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Análise: AI LIMIT

Recupere a sua imortalidade

O gênero Souls-like continua em expansão, com diversos títulos surgindo anualmente. Em 2025, AI LIMIT inaugura o ano como representante desta categoria, marcando a estreia internacional do estúdio chinês Sense Games. Mas será que este novato conseguiu capturar a verdadeira essência de um Souls-like? Vamos descobrir nesta análise.

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Guerras e a exintição da vida

Ambientado em um futuro distante, AI LIMIT retrata um mundo devastado por guerras que quase exterminaram a humanidade. A situação se agrava ainda mais com a descoberta do “plasma original”, uma misteriosa substância que deu origem a criaturas hostis, tornando este mundo pós-apocalíptico ainda mais ameaçador.

Na pele de Arrisa, uma guerreira da classe ‘blader’ – uma nova espécie criada por tecnologia avançada -, os jogadores embarcam em uma missão crucial: restaurar uma árvore sagrada cujos ramos perderam seu poder. Esta árvore é fundamental para a sobrevivência do planeta, pois seu poder confere imortalidade aos bladers, últimos defensores contra as criaturas corrompidas que ameaçam a vida humana. Sua jornada tem como objetivo alcançar os ramos na derradeira cidade dos refugiados humanos, uma missão repleta de desafios.

Seguindo a tradição dos Souls-like, a narrativa se desenvolve de forma fragmentada através de notas esparsas, descrições de itens e diálogos com NPCs distribuídos pelo mundo. O resultado é um universo rico e envolvente, onde a iminência do colapso gera uma constante sensação de urgência. Embora o jogo apresente diversos personagens secundários, estes carecem de desenvolvimento adequado, fazendo com que apenas Arrisa se destaque verdadeiramente na trama.

Menos vigor, mais liberdade

Embora AI LIMIT siga a fórmula tradicional estabelecida por Dark Souls, o jogo inova ao eliminar o sistema de vigor. Esta mudança permite que o jogador ataque, corra e esquive continuamente sem se preocupar com o consumo de energia. Em seu lugar, introduz a ‘taxa de sincronização’, um medidor que funciona de forma similar à barra de mana dos RPGs tradicionais.

Este medidor, que varia de 0% a 100%, é consumido ao utilizar feitiços, habilidades e golpes especiais. Para recarregá-lo, o jogador pode executar ataques básicos contra inimigos, derrotá-los ou aguardar o carregamento automático – sendo esta última opção consideravelmente mais demorada. Caso o medidor chegue a 0%, Arrisa entra em sobrecarga ficando paralisada por alguns segundos e só é possível usufruir de feitiços quando tem no mínimo 40% de sincronização.

Seguindo a linha de Dark Souls 3 e Elden Ring, cada arma possui um golpe especial único, ativado pela combinação L2 + R1 no DualSense, proporcionando ataques mais potentes. Adicionalmente, habilidades especiais podem ser acionadas com L1, oferecendo recursos táticos importantes como defesa com escudo, parry ou impulsos de ataque.

O sistema de combate privilegia a personalização, com cada arma apresentando um conjunto único de movimentos e golpes especiais. A chave para o sucesso está em encontrar a combinação ideal entre arma, magias e habilidades que melhor se adequem ao seu estilo de jogo, permitindo uma customização completa do estilo de combate de Arrisa.

Um mundo perigoso

O mundo de AI LIMIT apresenta uma diversidade impressionante de cenários pós-apocalípticos, incluindo cidades em ruínas, florestas sombrias e desertos inóspitos. Estes ambientes são povoados por uma variedade de adversários, desde criaturas das sombras até humanos corrompidos e seres humanoides a serviço de uma misteriosa organização. Cada área está repleta de perigos ambientais, como precipícios mortais, áreas envenenadas, zonas incendiárias e outras armadilhas letais.

Diferentemente dos Souls-like contemporâneos, que oferecem checkpoints mais frequentes, AI LIMIT adota uma abordagem mais desafiadora, com pontos de salvamento e atalhos mais espaçados. Esta característica intensifica a tensão durante a exploração, exigindo um gerenciamento mais criterioso dos recursos de cura. O alto poder de dano dos inimigos também força o uso constante de itens de recuperação, tornando cada encontro potencialmente fatal.

As batalhas contra chefes são especialmente desafiadoras, mantendo, contudo, um equilíbrio que as torna superáveis. Embora seus padrões de ataque sejam memorizáveis, um aspecto particular pode frustrar: a precisão quase sobrenatural com que direcionam seus golpes. Esta característica pode tornar as esquivas traiçoeiras, pois mesmo movimentos laterais bem calculados podem resultar em golpes letais inesperados.

