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Análise: Horizon Zero Dawn Remastered

Um jogo que ninguém pediu, mas que é muito bem-vindo

Em um cenário onde remasterizações de jogos cada vez mais recentes se tornaram quase lugar-comum (para a alegria ou tristeza de muitos), o anúncio de Horizon Zero Dawn Remastered foi recebido com certo ceticismo pela comunidade. Afinal, como justificar uma nova versão de um jogo de 2017 que já roda a 60 FPS no PlayStation 5? Após testar essa nova versão do jogo por horas, gentilmente disponibilizada pela Sony, posso afirmar com convicção que a Nixxes Software não apenas justificou a existência do remaster, mas estabeleceu um novo padrão para o que pode ser alcançado quando um estúdio aborda uma remasterização com verdadeira dedicação e visão artística. Confira abaixo a nossa análise completa de Horizon Zero Dawn Remastered, e se você gostar do que leu, considere comprar o jogo através do nosso link na Nuuvem:

Renovação Visual em Horizon Zero Dawn Remastered

O trabalho realizado pela Nixxes vai além da mera atualização técnica. Cada aspecto do jogo foi meticulosamente revisitado e aprimorado, começando pela renovação visual. A equipe conseguiu um feito notável ao aproximar a qualidade gráfica ao nível estabelecido por Horizon Forbidden West, criando uma ponte visual entre os dois títulos que anteriormente não existia. O sistema de iluminação, completamente reconstruído, agora oferece uma profundidade e nuance que mudam completamente a atmosfera do jogo. As sombras são mais naturais, a luz ambiente é mais convincente, e a forma como a iluminação interage com os diferentes materiais e superfícies cria uma sensação de realismo que, obviamente, supera muito o jogo original.

A água, um elemento que sempre foi alvo de críticas na versão original, passou por uma grande transformação em Horizon Zero Dawn Remastered. O novo sistema de renderização não apenas melhora a apresentação das superfícies aquáticas, mas também implementa reflexões mais precisas e efeitos de cáustica que dão um maior realismo ao mundo do jogo. Fora isso, o sistema de nuvens Nubis, anteriormente exclusivo de Forbidden West, foi usado agora também para gerar céus dinâmicos que parecem vivos, com formações complexas que se movem e evoluem de maneira orgânica ao longo do dia.

Para melhorar tudo isso, a densidade e qualidade da vegetação receberam uma atenção especial, que transforma completamente a experiência de exploração. As áreas verdes são agora muito mais ricas em detalhes, com uma variedade maior de plantas e flores que reagem de forma mais convincente ao vento e ao movimento de Aloy, o que não acontecia na versão original do jogo. Todas essas melhorias contribuem significativamente para a sensação de estar explorando um mundo verdadeiramente selvagem e não domesticado, e eu confesso que parei para admirar o mundo com muito mais frequência do que quando joguei o título pela primeira vez.

A Nova Face do Mundo Pós-Apocalíptico

Outro grande incremento em Horizon Zero Dawn Remastered são os modelos dos personagens, que agora têm texturas em maior resolução e materiais mais realistas. A pele apresenta agora detalhes sutis, assim como em Forbidden West, como pelos faciais e imperfeições, enquanto os tecidos das roupas trazem uma qualidade de material mais convincente. Além disso, as expressões faciais, particularmente durante as cenas de diálogo, foram aprimoradas, tornando as interações mais naturais e emocionalmente impactantes. Não era incomum algumas cenas do primeiro jogo parecem robóticas, e vendo o que a Nixxes fez nesse remaster fica clara a evolução da Guerrilla nesses últimos anos e da Decima Engine.

Outro aspecto surpreendente de Horizon Zero Dawn Remastered é a completa reimaginação do sistema de áudio. A implementação do áudio 3D do PS5 não foi tratada como uma simples adição técnica, mas como uma oportunidade de repensar completamente o som no jogo. Os efeitos ambientes são mais detalhados e precisos em termos de posição, criando uma sensação de imersão fantástica. Inclusive, isso acaba ajudando muito nas batalhas, com cada impacto, explosão e movimento mecânico das máquinas soando mais preciso.

Sentindo e Vivendo o Mundo de Aloy

A implementação do DualSense em Horizon Zero Dawn Remastered merece um destaque especial, sendo um dos usos mais sofisticados do controle do PS5 até o momento. A Nixxes desenvolveu um sistema de feedback háptico que vai muito além da simples vibração. Durante a icônica sequência da Provação no Coração de Mãe, por exemplo, os tambores podem ser sentidos através do controle com uma precisão posicional impressionante, variando em intensidade e direção conforme a posição da câmera. Esse nível de detalhe se estende em muitas interações do jogo. Claro, não estou falando do nível de feedback háptico que jogos como Returnal ou Astro Bot receberam, mas ainda assim o que vemos aqui é excelente (ainda mais se considerarmos que este é um jogo de 2017).

No aspecto técnico, Horizon Zero Dawn Remastered oferece três modos gráficos, que trazem um equilíbrio qualidade visual e desempenho. O modo Qualidade, rodando a 30 FPS, apresenta o jogo em sua máxima fidelidade visual, com resolução 4K nativa e todos os aprimoramentos gráficos ativados em sua configuração máxima. O modo Equilibrado, a 40 FPS, oferece um excelente meio-termo para displays que suportem 120 FPS, enquanto o modo Performance mantém 60 FPS consistentes sem sacrificar excessivamente a qualidade visual.

Agora, uma das melhorias mais impactantes, embora menos visível à primeira vista, é a eliminação quase completa dos tempos de carregamento. A transição entre gameplay e cutscenes é agora basicamente instantânea, criando uma experiência narrativa mais fluida. Essa mudança é particularmente notável durante as sequências mais cinematográficas do jogo, onde anteriormente as pausas para carregamento davam um tempo para descanso.

Pequenos detalhes a serem refinados

Embora Horizon Zero Dawn Remastered seja excepcionalmente bem realizado, existem alguns aspectos que ainda podem ser refinados através de atualizações futuras. Ocasionalmente, certas animações apresentam pequenas inconsistências em suas transições, e o sistema de física para cabelos e tecidos, embora melhorado, ainda não é do mesmo nível de Forbidden West. São detalhes menores, mas que valem a pena mencionar.

Horizon Zero Dawn Remastered é ótimo

Para resumir esta análise, Horizon Zero Dawn Remastered é um jogo que ninguém pediu, mas é muito bem-vindo. A Nixxes não apenas atualizou um jogo já excelente para os padrões técnicos atuais, mas também conseguiu aprimorar e expandir aspectos fundamentais da experiência sem comprometer a visão artística original.

Essa é uma remasterização que serve tanto como ponto de entrada ideal para novos jogadores quanto como uma desculpa para fãs revisitarem esse grande jogo. O cuidado e atenção aos detalhes demonstrados em cada aspecto do projeto estabelecem um novo padrão para futuras remasterizações, provando que, quando feito com dedicação e expertise técnica, até mesmo jogos relativamente recentes podem se beneficiar significativamente de um tratamento atualizado (fica o recado, Until Dawn).

Essa análise/review de Horizon Zero Dawn Remastered segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Um excelente remaster

Nota - 8.5

8.5

Ótimo

A Nixxes conseguiu transformar Horizon Zero Dawn Remastered em uma experiência notavelmente aprimorada, melhorando o jogo original aos padrões modernos com incrementos em gráficos, performance e jogabilidade.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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