Você já assistiu uma partida do Barcelona sem o Neymar? O time ainda é sensacional, mas falta aquele algo a mais. Entendeu? Bom, vamos ao review que eu explico no caminho.
Estar no topo é gratificante e certamente um sonho. Porém, mais difícil do que chegar no cume, é se manter nele. A serie FIFA Soccer, da EA, vive isso há alguns anos, quando deixou seu concorrente para trás e arrebatou uma legião de fãs. O sucesso é tão grande e longevo que há uma geração de novos jogadores que já nasceram com FIFA ditando o mercado e, provavelmente, nunca nem chegaram perto de outro jogo de futebol.
Dessa forma, há de se imaginar a responsabilidade nos ombros dos produtores do jogo. Se você inova muito, pode perder um pedaço da base de fãs. E se você inova pouco, muitos podem achar que você só está “dando um tapa” num produto antigo e, consequentemente, enganando o consumidor.
FIFA conseguiu se sair muito bem durante todos esses anos refinando seu produto e sempre entregando algo melhor. Será que em FIFA 18 a EA conseguiu repetir o feito dos últimos anos?
Soltando antigas amarras no gameplay
Diferente de seu concorrente, que sempre foi tido como um jogo “arcade” e, consequentemente, mais acessível, FIFA necessita de uma curva de aprendizado considerável para se conhecer as mecânicas básicas para jogar. Uma infinidade de comandos e táticas precisa ser empregada para você se sair vitorioso no jogo. Pensando nisso, a EA mexeu um pouco em algumas premissas de FIFA. E particularmente eu gostei muito.
O fim dos “super zagueiros”
Uma das coisas que sempre me incomodou em FIFA era o excesso de “poder” dados aos zagueiros. Em FIFA 17 chegamos ao auge com os defensores vencendo com facilidade todo o tipo de atacantes. Os mais leves eram facilmente batidos com ombradas, os mais fortes eram batidos se metendo entre eles e a bola em jogadas de velocidade. E por aí vai. Em FIFA 18, a EA resolveu deixar as coisas mais justas e deu uma boa nerfada dos “botes” (tackle) do jogo. Agora o zagueiro tem que pensar duas vezes antes de usar o recurso, ou pode levar um belo “come” e ficar a ver navios. Os carrinhos também perderam poder, já que em FIFA 17 um número significativo de contra ataques era perdido pelo simples uso deste recurso, que a programação do jogo fazia o restante do trabalho, tornando uma simples mudança de direção do atacante uma tarefa hercúlea frente aos carrinhos dos defensores.
Excesso de scripts para tentar corrigir erros do passado
FIFA 17 sofria de falta de opções ofensivas. O jogo era basicamente uma troca de passes desenfreada no meio campo para tentar abrir uma brecha na zaga. Atacar pelas pontas era ineficiente. Ou os alas não acompanhavam a jogada ou os atacantes não tinha habilidade suficiente para encarar um mano a mano e vencer no drible. *No caso específico do drible, farei um adendo abaixo sobre o problema na aceleração dos jogadores.
Partindo dai, FIFA 18 decidiu dar uma forcinha para as jogadas pelas pontas. Só que escolheu o caminho errado. Ao invés de mexer na inteligência artificial do jogo, optou-se por colocar um script no qual os alas e laterais levarão extrema vantagem ao receberem um passe em profundidade pela ponta. E nem adianta posicionar o zagueiro ou tentar prever a jogada. A jogada VAI acontecer e só lhe resta ter paciência para tentar alcançar e marcar o adversário que já estará em vantagem.
Outro script que tem me incomodado muito é uma lentidão dos zagueiros ao final do jogo. Eu não entendi muito bem o porque desse script. Provavelmente para dar “mais emoção” aos finais das partidas. Mas o que dá mesmo é uma raiva danada em ver seu zagueiro correr com um peso nas costas enquanto um atacante de velocidade qualquer passa batido pelo seu sistema defensivo.
Chuva de gols em FIFA 18
Por falar em gols, FIFA 18 tem muitas possibilidades de gols. Aqui sim, a EA fez um excelente trabalho. Certamente a base mais fiel vai reclamar pelo excesso de gols, mas na opinião deste humilde crítico de jogos, a mudança foi excelente. Me lembra muito os áureos tempos de FIFA 14, no qual os atacantes tinham uma gama de opções para vencer os arqueiros. FIFA 18 corrige uma decisão errônea (na minha opinião, claro) de deixar os goleiros excessivamente eficientes em FIFA 15, o que tornava o ato de atacar extremamente frustrante.
