogo? Continue lendo nossa análise de Unknown 9: Awakening.

Explore o Umbral para alcançar os seus objetivos

Unknown 9: Awakening narra a história de Haroona, uma Quaestor – indivíduo capaz de adentrar uma dimensão conhecida como Umbral. A trama segue uma clássica narrativa de vingança, desencadeada quando os Ascendentes, uma facção que almeja utilizar o Umbral para fins próprios, assassinam alguém importante para a protagonista.

Ambientado na Índia, o jogo apresenta cenários e costumes raramente explorados no universo dos videogames, oferecendo um vislumbre fascinante da história e cultura local. Infelizmente, essa riqueza cultural não é aprofundada, assim como os personagens secundários carecem de desenvolvimento. Isso resulta em Haroona emergindo como a única personagem com uma narrativa bem estruturada e carisma notável.

Contudo, mesmo a protagonista não se destaca como uma presença verdadeiramente memorável. O roteiro a confina excessivamente à sua busca por vingança, entregando uma personalidade que ecoa estereótipos comuns em personagens femininas nesse papel. Consequentemente, Haroona por vezes traz a sensação de déjà vu, parecendo familiar demais aos olhos do jogador.

Stealth é o ponto forte de Unknown 9: Awakening

Em Unknown 9: Awakening, os jogadores utilizam os poderes de Haroona para enfrentar inimigos ao longo da jornada. A jogabilidade se estrutura em três pilares fundamentais: furtividade (stealth), combate direto e batalhas contra chefes.

O sistema de furtividade referencia os jogos do final da década de 2000, particularmente do auge da série Assassin’s Creed. A abordagem sorrateira é primordial, exigindo que o jogador se movimente agachado para neutralizar inimigos silenciosamente.

Embora a furtividade seja a tática principal, os poderes de Quaestor de Haroona oferecem alternativas estratégicas. O cenário está repleto de elementos interativos como bombas, canos de gás e objetos inflamáveis, que podem ser acionados arremessando inimigos contra eles ou ativando-os à distância.

Uma habilidade notável de Haroona é a capacidade de incorporar-se temporariamente em outros seres. Isso permite ao jogador controlar um inimigo por vez, forçando-o a atacar aliados ou interagir com objetos perigosos. Após determinar as ações do inimigo possuído, as consequências se desenrolam, possibilitando eliminar ou enfraquecer os oponentes.

O arsenal de Haroona inclui ainda outras habilidades cruciais: invisibilidade temporária para evasão, bombas sonoras para distração e uma visão especial do Umbral que destaca inimigos, objetos e colecionáveis.

O combate direto incorpora as habilidades mencionadas, com ênfase na possessão para eliminar oponentes rapidamente. Haroona dispõe de dois tipos de ataques: uma sequência de socos para dano físico ou quebra de defesa (com golpe carregado), e ataques de médio alcance utilizando o Umbral, que drenam o vigor dos inimigos, deixando-os vulneráveis à finalização.

Apesar do potencial, o sistema de combate apresenta falhas significativas. Os golpes têm alcance demasiadamente curto, resultando em ataques frequentemente errados. Além disso, os ataques não interrompem as ofensivas inimigas, enquanto Haroona é facilmente interrompida por qualquer dano recebido.

A câmera também prejudica a experiência de combate, com um sistema de target que perde o alvo dos inimigos ou posiciona a câmera de forma desfavorável.

As batalhas contra chefes, que deveriam ser o ápice da ação, sofrem de problemas semelhantes aos do combate regular. Embora enfrentem inimigos mais poderosos, estas batalhas carecem de carisma e emoção, resultando em confrontos tediosos e espaçados.

O jogo oferece um sistema de progressão baseado em esferas energéticas espalhadas pelos cenários. Ao coletá-las, o jogador ganha pontos de habilidade para desbloquear novas capacidades, tanto para combate quanto para furtividade. Este sistema substitui o tradicional aumento de nível, funcionando como um colecionável essencial para expandir o leque de opções estratégicas do jogador.

