A série Animal Crossing é muito popular no mundo inteiro, mas principalmente no Japão. Com uma jogabilidade simples, um mundo onde não existem perigos (exceto abelhas, essas são cruéis) e um visual fofinho, os jogos foram melhorando a cada iteração. Gráficos melhorados, novas funcionalidades e possibilidade de customização, e personagens cada vez mais vivos foram apenas algumas das melhorias que se tornaram aparentes com o passar dos tempos. Agora, na quinta edição da série principal, com toda a capacidade do Nintendo Switch de alcançar gráficos em HD e um mundo ainda mais vivo, a franquia finalmente alcançou seu ápice.
O que é Animal Crossing: New Horizons?
Para alguém sem experiência nenhuma na série, o jogo é uma ótima porta de entrada. Logo ao início do jogo, é solicitado que o jogador crie seu personagem, podendo alterar seu cabelo, cor da pele e olhos, boca e nariz. Um dos aspectos positivos foi que não existe diferenciação de gênero, apenas questionando ao jogador qual das duas aparências mais o agrada, tornando a experiência mais inclusiva.
Após isso, seleciona-se sua ilha e decide-se em qual hemisfério o jogo se passará, a fim de tornar as estações pareadas com o mundo real. Logo ao chegar na ilha, são apresentados o líder da experiência, Tom Nook, assim como os outros dois moradores iniciais, selecionados aleatoriamente. Nesse cenário, inicia-se a experiência Animal Crossing que os fãs tanto amam.
Imerso nesse cenário perfeito, os jogadores são encarregados de decorar suas próprias casas, construídas por Tom Nook em parcelas um tanto quanto superfaturadas. A fim de expandir seus lares, é necessário coletar recursos disponíveis pela ilha, fabricar ferramentas e mobiliários e interagir com os outros moradores para que sejam obtidas novas receitas e itens ainda melhores.
De ilha deserta a paradisíaca
Para progredir no jogo,é necessário aproveitar-se dos recursos naturais da ilha, e arrecadar fundos para novas melhorias. No entanto, em momento algum é ensinado ao jogador como utilizar as ferramentas, quais os controles e como tornar sua ilha um lugar dos sonhos. Dessa maneira, como em muitos jogos de sobrevivência, a experiência de se descobrir novas funcionalidades torna tudo ainda mais cativante.
Os seus companheiros de ilha não são pré-definidos, os recursos e layout da ilha são únicos por console, e tudo que ocorrer ali será vivido unicamente pelo jogador. Aliado ao fator de comunicação com outros jogadores, o conceito de vida virtual é potencializado, fazendo com que os jogadores criem laços com os habitantes e com a vila que construíram. Além de ser uma experiência que pode ser jogada sozinho, o jogo faz questão que jogadores se ajudem e compartilhem suas vivências. Diversas frutas e animais variam entre jogos e hemisférios, tornando a experiência cooperativa, além de divertida, necessária para se completar os principais objetivos.
Também, após algumas das missões iniciais é apresentado o museu, gerenciado pelo Blathers, uma coruja que morre de medo de insetos. O mesmo consiste em três categorias: Insetos, Peixes e Fósseis. No entanto, para completar o catálogo do mesmo, é necessário que o jogador esteja atento na sua ilha em horários e climas diferentes, visto que os seres seguem padrões reais para aparição. Claro, apenas com exceção dos fósseis, que aparecem aleatoriamente na ilha no início de cada dia. Isso torna o ambiente ainda mais vivo, e leva os jogadores a visitar suas ilhas diariamente a fim de interagir com sua vizinhança e procurar novos recursos.
