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Preview: Phantom Abyss – Primeiras impressões

Confira abaixo o nosso Preview de Phantom Abyss, contando tudo sobre as nossas primeiras impressões do jogo:

Preview: Phantom Abyss – Introdução

Phantom Abyss foi anunciado no mês passado pela desenvolvedora Team Wiby e pela publisher Devolver Digital. Assim que o primeiro trailer com o gameplay do jogo foi mostrado, muita gente associou a uma série de jogos de plataforma frenéticos, como Ghostrunner, Mirror’s Edge e Fall Guys, só que com uma temática parecida com Indiana Jones. Que mistura, né? Eu mesmo quando vi achei o jogo bastante interessante, afinal, como muitos de vocês sabem, gosto bastante de jogos difíceis e Phantom Abyss parecia trazer a dose perfeita de desafio.

Um mês se passou e tivemos a chance de jogar o jogo, que acabou de entrar em Acesso Antecipado na Steam por 65 reais. Assim que abri o jogo, que pesa menos de 4GB, percebi que tudo o que eu pensava sobre o jogo estava errado. Phantom Abyss é um jogo de plataforma multiplayer assíncrono que coloca jogadores para percorrer templos cheios de obstáculos a fim de obter relíquias. Para ser mais direto, você é jogado em um templo aleatório com corredores gerados de forma procedural e precisa achar o seu caminho e sobreviver até o próximo templo. Faça isso eternamente e vá encontrando relíquias na sua jornada.

Um multiplayer assíncrono

Conforme vocês podem ver no vídeo acima, assim que iniciamos a nossa jornada nesses templos, encontramos outros jogadores, que precisam fazer o mesmo que você. É aí que entra o fator assíncrono de Phantom Abyss. Diferente de Fall Guys, por exemplo, não estamos jogando com várias pessoas ao mesmo tempo e não há uma corrida em si pela relíquia no templo. Todos esses fantasmas são jogadores que jogaram esse mesmo templo e morreram no processo. Por isso a Devolver tem batido nessa tecla do multiplayer assíncrono. Você joga sozinho, mas com fantasmas de outras pessoas que já jogaram esse mesmo mapa. Uma mecânica parecida funciona em jogos como Demon’s Souls, no qual fantasmas de outros jogadores surgem na sua partida.

Segundo a própria Devolver Digital, o grande intuito de colocar esses fantasmas de outros jogadores no mapa é de dar dicas para o jogador sobre os caminhos a serem seguidos e os perigos à frente. De fato, em muitos momentos eu pude perceber através desses fantasmas que havia obstáculos no caminho e pude desviar deles sem grandes preocupações. O problema, entretanto, é que depois de um tempo vamos nos acostumando com os obstáculos e perigos à frente e acabamos não ligando muito para esses fantasmas. Para ser sincero até, depois de certo tempo a presença desses outros jogadores se torna mais um problema para a performance do jogo do que exatamente um ajuda.

Uma performance abaixo do esperado

Conforme vocês conseguem ver no benchmark que fizemos no vídeo, a presença desses fantasmas afeta muito na performance do jogo, que cai drasticamente quando vários surgem na tela. Para vocês terem noção, os testes que fizemos foram todos em um notebook Lenovo Y540 com uma RTX 2060 e um processador I7 9750H e mesmo assim o houve quedas de FPS em muitas situações. Tudo bem que o gameplay foi todo feito a 1440p, mas mesmo assim, as quedas encontradas não são justificadas e para um jogo com poucos efeitos e gráficos relativamente simples, há espaço para melhorias consideráveis na performance. Em um jogo extremamente rápido e que exige reflexos apurados, essa queda brusca de FPS pode ocasionar em mortes desnecessárias, e digo de passagem, morrer nesse jogo dá um ódio danado.

Pois é, em Phantom Abyss, nós adentramos nesses templos até morrer, e guarde essa informação: você vai morrer, e muito. O jogo possui um quê de roguelite nesse sentido, já que começamos sempre no primeiro templo, avançamos o máximo possível e assim que morremos voltamos para o início. Durante as tentativas, encontramos baús e itens que dão dinheiro para comprar melhorias para o seu personagem e abrem cavernas que, por sua vez, possuem mais relíquias. Ou seja, o jogo é um eterno grinding de relíquias. A questão, entretanto, é que mais alguns problemas surgem neste ponto.

Os benefícios e punições de Phantom Abyss

Primeiramente, essas relíquias não trazem muitos benefícios para o jogador, e o sentido de passar horas e horas morrendo e voltando tentando buscá-las é completamente perdido. Em seguida, vem o pior ponto: O primeiro item que o jogo nos dá para ajudar na travessia dos templos é um chicote. O mesmo é essencial em diversas ocasiões, visto que certas partes do mapa exigem que o usemos para alcançar áreas muito distantes. Novas versões do chicote são encontradas sempre que finalizamos quatro seções do templo, com melhorias como um maior alcance, ou maior velocidade da chicotada. O problema é que perdemos o item sempre que morremos, e só é possível usá-lo de novo comprando com chaves in-game que são relativamente incomuns de se encontrar.

Isso gera uma frustração extremamente grande, já que será necessário procurar por novas chaves em um novo templo para recuperar o mesmo item que você já tinha ao invés de procurar por outros novos. A punição é muito maior que a recompensa, e ficamos um tanto quanto estagnados por um bom tempo, pelo menos nas primeiras horas. Claro, Phantom Abyss não foi feito para ser um jogo fácil, mas o sistema de recompensas dele, pelo menos nesse início do Acesso Antecipado, é bem estranho.

O excesso de repetitividade

Além disso, uma coisa que realmente me incomodou no jogo foi o fato de que apesar dos templos serem gerados de forma “procedural”, esses são feitos em módulos. Ou seja, cada sala do mapa já é mais ou menos pré-moldada e a ordem dessa sequência de salas por templo é que muda. Returnal é um exemplo de jogo com um sistema similar de fases, mas há uma grande diferença entre os sistemas dos dois jogos. Returnal trazia muita ação em cada sessão do mapa e a quantidade absurda de coisas acontecendo na tela e a variedade de itens encontrados fazia com que cada gameplay fosse bastante diferente.

Em Phantom Abyss, tudo fica muito repetitivo após algumas horas de jogo. A variedade de obstáculos, desafios, e até templos é muito reduzida, o que faz com que se perca o interesse no jogo rapidamente. Há alguns chefões com diferentes poderes que surgem para dificultar ainda mais a nossa vida. Entretanto, e batendo de novo nessa tecla, há poucos tipos de adversários, que se repetem com muita frequência a cada nova jogatina.

Conclusão – Preview: Phantom Abyss

Para ser justo aqui, o jogo acabou de entrar em Acesso Antecipado, ou seja, há muita coisa para ser consertada pela Team Wiby e provavelmente muito conteúdo a ser adicionado também. Com o aumento na variedade de obstáculos, templos, e inimigos, consigo ver o jogo se tornando mais divertido e menos repetitivo ao longo do tempo, mas pelo menos no momento o charme do jogo é perdido rapidamente. O conceito multiplayer do jogo não agrega muito na jogabilidade, e a sua própria existência é questionável. Além disso, a performance do jogo no momento não é das melhores, com quedas consideráveis de FPS sempre que jogadores surgem na tela. Para resumir esse Preview, Phantom Abyss tem bastante potencial, mas ainda precisa aparar muitas arestas.

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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