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Análise: The Last Guardian merece sua atenção

The Last Guardian é o terceiro jogo do aclamado diretor Fumito Ueda que fez os clássicos Shadow of the Colossus e Ico. Para quem não conhece a história de produção deste jogo, ele foi anunciado originalmente para o PS3 em 2009 e teve muitos problemas durante sua produção, entre eles a saída de Ueda do projeto em 2012, até ter seu lançamento no final de 2016. Como os outros jogos mencionados, ele também tem um alto foco em puzzle e sua grande novidade é o relacionamento entre o menino sem nome e seu companheiro meio cão meio ave, Trico.

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Acorde e comece sua aventura

O jogo começa com você acordando numa caverna estranha com um monstro (Trico) ao seu lado. Sua missão principal é virar amigo da besta devoradora de homens (como é chamado nas histórias) para que consiga resolver os puzzles e sair deste lugar misterioso.

Logo no primeiro minuto o jogo da um spoiler que é a certeza que você sairá vivo, pois sua aventura está sendo narrada pelo “seu eu” mais velho. Também neste primeiro momento, quase todas as mecânicas ficam bem claras. Trico é um ser faminto e você deverá dar barris de comida a ele para que ele tenha energia para te ajudar a pular em diversos lugares e destruir certos obstáculos.

Os puzzles em si não são muito complicados. Basicamente você avançará com Trico até um certo ponto onde você deverá se separar dele para andar em passagens estreitas, pular, subir correntes até conseguir liberar a porta que está prendendo Trico. Assim que ele estiver livre, você deverá se segurar nele e seguir até o próximo puzzle.

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O relacionamento do menino e da fera

A parte onde o jogo brilha é o relacionamento que é formado pelo garoto e Trico. Eu tenho um cachorro na vida real e posso afirmar que o trabalho de Inteligencia Artificial foi muito bem feito, pois Trico parece real. Ao ver uma poça de água ele rola brincando nela, ao ver certas coisas ele vai cheirar e fica cutucando com curiosidade, quando você se separa dele, ele fica te olhando procurando seu amigo/mestre e por ai vai.

Vi que muitos reclamaram que Trico não obedece suas ordens ao ter que pular de um ponto para o outro, de ter sua vontade própria ou de ser desobediente. Isso acontece de certa forma, mas acontece porque Trico não é um robô pré-programado para te seguir. Ele é uma entidade viva com sentimentos e vícios, como seu animal de estimação. E mesmo partindo deste ponto, posso dizer que Trico foi muito obediente comigo e diversas vezes ele me deu dicas para onde deveríamos ir. E posso ter tido sorte, mas foram muitas poucas vezes onde o Trico foi desobediente comigo.

A dica é, como para qualquer bicho de estimação, faça muito carinho e de comida para ele que cada vez mais ele será seu amigo.

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Um lindo mundo

Muitos poderão olhar para The Last Guardian e falar: Que jogo antiquado para a nova geração, ainda mais para um exclusivo. A realidade é que ele segue o mesmo estilo artístico de Ico e Shadow of Collossus, atualizado para a nova geração. Visualmente eu acredito que o pulo do desenvolvimento do PS3 para o PS4 não tenha afetado em nada, porém, é visível algumas quedas de frame rate e um blur excessivo na movimentação da câmera, em especial em cenas de fuga quando você está no Trico e ele está correndo de algum perigo.

O jogo me surpreendeu muitas vezes com seu visual, em especial nas cenas abertas onde pode ver os outros edifícios, as sinuosas passagens e diversos cabos loucamente colocados para você andar neles. A beleza visual no comportamento de Trico já é algo que impressiona, porém, chega ao ápice quando a ótima iluminação do jogo reflete nele ou então quando você literalmente se joga para Trico e ele te pega num ato de confiança.

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Problemas técnicos e o “combate”

Infelizmente o jogo não é perfeito. Como já mencionei na parte anterior, ele possui certos problemas de FPS e blur em excesso. Porém, o maior problema com The Last Guardian fica para a câmera que deixa a desejar. Normalmente é complicado fazer uma boa câmera para os jogos em ambientes fechados, agora coloque o Trico que é um bicho gigante em lugares fechados e que eventualmente você ainda tem que escalar ele nesses ambientes? O resultado é previsível, uma bela porcaria. Algumas vezes que fiquei preso em algum cenário, era simplesmente a câmera que estava mal posicionada e a saída era extremamente óbvia.

Com relação a bugs eu, felizmente, não presenciei nada de grave ou que quebrasse a mágica do momento. Uma hora ou outro o menino fazia uns movimentos estranhos, mas nada agressivo.

Algo que me incomodou muito no início foi o combate do jogo. Algumas armaduras tentam te capturar e sua unica fuga é sair correndo delas e se debater caso seja pego. Enquanto isso acontece, Trico fica puto da vida furioso e começa a gritar e a esmagar seus inimigos. O problema é que isso se torna repetitivo e chato, pois você não pode se proteger e fica refém da situação. Porém tudo isso não passa de uma falha dos produtores em ensinar que você pode SIM fazer algo durante as lutas. Você pode arrancar a cabeça dos inimigos, se jogar contra eles, e se agarrar em suas costas. Eu aprendi isso por muita sorte no final do jogo. E teria sido muito mais útil se tivesse aprendido no inicio…

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Conclusão

The Last Guardian me encantou em suas 8 horas de gameplay. Os puzzles e desafios foram na medida certa e em momento algum senti frustração ao joga-lo. De longe o destaque vai para o belo visual do jogo, em especial em seus campos abertos, e para o comportamento de Trico que consegue se passar por um ser vivo e com muita empatia. Claro que em diversos momentos o tratei como um animal de estimação e ficava torcendo por seu sucesso nos puzzles e era gratificante (e muito fofo) fazer um carinho nele. Já puxando para a parte que deixou a desejar, o jogo tem uma câmera que atrapalha muito mais do que ajuda e alguns pequenos erros técnicos, em especial na falta de explicação do sistema de combate que faz muita falta.

Confira nosso gameplay do jogo

{{

game = [The Last Guardian]

info = [Lançamento: 06/12/2016]

info = [Produtora: SIE Japan Studio]

info = [Distribuidora: Sony Interactive Entertainment]

plataformas = [PS4]

nota = [4/5]

decisão = [Boa compra para os que gostam do estilo]

texto = [A relação entre Trico e o jogador é incrível]

texto = [mas o jogo tem pequenos erros técnicos]

positivo = [Trico]

positivo = [Gráficos/Arte]

positivo = [Puzzles]

negativo = [Câmera temível]

negativo = [falhas técnicas pontuais]

}}

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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