Uma experiência multiplayer sem igual
Vale ressaltar que franquia, com o passar do tempo, proporcionou ambientes multijogador divertidos e relaxantes para encontrar seus amigos, socializar e compartilhar descobertas. E em New Horizons, a experiência é potencializada com a possibilidade de jogar localmente em até quatro pessoas, em até oito pessoas em consoles separados. No modo local, o líder comanda o controle da tela, podendo realizar suas atividades como normal. Já os outros jogadores conseguem coletar recursos e passar tempo com o jogador principal, utilizando objetos do cenário e interagindo com o ambiente. No entanto, tudo que for coletado no modo local será enviado à caixa de depósito presente na prefeitura, de maneira que o líder receba tudo que foi obtido na sessão.
Outro aspecto interessantíssimo da jogabilidade com outros jogadores é a distinção de recursos para cada região. Em ilhas do hemisfério norte podem aparecer tarântulas durante a noite, enquanto no hemisfério sul, os escorpiões tomam seu lugar. Ainda, em cada instância do jogo é possível encontrar apenas dois tipos de fruta (no meu caso, peras e cerejas). No entanto, o jogo conta com outras 4 opções, que podem ser obtidas apenas por trocas com outros jogadores, incentivando e tornando necessária a comunicação com outras pessoas para se obter tudo que o jogo oferece.
Um dos principais pontos negativos do jogo é que a mesma ilha é compartilhada entre todos os usuários de um console. Ou seja, quando uma conta inicia o jogo e define o layout da ilha, assim como a regionalidade da mesma, todos os outros jogadores que utilizarem aquele console viverão na mesma ilha. Essa funcionalidade foi bastante criticada pela comunidade, mas a Nintendo manteve-se firme na decisão, e optou por continuar com isso no jogo final.
Beleza e personalidade
Os personagens de Animal Crossing são extremamente cativantes. Além de terem aparências que combinam com seus estilos, os diálogos com os mesmos sempre contém sutilezas e comentários que os tornam amáveis. Desde piadinhas a expressões diferentes durante as conversas, os mesmos evoluem a cada dia na ilha, melhorando suas casas e tentando experiências diferentes. Aliado à necessidade de logar diariamente no jogo para se obter os melhores resultados, os personagens tornam a experiência ainda mais divertida, de maneira que nunca se sabe o que esperar quando abrimos o jogo.
Não podemos deixar de fora os personagens padrão da ilha, como o Tom Nook, Blathers, Timmy e Tommy, e principalmente a querida Isabelle. É sempre divertido entrar em seus estabelecimentos para ver o que andam fazendo enquanto o jogador saía para coletar novos recursos, ou realizar outras atividades. Um grande exemplo disso é se deparar com a Isabelle regando plantas em seu escritório, ou passando um espanador para tirar o pó dos livros. Blathers, por sua vez, dorme durante o dia, e quando recebe um inseto novo, resiste em falar e traz informações obscuras sobre os mesmos.
Já referente aos gráficos, não há o que comentar. Tanto sendo jogado em modo portátil quanto na tela da televisão, o jogo apresenta gráficos lindos, com animações fluidas e nenhuma queda de FPS. Os modelos dos personagens, objetos e animais estão detalhados, e quando entramos no museu vemos que o jogo entrega um visual digno no Nintendo Switch. A trilha sonora alia-se à estética do jogo, apresentando músicas relaxantes e que dão uma sensação ótima de se estar naquela ilha.
Férias em casa com Animal Crossing
Animal Crossing: New Horizons é uma experiência indispensável para qualquer um que esteja cansado do caos e estresse do mundo moderno. Além de apresentar uma ilha paradisíaca sem nenhum problema real, diversos personagens amigáveis e caricatos acompanham a experiência no local com diálogos divertidos. Também, contando com um visual belíssimo, os jogadores se apaixonarão por esse cenário perfeito que só pode ser encontrado no jogo.
Animal Crossing: New Horizons
Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 9
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 10
9.5
Indispensável no mundo atual
O jogo consegue apresentar um mundo vivo, repleto de atividades e coisas para descobrir! Vale ressaltar que nada de ruim acontece, então é uma experiência perfeita para relaxar e curtir!