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Análise: Ys X: Nordics

Batalha naval + YS é uma combinação intrigante

Após um hiato de cinco anos desde seu nono título, a icônica série de action RPG da Falcom retorna com Ys X: Nordics. Nesta análise, mergulharemos em uma nova aventura do lendário Adol Christin através das turbulentas águas do mar nórdico, descobrindo os desafios e mistérios que aguardam nosso protagonista.

Uma narrativa épica para o herói lendário

Seguindo a tradição da série, Ys X: Nordics apresenta mais um capítulo nas aventuras de Adol Christin. A história se desenrola no vasto arquipélago de Obelia, onde nosso protagonista se vê em meio a um conflito com os Normans, uma civilização guerreira reminiscente dos vikings. O destino o coloca em rota de colisão com Karja, uma formidável comandante dotada de poderes místicos conhecidos como mana.

Um encontro inesperado com uma criatura misteriosa desperta em Adol a capacidade de manipular mana, estabelecendo uma conexão sobrenatural inesperada com Karja. Esta ligação força os antigos rivais a formarem uma aliança para enfrentar diversas ameaças.

Mantendo a linha narrativa de seus predecessores, Ys X: Nordics aposta em uma história mais elaborada e rica em diálogos. Se por um lado isso permite uma imersão mais profunda no universo e na cultura local, por outro representa uma mudança significativa no ritmo característico da série.

Um ponto controverso é o extenso foco em diálogos nas primeiras horas de jogo – das quatro horas iniciais, aproximadamente três são dedicadas a conversas e desenvolvimento narrativo, com momentos de ação relativamente escassos. Veteranos da série podem estranhar esta abordagem, lembrando com nostalgia da liberdade de exploração e combates dinâmicos que tradicionalmente definiram a franquia Ys.

Esta mudança, embora ambiciosa em sua proposta narrativa, acaba desviando-se do DNA da série. A Falcom poderia ter encontrado um equilíbrio mais adequado entre desenvolvimento narrativo e ação, preservando a essência que tornou Ys uma franquia única no gênero.

Cross Action System é a novidade no combate

Ys X: Nordics mantém as bases de combate estabelecidas nos dois títulos anteriores da série, oferecendo a dinâmica característica de um RPG de ação. O sistema permite que os jogadores executem combinações de golpes, utilizem habilidades especiais e realizem esquivas para surpreender seus adversários.

A grande inovação do título vem com a introdução do Cross Action System, um mecanismo que explora a conexão mística entre Adol e Karja. Esta mecânica permite que os protagonistas sincronizem suas habilidades, desfechando ataques combinados significativamente mais potentes que os golpes convencionais.

Uma mudança notável na jogabilidade é a introdução do sistema de bloqueio, recurso inédito na série que tradicionalmente dependia exclusivamente das esquivas como meio de defesa. Através do Cross Action System, os jogadores podem neutralizar ataques inimigos pressionando L2 no momento preciso, abrindo janelas de oportunidade para contra-ataques devastadores.

Apesar das bem-vindas inovações no combate, o jogo apresenta um obstáculo em sua interface de controle. O mapeamento não convencional dos botões destoa significativamente dos padrões estabelecidos no gênero – por exemplo, a ação de ataque está designada ao botão X, enquanto o pulo utiliza o botão O. Esta decisão de design pode causar estranhamento inicial e dificultar a adaptação dos jogadores.

Em contraste com seu antecessor, Ys X: Nordics reduz seu elenco jogável apenas a Adol e Karja, uma decisão narrativamente justificada pela conexão de mana entre os protagonistas, embora possa representar uma limitação em termos de variedade no gameplay.

Batalha naval

Ys X: Nordics inova ao introduzir um sistema de combates navais, permitindo aos jogadores personalizar e aprimorar sua embarcação para confrontos em alto mar. Este novo elemento expande significativamente as possibilidades de gameplay da série.

O sistema de combate marítimo oferece um arsenal básico, composto por canhões convencionais e artilharia pesada para golpes de misericórdia contra embarcações já debilitadas. À medida que o jogador progride, novas opções de munição são desbloqueadas, funcionando como habilidades especiais que adicionam profundidade estratégica aos confrontos navais.

Embora o sistema seja bem implementado, os combates marítimos sofrem com limitações espaciais evidentes. Barreiras invisíveis restringem consideravelmente a área navegável, impedindo batalhas mais amplas e dinâmicas. No entanto, o jogo compensa parcialmente esta limitação ao oferecer uma mecânica interessante: durante embates contra embarcações mais poderosas, os jogadores têm a opção de realizar abordagens, transformando o confronto naval em intensas batalhas terrestres contra a tripulação inimiga.

Gráficos e áudio

A Falcom mantém sua identidade visual em Ys X: Nordics, utilizando o mesmo motor gráfico já presente em seu antecessor e na aclamada série The Legend of Heroes. O engine oferece um nível moderado de detalhamento visual, ainda que apresente limitações nas texturas. O verdadeiro destaque está na direção de arte, onde a desenvolvedora conseguiu capturar com maestria a atmosfera nórdica, implementando-a de forma convincente nas cidades e diversos cenários exploráveis.

No aspecto sonoro, o jogo apresenta uma trilha sonora competente que, embora mantenha o padrão de qualidade da série, não alcança o mesmo nível memorável de títulos anteriores. Quanto às dublagens, há um contraste notável: enquanto o elenco japonês entrega performances excepcionais que enriquecem a narrativa, a localização em inglês apresenta qualidade inferior, comprometendo parcialmente a imersão para jogadores que optarem por esta opção.

Conclusão da análise de Ys X: Nordics

Ys X: Nordics destaca-se como a melhor entrega recente da franquia, apresentando evoluções significativas em diversos aspectos. O sistema de combate atinge novo patamar de excelência com a introdução do Cross Action System, embora a redução do elenco jogável a apenas Adol e Karja represente um retrocesso em comparação à variedade oferecida em Ys IX.

O jogo apresenta alguns contrapontos em seu ritmo narrativo: as primeiras horas podem resultar tediosas devido ao excesso de diálogos e escassez de combates. No entanto, uma vez superada esta fase inicial, Ys X revela seu verdadeiro potencial, oferecendo uma experiência envolvente apesar do esquema de controles pouco intuitivo. As batalhas navais, ainda que limitadas, agregam diversão à experiência.

Em última análise, Ys X: Nordics firma-se como uma adição valiosa à série, especialmente atraente para os fãs da franquia. Curiosamente, apresenta-se como um ponto de entrada mais acessível que seu antecessor, conseguindo capturar com maior fidelidade a essência que tornou Ys uma série adorada por tantos jogadores ao longo dos anos.

Essa análise de Ys X: Nordics segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Ótimos acertos, mas não utiliza todo o potencial

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 8
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 6
Narrativa - 7

7

Bom

Ys X: Nordics consegue melhorar diversos aspectos de seu antecessor, mas ainda assim tem alguns pontos de atenção fazendo com que isso sirva de aprendizado para um título futuro. De toda forma, temos aqui um bom RPG para os fãs da franquia.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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