Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba é atualmente um dos animes mais famosos entre os fãs da cultura japonesa, trazendo consigo a história sobre os caçadores de demônios na batalha milenar contra um grande inimigo. Essa análise é sobre Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba – The Hinokami Chronicles que foi lançado para Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series, Nintendo Switch e PC via Steam.
O estúdio encarregado foi o lendário CyberConnect2 que é o principal responsável pelos jogos da série Naruto Storm, Dot Hack e, recentemente, produziu o excepcional Dragon Ball Z: Kakarot. Será que a parceria entre CyberConnect2, Sega e Aniplex resultou num jogo capaz de trazer toda a emoção desse anime? Vamos descobrir agora!
Essa análise de Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba – The Hinokami Chronicles foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela Sega.
As crônicas de Tanjiro
Para quem conhece a história, Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba – The Hinokami Chronicles conta a narrativa de Tanjiro Kamado. Um jovem garoto que vive junto de sua família numa época feudal do Japão. Num certo dia, ele chegou em casa e se deparou com uma cena chocante… Seus pais e irmãos haviam sido brutalmente assassinados. Apenas uma de suas irmãs mais novas, Nezuko, sobreviveu. Contudo, ela foi transformada em um demônio. Tanjiro não aceita o ocorrido e busca trazer a sua irmã de volta, porém, um exterminador de demônios surge para acabar com Nezuko. Num “confronto”, o exterminador poupa a garota ao notar que ela era diferente dos outros demônios e confia na possibilidade de Tanjiro virar um caçador excepcional.
A história do jogo começa depois desse acontecimento, quando Tanjiro já está treinando para poder virar um caçador de demônios. Dessa forma, o tutorial do game se passa durante essa árdua sessão de treinamento. A história é dividida em “episódios”, onde cada um ocupa arcos do anime. O episódio 1 é a parte inicial onde mostra o treinamento de Tanjiro, enquanto o episódio 2 temos a seleção para ser caçador de demônios e assim por diante até chegarmos no oitavo episódio que adapta o arco Mugen Train que foi lançado em filme e agora está ganhando uma segunda adaptação em anime como parte da nova temporada de Kimetsu no Yaiba.
Sem dúvidas, o maior ponto alto do jogo é o seu modo história. Não é desmerecendo o gameplay, porém, a CyberConnect2 é um estúdio que consegue fazer um trabalho fenomenal em adaptar animes para os games, podemos ver isso em Naruto Storm onde a história costuma ficar absurdamente melhor do que a própria versão animada. Eles sabem mesclar muito bem as trilhas sonoras, os efeitos de áudio com as cenas fantasticamente animadas utilizando a engine gráfica do game.
Principalmente os fãs vão sentir arrepios e empolgação nas cenas de ação que trazem momentos épicos e emocionantes. Ainda assim, provavelmente alguns fãs vão sentir falta de alguns acontecimentos que foram cortados para compactar a história. Não são de fato algo que vai prejudicar o desenvolvimento da narrativa, entretanto, dá aquela sensação de “faltou algo”. Por exemplo, o sonho do Inosuke e do Zenitsu no arco do Mugen Train. Ou o Tanjiro querendo dar uma cabeçada no Shinazugawa.
Combate bastante conhecido, mas bem adaptado
Aqui não temos um sistema de combate inovador, pois utilizaram a marca registrada da CyberConnect2. É uma versão do gameplay de Naruto Storm, mas aos moldes de Kimetsu no Yaiba. Por mais que o gameplay tenha funcionado muito bem, podemos ver que ainda falta um refino. É bastante simples em questão de possibilidades de golpes e irei explicar o motivo.
Digamos que você esteja jogando no Playstation, então temos quadrado para golpes normais, triângulo para golpe especial, círculo para esquiva/dash e X é o encarregado do salto. Ao usar R1 e quadrado, você arremessa o adversário, com R1 e triângulo utiliza uma outra variação do golpe especial.
Sabemos a quantidade variada de golpes que os caçadores de demônio podem realizar, mas cada um carrega consigo apenas, no máximo, 3 estilos de ataque. E isso acabou limitando consideravelmente as possibilidades do combate.
Além disso, cada personagem tem consigo um “boost” de energia de dois níveis que amplia o dano dos golpes e fortalece a resistência por tempo limitado. E também temos os famosos “ultimate attack” que consequentemente é um ataque devastador e capaz de virar totalmente o rumo da partida.
Apesar da minha crítica em relação a falta de possibilidades, devo elogiar a direção de arte do jogo que conseguiu fazer com que todas as cenas fossem muito fiéis ao anime durante a pancadaria.
Nos combates tradicionais, os cenários são realmente bastante redundantes e às vezes a câmera não ajuda muito quando utiliza o dash para esquivar. Contudo, durante o modo história temos alguns combates onde a utilização dos cenários foi muito bem aproveitada, como na luta contra o Kyogai que constantemente fica rotacionando o cenário.