Para auxiliar nestas batalhas intensas, o jogo disponibiliza uma variedade de equipamentos, encontrados tanto durante a exploração quanto em lojas. Apesar de não permitir a otimização do equipamento base, o jogo oferece um sistema de evolução de armas através dos ramos cristalizados, possibilitando o aumento progressivo do poder de ataque.

Complementando o arsenal tradicional, AI LIMIT introduz um sistema de emblemas. Este permite equipar um emblema principal, que afeta atributos básicos e características do personagem, além de emblemas secundários que concedem benefícios específicos, como resistência a elementos ou aumento da taxa de sincronização.

Gráficos, áudio e desempenho

Visualmente, AI LIMIT adota um estilo artístico inspirado em anime, reminiscente de Code Vein, embora mantenha sua própria identidade estética. A direção de arte opta por uma abordagem mais minimalista, com menos detalhes em sua composição visual. Para compensar esta simplicidade, o jogo oferece opções de personalização gráfica, incluindo diferentes tipos de anti-aliasing, permitindo que os jogadores ajustem a qualidade visual de acordo com suas preferências.

No quesito desempenho, nota-se a ausência de opções convencionais como modos de ‘qualidade’ e ‘performance’. Embora o jogo prometa rodar a 60 fps, a experiência real aproxima-se mais dos 30 fps, com uma fluidez aquém do esperado. Alguns problemas técnicos também foram identificados durante a análise, como mortes inexplicáveis em elevadores, falhas de spawn em checkpoints e hitboxes inconsistentes que permitem ataques através de paredes. Felizmente, estas questões, embora presentes, não comprometem significativamente a experiência geral.

O aspecto sonoro merece destaque especial. O jogo oferece dublagem em dois idiomas: inglês e chinês. Enquanto ambas as opções são competentes, a versão em chinês se sobressai notavelmente, apresentando interpretações mais convincentes e naturais em comparação com a dublagem inglesa, que ocasionalmente soa artificial. A trilha sonora é outro ponto alto, enriquecendo a atmosfera do jogo com composições memoráveis que complementam perfeitamente a experiência.

Conclusão da análise de AI LIMIT

AI LIMIT se estabelece como uma adição relevante ao gênero Souls-like, destacando-se por sua atmosfera sombria e sistema de combate inovador. A remoção do tradicional medidor de vigor traz uma liberdade de movimento refrescante, enquanto a introdução da taxa de sincronização oferece um novo paradigma para o gerenciamento de recursos durante o combate. Contudo, a precisão quase artificial dos ataques inimigos ocasionalmente prejudica a dinâmica das batalhas, especialmente quando o sistema de esquiva não corresponde às expectativas.

A narrativa, apresentada de forma fragmentada – característica marcante do gênero –, constrói um universo cativante e misterioso, onde a iminência do colapso mundial cria uma atmosfera de constante tensão. A protagonista Arrisa emerge como uma personagem memorável, embora o desenvolvimento superficial do elenco secundário diminua o potencial dramático da trama.

Do ponto de vista técnico, o jogo apresenta resultados mistos. A direção de arte inspirada em anime, embora distinta, carece de maior refinamento nos detalhes. As questões de performance são notáveis, com o jogo não atingindo a fluidez prometida de 60 fps, além de apresentar problemas técnicos ocasionais que podem comprometer momentaneamente a experiência.

O aspecto sonoro merece reconhecimento especial, com uma trilha sonora envolvente que complementa perfeitamente a atmosfera do jogo. A dublagem em chinês sobressai-se significativamente em relação à versão em inglês, oferecendo interpretações mais autênticas e convincentes.

Por fim, AI LIMIT representa uma experiência desafiadora e envolvente que traz contribuições interessantes ao gênero Souls-like, mesmo que algumas limitações técnicas e decisões de design impeçam que alcance sua excelência plena. Para entusiastas do gênero em busca de novos desafios, o jogo se apresenta como uma opção válida, desde que consideradas suas particularidades e limitações.

Essa análise de AI LIMIT segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.

Repleto de ótimas ideias, mas necessita de um pouco mais de refino

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 7
Narrativa - 8

7.6

Bom

AI LIMIT é um Souls Like que combina um mundo sombrio e uma narrativa fragmentada com um combate dinâmico que dispensa vigor, mas introduz a taxa de sincronização para equilibrar a estratégia. Apesar de oferecer uma boa ambientação e uma protagonista marcante, personagens secundários pouco explorados e a precisão excessiva dos inimigos podem tornar a experiência menos envolvente. O visual inspirado em anime tem identidade, mas carece de detalhes, enquanto o desempenho e bugs ocasionais afetam a fluidez do jogo. A trilha sonora e a dublagem, especialmente em chinês, são pontos positivos. No geral, é uma opção interessante para fãs do gênero, mas com limitações que impedem que ele se destaque plenamente.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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