FORA DE CAMPO, SEGUE GANHANDO DE LAVADA
Se dentro de campo FIFA 18 dá uns chutes de canela, fora dele o jogo segue absoluto. As licenças mais importantes e desejadas do mercado estão aqui. Campeonato Espanhol, Campeonato Inglês e Campeonato Alemão. Todos os três (e muitos outros) estão 100% licenciados (ou seja, com times e jogadores reais das ligas) e, melhor, com seus campeonatos fielmente representados no jogo. É incrivelmente legal jogar os campeonatos recriados em FIFA. Datas e jogos, horários e até o desempenho das equipes é reproduzido fielmente no jogo. Para mim, que acompanho a Premier League, é obrigatório jogar o famoso torneio inglês no jogo.
A bola fora é a perda do Campeonato Brasileiro. Os fãs brasileiros certamente sentirão falta dos jogadores reais (que não estão no jogo) e de três dos mais populares clubes do país: Vasco da Gama, Flamengo e Corinthians.
Offline aprimorado
Uma das minhas críticas ao FIFA era a pouca atratividade de se vencer o CPU nos modos offline. Em FIFA 18, tudo se inverteu. Com uma inteligência artificial mais real e menos perfeccionista (convenhamos, por melhor que seja uma equipe, em algum momento um jogador vai errar e isso não acontecia anteriormente em FIFA), encarar o CPU se tornou agradável. Seja para aqueles que preferem jogar online, sem para quem busca aprimorar alguma técnica sem o risco de perder pontos de ranking.
Graficamente FIFA 18 é bem parecido ao seu antecessor. E se não houve nenhum incremento visual digno de nota, a iluminação do jogo começa a incomodar. Os filtros deixam tudo um pouco mais escuro do que o normal. Em partidas à noite isso não é problema, mas de dia é possível notar um sol meio “sem força”. Vale a pena a EA dar uma olhada nisso para possíveis atualizações ou edições futuras do jogo.
Futebol Feminino atualizado e representado
Ter o futebol feminino em FIFA 18 é animador. Quem acompanha os jogos e o trabalho das meninas, sabe que a vida das jogadoras não é fácil. E a EA manter esse modo de jogo em FIFA 18 é uma super via de mão dupla, pois ao mesmo tempo em que dá visibilidade às mulheres, garante a marca FIFA no coração e jogadores e fãs da modalidade que só crescendo afora.
Ao todo são oito seleções femininas que estão no jogo. As equipes foram atualizadas e os rostos das jogadoras ganharam um realismo incrível. Falta agora conseguir a licença americana de futebol feminino, que junto com a Sueca e a Alemã, são as mais fortes e que reúnem as grandes jogadoras do mundo.
Golaço de FIFA 18.
The Journey e a volta de Alex Hunter
Outro golaço de FIFA 18 é o retorno do sensacional modo The Journey, no qual você vive a vida de Alex Hunter, uma jovem revelação da Premier League que vive as alegrias e dissabores da vida e um jogador profissional. Em FIFA 18 a jornada começa em uma quadra de cimento em uma favela carioca. Alex Hunter está curtindo os últimos dias de suas férias antes do retorno do calendário europeu de futebol e decide desafiar uns meninos para uma clássica “pelada”. E você terá que jogar muito para vencer a molecada acostumada aos segredos das quadras de cimento que já revelaram tantos craques do futebol mundial.
Ultimate Team + lendas do futebol = sucesso
A molecada só fala e só joga isso. Abrir pacotes em busca daquele ídolo do futebol, montar um esquadrão dentro de campo e usa-lo em sinergia com suas habilidades para vencer seus adversários por aí. A máquina de sucesso de FIFA chega a edição 18 da franquia mais poderosa do que nunca. A adição de um número considerável de jogadores e, melhor, em momento a distintos de suas carreiras, agregam um toque extra de diversão ao modo. Aliás, desde FIFA 18 que o Ultimate Team oferece uma gama de possibilidades de desafios e recompensas que atraem e mantém um número cada vez maior de jogadores ao modo.
Conclusão
FIFA 18 tem a difícil missão de manter uma base cada vez maior de fãs e, ainda, oferecer inovações que justifiquem uma edição anual do jogo e, também, atrair novos jogadores para a franquia. Se dentro de Campo as mudanças podem agradar uns e desagradar outros, fora dele FIFA segue soberano.
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plataformas = [PS4, PS3, Xbox One, Xbox 360, PC e Nintendo Switch]
nota = [4/5]
game = [FIFA 18]
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info = [Lançamento: 29/09/2017]
info = [EA Sports]
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texto = [Ainda é FIFA]
texto = [mas sem o brilho dos jogos passados]
decisão = [Vale a compra]
positivo = [Melhorias nas finalizações]
positivo = [Os modos offline]
positivo = [As licenças das principais ligas]
positivo = [Ultimate Team turbinado]
negativo = [Excesso de scripts]
negativo = [Aceleração dos jogadores]
negativo = [Iluminação]
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Desenvolvedor(a): Data de Lançamento:
01/01/1970 Plataforma Jogada: Legendado em PT BR? Dublado em PT BR? Cópia: Publicadora: Onde Comprar?
Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.
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