Gráficos, áudio e desempenho

O aspecto visual de Unknown 9: Awakening apresenta uma contraste perturbador. Embora alguns cenários sejam verdadeiramente deslumbrantes, a construção geral do jogo deixa a desejar em diversos aspectos. Os modelos dos personagens parecem anacrônicos, com expressões faciais pouco convincentes que falham em transmitir emoções autênticas. Isso é particularmente notável em Haroona, cuja aparência, inspirada em Anya Chalotra (Yennefer da série The Witcher da Netflix), frequentemente exibe uma expressão imutável.

A qualidade gráfica é inconsistente ao longo do jogo. Em certos ambientes, as linhas poligonais são claramente visíveis, comprometendo a imersão. A representação da água é especialmente problemática, aparentando ser sólida e estática, em vez de fluida e dinâmica. Inclusive, em inúmeras cenas notamos a carência de elementos cruciais como sombras e pegadas, resultando em uma desconexão visual entre os personagens e o ambiente. Esta falha cria a impressão de que os personagens estão flutuando, em vez de integrando organicamente com o terreno.

No quesito áudio, o jogo apresenta um desempenho mais satisfatório. Apesar de ocasionais distorções sonoras, a qualidade geral é boa. A trilha sonora merece destaque especial, incorporando elementos da cultura indiana em suas melodias, o que enriquece a atmosfera e reforça as tradições regionais retratadas no jogo.

O desempenho técnico de Unknown 9: Awakening é outro aspecto que suscita preocupações. A taxa de quadros por segundo frequentemente fica aquém dos desejados 60 fps, comprometendo a fluidez. Além disso, o jogo é afetado por uma série de problemas mecânicos pontuais, mas significativos. Falhas no sistema de movimentação, como a incapacidade de realizar saltos automáticos entre plataformas ou subir degraus estreitos, são evidentes. As animações de inimigos derrotados mostram-se peculiares e pouco naturais. Inconsistências nas mecânicas de jogo também são perceptíveis, exemplificadas pela bomba sonora que falha em atingir o alvo devido a obstáculos aparentemente insignificantes, como a vegetação.

Estes problemas técnicos e visuais, embora possam parecer menores individualmente, acumulam-se para criar uma experiência que por vezes se distancia do nível de polimento esperado de um título atual.

Conclusão da análise de Unknown 9: Awakening

Unknown 9: Awakening apresenta conceitos e ideias inovadoras para o mercado de jogos, demonstrando potencial criativo. No entanto, sua execução deixa a desejar, com diversos problemas técnicos que comprometem a experiência geral. Embora a narrativa introduza elementos originais, acaba por se render ao clichê da vingança, perdendo a oportunidade de explorar plenamente suas premissas únicas.

A jogabilidade revela-se particularmente problemática no que diz respeito ao combate direto, que se mostra insatisfatório e pouco refinado. Consequentemente, a abordagem furtiva emerge como a opção mais viável e gratificante. Contudo, mesmo o sistema de stealth não está isento de falhas que podem prejudicar a imersão do jogador.

Apesar de suas deficiências, Unknown 9: Awakening oferece uma experiência que pode ser interessante para jogadores dispostos a explorar o conceito do Umbral. O sistema de furtividade proporciona momentos de diversão, com destaque para a mecânica de possessão, que se mantém envolvente do início ao fim do jogo.

Para resumir, Unknown 9: Awakening é um título que requer aprimoramentos significativos em diversos aspectos. No entanto, para aqueles que estão dispostos a tolerar suas imperfeições, o jogo pode oferecer uma jornada única, ainda que imperfeita, através de um mundo repleto de possibilidades devido aos inúmeros poderes de Haroona.

Essa análise/review de Unknown 9: Awakening segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Ótimo stealth, mas poderia ser melhor como um todo

Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 7
Diversão - 6
Áudio e trilha-sonora - 7
Narrativa - 6

6.4

Mediano

Unknown 9: Awakening tem ótimas ideias, mas acaba pecando na execução delas, fazendo com que o jogo não aproveite todo o potencial que ele poderia alcançar.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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