Ontem tivemos o prazer de assistir à conferência da Ubisoft na primeira fila, tendo a grande surpresa de ver ninguém menos que Shigeru Miyamoto se juntando a Yves Guillemot no palco para anunciar Mario + Rabbids Kingdom Battle. Confesso, eu não sou o maior Nintendista de todos os tempos. A empresa foi responsável por salvar a indústria de jogos há duas décadas, criar jogos emblemáticos até hoje, e tocar os corações dos milhões de fãs pelo mundo. Os feitos da centenária empresa japonesa são inegáveis, e não à toa ela é amada por tantos. Minha questão com ela é mero gosto, mas parece que tudo está mudando (inclusive, comprei um Nintendo Switch).
Ver o anúncio de Mario + Rabbids Kingdom Battle no telão foi especialmente incrível para mim pelo fato de que temos um jogo do Mario com uma nova pegada, tanto no que tange ao humor característico de Rabbids quanto no estilo do jogo, que deliberadamente bebeu MUITO da fonte de X-COM, clássico jogo Turn-Based Tactics atualmente desenvolvido pela genial Firaxis.
Na corrida batalha que tivemos hoje no primeiro dia de E3, colocamos as mãos em diversos jogos que serão lançados posteriormente, mas o que eu mais queria testar era Mario + Rabbids Kingdom Battle. A disputa para jogá-lo estava intensa, com veículos de todos os lugares querendo uma oportunidade para testá-lo, e nós, por sorte, mérito, raça e ajuda da Ubisoft, conseguimos. Veja abaixo as impressões que tivemos dessa beleza:
A história é bem direta, Mario e seus amigos da Nintendo são enviados para o mundo de Rabbids quando diversos coelhos do mal surgem para trazer problemas. No trecho que tivemos acesso, que contava com cerca de 40 minutos de gameplay, vimos como é o início do jogo, com as cutscenes iniciais e os primeiros mundos. A ideia é bastante simples, mas aos poucos Mario + Rabbids vai se mostrando complexo o suficiente para trazer muitas possibilidades de estratégia diferentes.
A mecânica é a seguinte: se joga com até quatro personagens do mundo Mario + Rabbids pelos cenários resolvendo puzzles, que consistem em coletar moedas em meio a desafios variados, e batalhando em áreas específicas ao estilo X-COM. Aqui, temos a junção de dois fatores diferentes que trazem um quê de desafio bastante satisfatório. Alguns dos puzzles que resolvi consistiam em correr com Mario e seus amigos Rabbids por uma fase coletando moedas antes que o timer estourasse enquanto barreiras surgiam do chão bloqueando meu caminho. Na primeira vez, não consegui resolver o puzzle, já que simplesmente tentei pegar as moedas intuitivamente. Após, na segunda tentativa, fui mais cauteloso e estudei o mapa com a visão tática que mostra os caminhos possíveis de cima. Essa foi a primeira prova de que o jogo traz uma pitada de desafio em sua essência.
Agora, o brilho do jogo surge realmente quando entramos nas batalhas. Eu, como fã de X-COM, vibrei demais com o anúncio de Mario + Rabbids Kingdom Battle, pois os elementos do mundo de Mario pareciam estar se mesclando perfeitamente com a mecânica do jogo de estratégia. Os desenvolvedores da Ubisoft tiveram a grande sacada de pegar tudo que existe no jogo da Firaxis e melhorar, trazendo combos e poderes que tornam a jogabilidade ainda mais divertida. Além da satisfação de ter que bolar uma boa estratégia para sair com seus personagens vivos de cada batalha, ainda há o prazer de criar combos entre eles e elementos do cenário. Você provavelmente está se perguntando: “Ué, o que ele quer dizer com isso?”. Explico com uma situação real de jogo em que me envolvi. Em um das batalhas que joguei, me encontrei em um momento em que tinha que arranjar um jeito de chegar mais próximo do chefão da fase rapidamente. Para fazer isso, coloquei um Rabbid para pular em cima do Mario, que fez um pé-pé para jogar o personagem mais longe. Este, por sua vez, foi lançado distante o suficiente para cair dentro de um cano que o jogou para outro lado do mapa, dando um campo de visão muito melhor para atirar. Por fim, consegui eliminar todos os inimigos fazendo combos pelo mapa.
Para fechar com chave de ouro a questão jogabilidade, devo salientar que a gama de possibilidades de estratégia para Mario + Rabbids Kingdom Battle é incrivelmente diversa. Por mais que eu tenha sido “guiado” durante o hands-on, o fato de que a mecânica do jogo depende de jogadas de probabilidade (chance de acerto variando de 0 a 100%, assim como em X-COM) fez com que eu tivesse que bolar estratégias junto com um dos desenvolvedores do jogo. Nenhuma partida no dia daquele desenvolvedor foi igual entre os diversos hands-on que ele guiou. Isso se deve de forma fundamental pelo fato de que seus adversários muito pouco provavelmente tomarão as mesmas decisões, tentando variar suas estratégias de acordo com as ações do jogador. Tudo é destrutível, há bombas nos mapas, diversos caminhos para serem seguidos, e novas armas para serem compradas. Não à toa, quando perguntei para Alexandre Nicq, um dos responsáveis pela área de marketing do jogo, se a Ubisoft havia se inspirado em X-COM ele respondeu: “Sem sombra de dúvidas”.
Por fim e não menos importante: os gráficos e a trilha sonora do jogo estão absurdas. O estilo de arte do jogo está muito bem feito, com animações e efeitos fluidos e cuidadosamente desenvolvidos. Claro, a pegada visual é a tradicional de Mario, misturando uma visão com um quê de “isométrica” e blocos característicos de… X-COM. Uma das características mais interessantes desse novo jogo é o humor, que está presente graças aos engraçados e zoeiros Rabbids. Mario nunca foi um personagem exatamente engraçado, o que faz com que os personagens da Ubisoft sejam perfeitos para deixar o ambiente ainda mais divertido zoando e fazendo sátiras a todo momento. Em suma, Mario + Rabbids Kingdom Battle me surpreendeu, e MUITO. O jogo está maravilhoso e fez com que eu ficasse ainda mais seguro de ter comprado um Nintendo Switch. A estratégia da Nintendo está mais do que certa, e seus resultados vêm sendo refletidos nas vendas do console. Ainda jogaremos a versão completa do jogo mais próximo do seu lançamento, no dia 29 de agosto, mas já adiantamos que ele tem tudo para ser um 5 de 5.
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Bela Análise Bernardo!
Como você citou no fim, valeu pra mim também:
“O jogo está maravilhoso e fez com que eu ficasse ainda mais seguro de ter comprado um Nintendo Switch”.
Muito obrigado, Léo! Certamente fizemos uma boa escolha 🙂