Não posso me esquecer de comentar que no final das principais batalhas temos diversos time quick events que deixam os momentos finais da luta ainda mais emocionantes.
E, para concluir essa parte, preciso comentar que as batalhas do modo história são bem proveitosas. Apesar de não ser algo realmente difícil, já que temos a visão de onde vai ser direcionado os golpes, fazendo com que seja importante não estar na área destacada.
Um divisor de águas
Durante o modo história temos missões para fazer em mapas específicos do anime. Há a missão principal e também secundárias que consistem em coletar itens espalhados por esse mapa. Normalmente as áreas são consideravelmente longas, tendo relevo que permite subir em muros ou escalar rochas. A ideia de fazerem isso era para ampliar a vida útil do modo história e trazer uma “diversidade” ao jogo juntamente de deixá-lo mais imersivo. Mas funcionou?
Há quem goste, há quem odeie. Eu particularmente acho desnecessário, pois não acrescenta em nada e serve unicamente para gastar mais tempo. Muitas vezes passar por essas missões demoram mais do que deveria, já que precisa ficar andando no mapa e sempre surge algum demônio aleatório para enfrentar.
Aqui já vemos um erro… O moveset desses demônios é bem parecido e genérico. E a recompensa em derrotá-los não é algo atrativo.
Há raros os casos que essas partes são proveitosas como os momentos que usamos o escandaloso do Zenitsu. Ver ele morrendo de medo pelas coisas que aparecem é engraçado e a animação se mostra bastante divertida. Fora isso, realmente acho desnecessária essa parte do jogo, fazendo com que quebra até mesmo o ritmo, uma vez que poderiam fazer cutscenes para revelar o que aconteceu em meio do caminho até a batalha.
Aproveitando o momento, devo citar que temos também dois mini-games que envolvem o treinamento do Tanjiro para controlar a respiração de concentração total. Ambos têm o mesmo estilo de jogo, onde aparecem os botões que precisamos apertar no momento exato para conseguir pontos. Em resumo, é familiar aos jogos rítmicos como Project Diva e Taiko no Tatsujin.
Modos
Além do modo história que já foi citado, também temos o clássico modo “versus” onde podemos optar entre jogar online (casual e ranked), contra CPU ou contra um segundo jogador. Dá para se divertir entre amigos em batalhas épicas, independente da distância. Além disso, também temos o modo de treino para você se preparar para as disputas.
Infelizmente as opções são poucas e senti falta de um modo arcade para ficar apenas batalhando.
Gráficos e trilha sonora
Nessa análise de Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba – The Hinokami Chronicles, eu não poderia ficar sem falar sobre o maior destaque juntamente da história. Os gráficos feitos pela CyberConnect2 são extremamente fiéis ao anime, fazendo com que você tenha a sensação de estar assistindo ele, por mais que o modelo dos personagens seja em 3D.
Os cenários das missões também são bem construídos e tem alguns que são realmente bonitos, apesar de sabemos que o estúdio poderia facilmente fazer algo ainda mais imersivo se o orçamento tivesse permitido. Por outro lado, as cutscenes são absurdamente perfeitas.
A trilha sonora está ótima, pois utiliza a mesma que encontramos na animação juntamente de algumas adicionais para ampliar a imersão que o game busca nos proporcionar. Vamos ouvir muitas melodias que representam bem o período Taisho do Japão.
Conclusão da análise de Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba – The Hinokami Chronicles
Quando o jogo foi anunciado trouxe a sensação de que seria apenas um game genérico do melhor anime daquela atualidade. Contudo, quanto mais informações eram expostas, maior era a animação para jogá-lo. Agora, depois de ter terminado o game, posso dizer que não me decepcionei. O jogo cumpre a sua missão com excelência, contudo, tenho a impressão que poderíamos ter visto algo bem melhor, principalmente depois do Dragon Ball Z: Kakarot produzido pela CyberConnect2. Provavelmente o maior vilão foi o orçamento, uma vez que a Aniplex ainda é nova no mercado dos games e exigir um “Triplo A de anime” seria ir além da conta.
Se você curte Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba, saiba que esse jogo é no mínimo fundamental para você, pois vai trazer todas as emoções que sentiu ao assistir o anime ou ler o mangá. Porém, saiba que há defeitos, então não compre achando que estará com uma obra prima em suas mãos.
Essa análise de Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba – The Hinokami Chronicles segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Demon Slayer - Kimetsu no Yaiba - The Hinokami Chronicles é um bom jogo de anime
Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 7
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 9
7.9
Bom
Demon Slayer - Kimetsu no Yaiba - The Hinokami Chronicles é um bom jogo de anime e adapta muito bem a famosa animação. Ele está longe de ser perfeito, mas consegue passar a emoção dessa história fantástica. Se você é fã, sem dúvidas, precisa comprar esse jogo.
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