Análise: Batman: The Telltale Series – Episódio dois: Filhos de Arkham (Spoilers)

Na análise do segundo episódio da franquia e para todos as partes subsequentes, faremos uma análise que envolverá spoilers de todo o capítulo. Para uma análise sem spoilers, confira nosso review da primeira parte.

O segundo episódio, Children of Arkham, retoma pouco depois dos acontecimentos do primeiro. Anteriormente, Batman captura o mafioso Carmine Falcone (com direito a enchê-lo de sopapos ou não), e o bandido confirma ser o dono de um carregamento de substâncias não-identificadas, mas altamente protegidas no porto, as quais Mulher Gato e Pinguim também estão atrás. Falcone também revela que os pais de Bruce Wayne estavam envolvidos até o pescoço com a nata do crime da cidade, incluindo o próprio mafioso e o prefeito Hamilton Hill, que atualmente disputa as eleições com Harvey Dent, o honesto candidato apoiado por Bruce.

O segundo episódio se inicia no beco onde os pais de Bruce foram assassinados pelo meliante Joe Chill na saída de um cinema. Relembrando o caso, Bruce percebe que o ato não foi um assalto qualquer, mas um assassinato camuflado de latrocínio e passa a desconfiar que Falcone havia sido o mandante. De repente, o mordomo da família, Alfred Pennyworth, chega ao beco e admite para Bruce que as ligações de Thomas e Martha Wayne ao crime eram reais como Falcone havia confessado, e que sentia-se profundamente desapontado com a situação, estando a ponto de abandonar o serviço que prestava à família pouco antes do assassinato e que permanecera apenas para cuidar do jovem Bruce.

No dia seguinte, Bruce vai até à delegacia de polícia com Harvey e, com a ajuda do candidato e procurador do estado, consegue negociar com o tenente de polícia Jim Gordon, um interrogatório particular com Falcone. Durante a conversa, Falcone conta mais a respeito das associações criminosas de Thomas e Martha mas nega ter sido o mandante de qualquer assassinato. Durante a conversa, uma das “grandes” escolhas do episódio dois aparece: Falcone reclama de dores e pede uma injeção de morfina. Aceitar aplicá-la deixará o mafioso mais relaxado e ele fará uma comparação de Bruce a sua mãe e a sua gentileza e bondade. Negá-la fará com que Falcone lembre da impetuosidade de Thomas Wayne, e como isso tornou-os ricos.

De qualquer forma, a cena se encerra bruscamente com o assassinato a tiros de Falcone pela policial Renee Montoya, para o desespero de Gordon e Dent. A oficial é levada uma sala de interrogatório e mantida em custódia. Estranhando sua aparência, Bruce mais uma vez solicita uma conversa em particular, dessa vez com Renee. Renee não se lembra de ter atirado em Falcone, mas recorda de uma vez que a instigava a pegar a arma e matar o criminoso. Com a ajuda de Bruce, lembra-se que um homem a havia drogado momentos antes. Bruce deduz que o homem em questão era Oswald Cobblepot, que começara a se chamar de Pinguim.

Como Batman, Bruce vai ao esconderijo de Falcone e encontra o super-criminoso Pinguim fazendo a limpa no local. Ele admite ter manipulado a policial Renee para matar Falcone com as drogas que o mafioso escondia no porto. Segundo ele, a Selina Kyle, a mulher gato, tinha feito um acordo para roubar a substância para ele e, como não havia cumprido, Cobblepot iria matá-la. Além disso, afirma que tinha um acordo com o prefeito Hill para que este entregasse os podres da família Wayne. O Pinguim deixa a cena e o Batman é incapaz de segui-lo devido a ação de seu guarda-costas Blockbuster, um enorme mutante.

Ao invés disso, Bruce vai até Selina, em um bar no subúrbio da cidade. Ao encontrar com ela, tenta convencê-la a trabalhar junto dele quando são interrompidos pela gangue do Pinguim. Segue uma cena de troca de sopapos e a subsequente fuga dos dois da cena. Ao final, os dois se aproximam enquanto se escondem e surge uma nova escolha: beijar ou não a Mulher Gato. É uma escolha um tanto quanto vazia, pois beijá-la fará com que Selina se afaste e não beijá-la significa que Bruce se afasta. Pelo menos de imediato, não parece haver qualquer diferença entre uma escolha ou outra.

