Hoje é dia 02 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo. E é claro que o Última Ficha não poderia deixar de fazer sua parte trazendo um pouco de informação e relação com o mundo do games.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um problema psiquiátrico que costuma ser identificado na infância, entre 1 ano e meio e 3 anos, embora os sinais iniciais às vezes apareçam já nos primeiros meses de vida. O distúrbio afeta a comunicação e capacidade de aprendizado e adaptação da criança. Anteriormente o problema era dividido em cinco categorias, entre elas a síndrome de Asperger. Hoje, há uma única classificação, com diferentes graus de funcionalidade e sob o nome técnico de transtorno do espectro do autismo (TEA). O jeito de lidar com cada um desses graus varia.
Para muitos os jogos eletrônicos são um aliado na ajuda da interação social de crianças com TEA. Veja o que fala Ana Lúcia Hennemann, especialista em alfabetização e neuropsicopedagoga: “Através dos jogos, crianças do espectro autista podem ter um subsídio diferencial para a interação com os demais”. Ana ainda completa: “imagine a cena de uma criança autista jogando num ambiente onde há outras crianças. Provavelmente elas acompanharão o jogo, poderão dar dicas de como melhorar o seu desempenho, parabenizar quando a criança avança de fase (…) no caso de adolescentes ou adultos com TEA, os recursos tecnológicos são formas eficazes de ampliar a interação social”.
Melhor ainda do que imaginar, são os exemplos vivos. Keith Stuart, editor de tecnologia do The Guardian conta a história do próprio filho no livro “O Menino Feito de Blocos”. A história de Keith é usada como um dos maiores exemplos de como os games podem dar voz para os autistas. E como a criação de mundos online com personagens e funções atua nesse processo.
Ele diz: “nosso filho, Zac, de 6 anos, sempre teve um problema com desenvolvimento de linguagem; sempre teve um problema com ambientes muito cheios. O barulho o aterrorizava e ele era socialmente estranho e recluso. Às vezes eu precisava carregá-lo até a escola enquanto ele lutava. Eu estava cansado, bravo e chateado ao mesmo tempo. Eu não sabia o que fazer por ele. Eu não sabia como fazê-lo feliz”, diz, em relato emocionado no próprio The Guardian.
Keith explica que o filho já conhecia alguns jogos, mas que a ligação de Zac com o game Minecraft foi instantânea. “Quando eu vi ele jogando, foi como ligar um botão. Ele simplesmente entendeu. Ele entendeu que ele tinha que buscar materiais e cortar árvores para fazer uma casa. Ele sabia que quando a noite caía ele precisava ficar em casa para evitar zumbis. Minecraft deu uma estrutura criativa que o libertou“, afirma.
Há também a vantagem em relação ao acompanhamento do desempenho acadêmico de crianças autistas: “há crianças do espectro autista que tem facilidade na comunicação e dominam determinados assuntos, mas há também aquelas que não são tão comunicativas, que talvez não respondam de forma esperada as propostas da escola, mas que no entanto, ao observar elas através de situações do jogo, será possível ter um feedback de quais habilidades e competências já tem desenvolvidas”, afirma a psicóloga.
Eu particularmente sou abençoado com a oportunidade de conviver com uma criança, hoje adolescente, tão especial, e sim comprovei em vários momentos maravilhosos de quanto os jogos ajudam na interação jogando com ele. Vi poucas pessoas finalizarem God of War 4 com tanta facilidade e alegria. Os vídeo games são sim maravilhosos, e podem proporcionar diversão, carinho e amor a todos e de forma inclusiva também.
O recado é que precisamos aprender mais, ler mais, e o que o dia representa: conscientização.
Matéria maravilhosa amei, parabéns pela iniciativa tão positiva e tão inclusiva.
Que matéria linda! Realmente, os games são uma forma de comunicação muito importante para eles que gostam! Bela iniciativa do site! ????