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Análise: Voidwrought

Um mergulho visual em horrores cósmicos, com potencial imenso mas desafios pouco explorados.

Voidwrought é um novo jogo no gênero Metroidvania que traz uma proposta ousada, misturando uma estética desenhada à mão com um mundo meio “cosmic horror”, no estilo Hollow Knight. Desenvolvido pelo estúdio sueco Powersnake, o jogo se destaca visualmente, apresentando uma atmosfera rica e sombria. A ideia de explorar um mundo cheio de mistérios e criaturas grotescas, enquanto desvendamos o enredo através de um estilo meticuloso e cuidadoso, chama a atenção – apesar de não ser perfeito como detalhado em nossa análise.

Narrativa e História

A narrativa de Voidwrought é construída em torno de um protagonista sem nome, um guerreiro de forma mutável, cuja missão é despertar e purificar o templo de deuses falsos. No entanto, diferente de muitos jogos do gênero que mergulham o jogador em uma história profunda e envolvente, Voidwrought opta por um enredo mais indireto, priorizando a construção do mundo ao invés da narrativa que seja fácil de seguir e que empolgue. A motivação para explorar e enfrentar inimigos vem da necessidade de obter habilidades para avançar. Ainda que o jogo forneça uma história de fundo minimamente interessante, faltam detalhes narrativos que tragam um sentido maior de urgência ou emoção.

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Os biomas desbloqueados ao longo da aventura são ricos em elementos de lore e conseguem criar uma sensação de mundo ancestral e misterioso. No entanto, a ausência de um desenvolvimento mais claro na história deixa a narrativa vaga, dificultando uma conexão emocional mais forte. Para os fãs de Metroidvania, isso pode ser uma decepção, uma vez que o enredo serve mais como um fio condutor do que como um elemento motivador.

Muitas vezes em jogos do gênero, as falas dos personagens podem te direcionar ou te dar dicas de onde você deve prosseguir. Em Voidwrought me senti meio que procurando lugares onde minha nova habilidade poderia ser usada. Tentativa e erro, sem muito contexto.

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Qualidade Gráfica e Sonora

Voidwrought entrega uma qualidade visual impressionante. Cada quadro parece cuidadosamente desenhado à mão, com detalhes que enriquecem o ambiente e trazem profundidade ao universo do jogo. A combinação de referências estéticas, que variam entre elementos que remetem a antepassados meio egípcios, ao filme Alien, sci-fi em geral, cria uma ambientação única que prende o jogador a cada novo bioma encontrado. Até por isso o jogo lembra muito os traços de Hollow Knight, creio eu que não de forma ocasional, já que este é um dos maiores símbolos e exemplo de metroidvanias da atualidade.

A trilha sonora é, sem dúvida, um dos pontos mais altos de Voidwrought. Os efeitos sonoros e a música imersiva complementam a atmosfera de mistério e perigo constante, elevando a experiência. Não sei se foi algo pessoal mas as músicas do jogo me remeteram muito a franquia Diablo, trazendo muitas vezes uma música mais tranquila e melancólica.

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Jogabilidade

A jogabilidade de Voidwrought é, em sua maior parte, satisfatória, especialmente na movimentação e nas mecânicas de combate. O protagonista se move com precisão, e os saltos e deslizes pelo cenário são executados com facilidade. No entanto, apesar do mapa amplo e das oportunidades de exploração, o jogo oferece poucas seções de plataforma complexas, o que poderia adicionar um nível extra de desafio para os jogadores (principalmente os que amam plataforma como eu). Em vez disso, a exploração é focada em derrotar inimigos e desbloquear habilidades para progredir.

O combate, por outro lado, peca na variedade. Embora existam várias habilidades e artefatos que podem ser usados para ataques à distância e efeitos de área, a maioria dos inimigos pode ser derrotada com golpes simples. A personalização através de relíquias e almas, embora extensa, acaba por não fazer muita diferença no combate, pois os inimigos comuns raramente oferecem uma resistência significativa.

Por boa parte do jogo acabei usando mais a habilidade que aumenta meu poder de ataque, ja que eu preferia me movimentar mais rápido do que esperar a animação de outras skills.

O grande desafio de Voidwrought está nos seus chefes e nos momentos de ordas de inimigos. Aqui sim você terá que usar bem seus recursos de recuperação de vida e bastante do ataque de cima pra baixo, para fuigir de ataques e grupos de inimigos. Básicamente você ficará explorando o mundo até chegar no próximo chefe.

Como último e importante ponto sobre a jogabilidade, vale lembrar que quando você morre, não há ônus além de voltar para o último ponto salvo (que raramente é muito longe). Tornando o jogo, de forma geral, menos punitivo e mais acessível para novos jogadores.

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Construção de base

A mecânica de construção de base em Voidwrought é uma adição interessante ao gênero Metroidvania, trazendo uma camada de estratégia que complementa a exploração e o combate. À medida que o jogador avança, é possível desbloquear e personalizar diferentes estruturas no santuário, cada uma com funcionalidades que impactam diretamente a jornada. Essas construções permitem aprimorar habilidades, armazenar recursos e até criar itens que fortalecem o protagonista, proporcionando maior liberdade para desenvolver o personagem conforme o estilo de jogo de cada um. Porém, como você só é colocado a prova contra os chefes, é difícil testar e ter tempo de aperfeiçoar cada “build” que pode ser criada.

Apesar da inovação, a mecânica de construção de base em Voidwrought ainda é relativamente limitada em comparação com jogos voltados para personalização. A interação com as estruturas poderia ser mais complexa, e alguns elementos acabam sendo subutilizados, deixando a sensação de que há potencial não totalmente explorado. No entanto, é uma funcionalidade que adiciona profundidade à experiência e diferencia Voidwrought de outros títulos do gênero, oferecendo ao jogador a sensação de estar moldando seu próprio espaço dentro do mundo sombrio e intrigante do jogo.

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Conclusão da análise de Voidwrought

Voidwrought é um jogo visualmente belo e sonoramente cativante, que faz jus ao gênero Metroidvania em muitos aspectos. A atmosfera é rica e detalhada, e a sua ótima ambientação oferecem uma experiência visual marcante e satisfatória. No entanto, as inconsistências na narrativa e nos momentos monotonos em sua exploração, podem comprometer a experiência de alguns jogadores. Embora seja um jogo que atrairá muitos fãs do gênero, Voidwrought parece estar constantemente à beira de alcançar a excelência, mas nunca a atinge completamente.

Apesar de cumprir muitos dos requisitos que definem um bom Metroidvania — como uma jogabilidade precisa, uma trilha sonora imersiva e uma estética única — Voidwrought parece, em alguns pontos, não atingir seu pleno potencial. O jogo traz uma inovação interessante, ao incorporar mecânicas de construção de base e um mapa detalhado, o que adiciona uma camada extra à exploração. No entanto, em meio a um gênero que já possui grandes títulos como Hollow Knight e Blasphemous, Voidwrought luta para se destacar de maneira definitiva.

Essa análise/review de Voidwrought segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

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Um jogo com potencial para ser bem mais!

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 7
Diversão - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 8

7.6

Bom!

Para quem procura um Metroidvania que ofereça uma experiência visual impressionante e uma exploração envolvente, Voidwrought é uma escolha sólida, ainda que com limitações. Ele é, sem dúvida, uma jornada divertida e visualmente memorável, mas que poderia ser mais profunda e desafiadora.

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Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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