SaGa é uma aclamada franquia japonesa de RPG desenvolvida pela Square Enix desde os anos 90. Já faz um tempo em que ela estava hibernando, mas neste ano recebemos o remaster de Romancing SaGa 3 e agora a localização de SaGa: Scarlet Grace Ambitions que foi originalmente lançado para o PSVita no Japão.
Sendo lançado para PS4, Switch, iOS, Android e PC via Steam, o novo capítulo de SaGa pode ser a esperança para os amantes dessa série.
Um novo romance épico
Em SaGa: Scarlet Grace Ambitions, temos a história sobre o poderoso Deus estelar chamado de “Fire Bringer” que foi traído pelos outros deuses e transformado num cometa. A cada 150 anos ele retorna trazendo consigo inúmeros monstros. Em busca de parar a fúria do Fire Bringer, os Deuses que o traíram nomearam um humano como seu campeão para confrontá-lo. Saindo vitorioso deste combate, o humano tornou-se imperador e o Deus vingativo sucubiu.
70 anos depois, o imperador faleceu e o império entrou em colapso criando novas nações e, por algum motivo desconhecido, o surgimento de monstros voltou a acontecer.
Igual aos outros jogos da série SaGa, temos inúmeros protagonistas. Desta vez acompanhamos as narrativas individuais de Urpina, Leonard, Taria e Balmaint. Cada um possui a sua própria história que em algum momento intercala com as demais quando os objetivos se cruzam.
Inclusive, cada herói tem sua party inicial própria e personagens distintos que seguem jornada consigo.
Não há enrolação quando estamos nos eventos narrativos, fazendo com que o jogador não se canse de ficar lendo as falas que deveriam ser dubladas, já que logo no início do jogo temos a opção de escolher a dublagem normal ou expressiva (basicamente a mesma dublagem, só que com maior emoção nas falas, algo mais teatral). Infelizmente a maior parte da história não tem áudio, apenas leitura. Fazendo com que essa opção seja meio irrelevante.
Quando o mundo se baseia num mapa-múndi
Diferente dos outros jogos da série, em SaGa: Scarlet Grace Ambitions você não explora um mapa com cidades e dugeons repletas de inimigos. Aqui você tem apenas um mapa-múndi para percorrer de forma semi-linear, onde encontrará ícones representando as cidades e locais com inimigos para enfrentar. Tudo é por meio deste mapa, pois nas cidades, por exemplo, você apenas é enviado a um evento de conversa ou menu para decidir se deseja upar suas armas ou curar algum membro de sua party.
A navegação pelo mapa-múndi é funcional, já que você tem grande liberdade para percorrer a área que se encontra. Porém, em alguns momentos é desanimador pela falta de uma exploração e puzzles reais.
SaGa: Scarlet Grace Ambitions tem um sistema de batalha viciante
O sistema utilizado no combate do game é de turnos, mas de um jeito bem singular. Aqui temos estrelas que definem o tanto de ações que podemos realizar com nossa party. No primeiro round temos 4 estrelas, onde alguns ataques custam uma, duas, três e assim por diante. Em resumo, você pode escolher entre fazer uma ação mais forte com um personagem ou ações mais fracas com vários personagens.
Cada round (turno) que passa, você recebe uma estrela a mais fazendo com que tenha novas opções de como agir no combate.
Outro ponto chave é o United Attack. Neste jogo podemos ver qual será a ordem de ação de cada personagem (aliados e inimigos) numa barra que tem suas faces. Se derrotar um inimigo que esteja entre dois personagens seus, eles ficam próximos e isso libera o United Attack, sendo um movimento a mais que causa o dano somado de ataque básico daqueles dois personagens contra um inimigo aleatório. Obviamente pode ser utilizado até com a sua party inteira. Após o United Attack, o custo de estrelas entre os participantes é reduzido em um.
Consequentemente o inimigo também é capaz de realizar o United Attack. E se você matar um inimigo que esteja entre dois aliados dele, também libera o United Attack antagônico, fazendo você tomar um contra-ataque.
É um jogo bastante modesto
Seus gráficos estão longe de ser equivalentes a inúmeros JRPGs que foram lançados nos últimos anos, só temos o privilégio de vê-los em batalhas ou minimamente no mapa-múndi. Sua simplicidade também se deve pela utilização da engine Unity, a mesma que costuma ser utilizada em jogos mobile e de browser.
Como dito antes, a dublagem surge em momentos raros apesar de terem escolhidos ótimas vozes para os personagens. Outra infelicidade é a OST que apesar de bacana não se mostra memorável.
SaGa: Scarlet Grace Ambitions é um novo respiro da franquia
Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 8
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 7
Narrativa - 8
7.2
Compre se quiser um JRPG para passar o tempo
SaGa: Scarlet Grace Ambitions está longe de ser um jogo ruim, contudo também não está próximo de ser aquilo que a franquia precisa para reconquistar espaço entre os grandes JRPGs dos dias de hoje. Falta de um investimento real é algo realmente notável por meio de como jogo foi feito.