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Análise: Cloudpunk é surpreendente

Com uma noite realmente longa.

Cloudpunk é um jogo de aventura open world com gráficos que misturam 3D com pixel art. A sua beleza se consistente no ambiente neon-noir, enquanto sua narrativa traz inúmeros personagens bem distintos. Enquanto isso, sua temática é familiar do famigerado Death Stranding, ou seja, você tem que fazer entregas. Então pegue o seu bonézinho azul dos correios e vamos para o review.

Nivalis é a cidade que não dorme

Neste game jogamos com a forasteira Raina que é uma recém chegada a cidade de Nivalis e novata no cargo de motorista da empresa Cloudpunk. Seguindo o lema de que “nenhuma entrega é difícil demais, e ninguém é mais rápido que um motorista da Cloudpunk”, Raina se envolve numa das piores noites de sua vida.

Em um mundo após a liberação dos androides para receberem direitos iguais aos humanos (Markus influenciou nisso?), eles foram substituídos pelos automatas em suas atividades de mão de obra. Mas o que são os automatas? Máquinas possuidoras de inteligência artificial. Um dos melhores exemplos é um aspirador de pó extremamente malandro que aparece no decorrer do game.

O universo desse jogo é extremamente rico e com muita história de background como essa revolução, lendas urbanas, a existência se um cyber místico chamado CORA e até a liberação de casamento entre humanos e androides.

Por conta disso, Raina encontra os mais diversos tipos de pessoas no decorrer de sua jornada, já que muitas vezes invés de fazer entrega de mercadoria, acaba tendo que servir de “uber”. Pessoas ruins, complicadas e com histórias tristes vão passar pela vida dela naquela noite, mudando completamente a sua concepção sobre muitas coisas.

Personagens carismáticos vão passar em sua jornada como um cachorro automata instalado no HOVA (carro voador) de Raina, um androide detetive que romantiza toda as suas falas, uma mulher chamada Dolly que foi vítima de clonagens e alguns outros personagens que podem ser classificados como “fdps”.

Cloudpunk

A história é definitivamente o ponto central de Cloudpunk

O gameplay de Cloudpunk é bastante funcional onde você praticamente tem que dirigir o seu HOVA de um ponto para outro, sair do veículo e ir realizar a entrega a pé.

Usando o R2 para acelerar e o L2 para dar ré, utiliza os comandos do L3 para controlar a direção, enquanto o R3 para subir ou descer a altura do carro voador. Deste jeito você é capaz de explorar o mapa não apenas num cenário reto, mas sendo algo dividido com locais mais altos e outros mais baixos, permitindo uma exploração mais complexa que as vezes me deixou perdido.

O jogo é basicamente o mesmo do começo ao fim. Você tem que dirigir e fazer entregas, porém, a atmosfera mesclada com a OST sensacional, gráficos lindos e história fazem com que o jogo consiga entregar uma experiência satisfatória.

Chega a parecer uma piada como um gameplay “repetitivo” tornou-se algo gratificante por causa desses aspectos enquanto Death Stranding, que possuía uma jogabilidade inovadora, se mostrava cansativo por conta da jornada solitária sem a presença de histórias que lhe prendiam.

Não tem nada mais relaxante do que ficar dirigindo em Nivalis, enquanto ouve música boa mesclada com o som de chuva.

Da mesma forma que Nivalis, Cloudpunk tem seus defeitos

Infelizmente esse belíssimo jogo tem sim seus defeitos e já devo ter deixado um deles bem explicito. Sua repetitividade é notável, o gameplay com a Raina na rua é totalmente baseado em andar e conversar com algum NPC ou pegar algum objeto. Só existe desafio quando deve realizar alguma entrega que há limite de tempo, mas fora isso? Nenhum obstáculo de fato se coloca em sua frente.

A maior dificuldade está em não detonar o seu HOVA, já que ele precisa de conserto de receber muitas batidas e vai sair do seu bolso arrumá-lo. Isso acaba pesando, pois no começo dinheiro está em escassez. Além disso, também tem que pagar gasolina, pois o mundo é capitalista.

O pior problema tem ligação com o que foi dito anteriormente, pois logo após cada tela de carregamento o jogo dá uma bela travada sem que ele pare de fato, então enquanto você estiver congelado vai acontecer de outros HOVAs ficarem te atingindo, enquanto o seu veículo está atomizado; tomando pancada sem poder desviar ou se movimentar.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Cloudpunk é um jogo fantástico que vale a pena testar

Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 7.5
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 10

8.9

Ótimo

Cloudpunk não é apenas algo para passar o tempo, pois suas histórias conseguem fazer o jogador ficar pensativo em assuntos atuais que são trabalhados no contexto deste universo, como o complexo do automata cachorro que estava com a AI instalada no HOVA e não conseguia mais se identificar como um dog e também não se via como cachorro. Preconceito e batalha de classes sociais também é bastante visto no decorrer da narrativa. Seus gráficos juntamente da música de fundo fazem deste game uma experiência extremamente gratificante.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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