Na cena seguinte, Bruce decide continuar a investigar o assassinato dos pais e planeja uma visita ao prefeito Hill. Ele pondera se deve ir como Batman ou Bruce. Como Batman, a cena transcorre como um interrogatório hostil, com Batman ameaçando Hill para que conte sobre seu relacionamento com seus pais. A “conversa” termina com a chegada dos seguranças do prefeito e a fuga da cena. Como Bruce, o jogador precisará conceder apoio a campanha de Hill e fingir que está do lado do prefeito como seus pais fizeram para que Hill abra o bico. De qualquer forma, as informações obtidas serão as mesmas: Hill nega ser o mandante do assassinato de Thomas e Martha Wayne e afirma que foi coagido a fazer o acordo para entregar o segredo dos Wayne ao Pinguim. Além disso, segundo ele, Thomas e Martha enviaram os pais de Cobblepot para o sanatório Arkham para conseguirem os bens da família com a ajuda de Hill e Falcone.

A diferença é o que conseguimos com as abordagens. Como Batman, Hill entrega a existências dos Filhos de Arkham, da qual o Pinguim faz parte. Segundo ele, são um grupo de pessoas cujas vidas foram arruinadas por Thomas e Martha Wayne e buscam vingança. O custo é o desgaste da imagem do Batman, que pode ter repercussões mais tarde. Já como Bruce, Hill não mencionará nada sobre isso, mas dará suas abotoaduras com a imagem das chaves da cidade, o último presente de Thomas a ele.

Com o prosseguimento da história, Batman descobre que há grandes chances do debate entre os prefeitáveis, que estava para acontecer naquela noite, resulte em um banho de sangue promovido pelo Pinguim e os Filhos de Arkham. Como Batman, ele liga do Batmóvel para Harvey para pedir que abandone do debate. Harvey, que pelo telefone o reconhece como Bruce Wayne, não leva a sério o aviso e pede desculpas, mas precisará se distanciar da família Wayne e talvez criticá-la publicamente, pois as ligações criminosas da família haviam vazado na imprensa. Ainda assim, Harvey quer saber se pode contar com o apoio e o respaldo financeiro, além da amizade, de Bruce. Mais uma vez somos oferecidos a opção de manter o retirar o apoio. Manter o apoio fará com que Harvey fique feliz e retirá-lo irrita o prefeitável. Nenhuma das duas escolhas reverte-se em consequência – nesse episódio, pelo menos.

Antes que Bruce/Batman possa chegar ao local do debate, o Pinguim, mascarado, e sua gangue, tomam o local, atiram no moderador e decidem promover um debate com suas próprias regras entre os candidatos, aplicando-lhes a toxina que usaram na policial Renee e que é revelada ser um composto químico que libera a pessoa de suas inibições e amarras sociais, além da noção de certo e errado. Em suma, a fórmula perfeita para um debate. Batman logo encontra-se com Jim Gordon, que traçou um cerco em volta do local do debate, e é acompanhado da Mulher Gato, que decide se juntar ao Batman no resgate aos reféns. Acontece mais uma cena de ação e entrada no edifício, mas as coisas não param no “debate”. Um novo mascarado é revelado na tela e diz ser o representante dos Filhos de Arkham que estão se vingando pelas ações dos Wayne, Falcone e Hill. O Pinguim executa o prefeito Hill durante o debate e prepara-se para fazer o mesmo com Harvey quando Batman e Mulher Gato entram em cena. A polícia também entra no local e, durante a confusão, o Pinguim consegue levar a melhor sobre Harvey e prepara-se para atingi-lo com um refletor. Enquanto isso, a Mulher Gato é derrubada pelos capangas de Cobblepot que se aproximam. Nesse ponto, somos apresentados a última escolha e definitivamente a mais bombástica do episódio. Devemos escolher entre salvar Harvey ou Selina.

Optar por salvar Harvey significa atirar um batrangue nas mãos de Cobblepot e impedir que Harvey seja ferido. A consequência é que Selina leva um tiro de raspão no ombro e foge da cena. Já salvar Selina corresponde a lutar com os capangas para que a moça saia ilesa, mas Cobblepot consegue queimar o rosto de Harvey, desfigurando-o e (provavelmente) transformando-o no Duas Caras.

Parecem ser escolhas que alteram fundamentalmente o andar da história, mas como o fim do episódio acontece logo em seguida, não pudemos averiguar as consequências. “Children of Arkham” tem uma duração de aproximadamente uma hora e meia, e, ao menos para nós, passou a sensação de ser mais curto que o primeiro episódio. Todos os problemas com o motor gráfico que tivemos, voltam para o segundo episódio, que possui “engasgadas” de performance grandes e profundamente irritantes. O ritmo do episódio é um pouco mais interessante do que a da introdução e o acontecimento final nos deixou bastante animado para o terceiro episódio, onde, tradicionalmente, os jogos da Telltale começam tornar-se mais emocionantes.

Ficamos de aguardo para os acontecimentos do terceiro episódios, que também analisaremos aqui no Última Ficha.