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Análise: Ys IX: Monstrum Nox traz uma nova pegada na franquia

Aqui temos um Adol gótico trevoso

Ys IX: Monstrum Nox é o novo capítulo do consagrado RPG da Falcom que conta as aventuras de Adol Christin. Desta vez, o aventureiro está de passagem na cidade prisão Balduq e sua estadia será muito além do que uma simples visita nesse misterioso lugar.

Ys IX: Monstrum Nox será lançado para PS4 no dia 2 de fevereiro. As versões para Nintendo Switch e PC via Steam serão lançadas ainda em 2021, mas sem data prevista. Essa análise foi feita graças ao código cedido pela NIS America.

Uma fase sombria para Adol

Os fãs de YS já estão acostumados com cenários coloridos, cheios de luzes e cores diante das aventuras de Adol Christin. Porém, desde o título passado, Lacrimosa of Dana, vimos que a Falcom vem buscando amenizar mais esse visual. Desta vez, recorreram a um estilo mais “gótico”, incluindo que a principal aventura do nosso protagonista é em uma cidade prisão.

Tudo começa quando Adol, mais maduro do que nos títulos anteriores, chega na cidade de Balduq junto de Dogi, seu melhor amigo e é surpreendido por ter um mandado de prisão. Sem opções, ele aceita. Porém, não demora em conseguir uma oportunidade para escapar da prisão que foi construída numa antiga fortaleza.

Em sua fuga, ele conhece uma misteriosa garota chamada Aprilis que o dá poderes extraordinários de “monstrum” (ou kaijin, no áudio japonês) por meio de uma maldição. Com o nome de Crimson King, Adol acaba se envolvendo em algo muito maior.

Sendo um fugitivo e um monstrum, o protagonista ruivo foi obrigado a se disfarçar e mudar até a cor do cabelo para ter a oportunidade de se locomover nessa cidade sem ser descoberto. Infelizmente algo misterioso ainda o prende em Balduq.

Além de Adol como Crimson King temos mais cinco monstrums com suas próprias histórias e arcos, tornando eles personagens com profundidade e personalidade bastante própria, uma vez que YS normalmente tem personagens secundários pouco marcantes.

Inclusive, diferente dos outros games da franquia, dessa vez temos um plot mais complexo e bem trabalhado, ao invés de apresentar apenas um gameplay frenético com falas curtas. O que peca é a falta de dublagem na maioria dos diálogos, deixando pouco imersivo, já que é necessário ficar lendo várias e várias vezes alguém “mudo”.

Ys IX: Monstrum Nox

Menos frenético, mas Ys IX: Monstrum Nox ainda é YS

Como dito antes, Ys IX: Monstrum Nox é um pouco diferente dos seus antecessores, principalmente pela construção da história. Devido a isso, você não sai pelo mundo afora metendo a porrada em bichos sem parar e vez ou outra tendo um diálogo da história.

A maior parte do jogo se passa em Balduq e suas redondezas, isso inclui dungeons que existem nessa cidade e na prisão em que Adol ficou preso. Inclusive, o game tem sua narrativa dividida em capítulos e cada novo capítulo, mais partes da cidade é liberada para a sua exploração juntamente de side quests.

Aproveitando esse gancho, temos três tipos de missões:

  • Main Quests – são referentes à história principal
  • Side Quests – são histórias secundárias, mas que podem ter grande finalidade como conseguir aliados novos que te ajudarão em algo relevante
  • Raids – Aprilis convoca todos os monstrums para enfrentar uma horda de monstros sombrios junto de um boss na última wave.

Para o gameplay não ficar tão sem ação, surgem algumas esferas obscuras no mapa que ao se aproximar delas, inicia-se a batalha contra os monstros sombrios que não são visíveis a olhos humanos.

Isso dá um efeito legal ao game, já que a porradaria rola solta num outro plano existencial, onde o “plano humano” fica completamente congelado até o combate acabar.

Inicialmente, essa mudança fez com que eu sentisse um pouco de tédio por estar apegado às características dos YS anteriores, entretanto, não demorou para me acostumar e sentir que estava num verdadeiro YS ao adentrar uma dungeon repleta de inimigos e chefes soltando mil e um poderes alucinantes.

Jogabilidade de Ys IX: Monstrum Nox

Como de praxe, temos um botão para atacar, outro para dar “lock”, um de esquiva, saltar e combinações para usar as habilidades especiais. Talvez esse acabe sendo o maior pecado de Ys IX: Monstrum Nox.

Buscaram sair do tradicional em sua forma de narração e visual, contudo, se mantiveram nas origens em seu gameplay. Não é errado. Só que a configuração de comandos se mostra um tanto datada. Por exemplo, no PS4 é necessário apertar o triângulo para dar target em um oponente, uma vez que essa ação ficaria mil vezes melhor no R3 e liberaria espaço para outra ação no triângulo.

Fora isso, a jogabilidade ainda funciona muito bem. É algo ágil e dinâmico, onde você não ficará horas e mais horas enfrentando um único inimigo forte.

Cada monstrums tem suas vantagens e desvantagens, isso pode ser aplicado no gameplay. Adol, por exemplo, consegue causar mais dano em inimigos que estão no solo, enquanto Hawk apresenta vantagem sobre inimigos no ar. Suas individualidades não são usadas somente em combate, uma vez que cada um deles tem um gift (dom), permitindo acessar locais que seriam inacessíveis sem esse tipo de habilidade. Adol, como Crimson King, consegue disparar uma garra para alcançar alguns locais específicos ou avançar em certos inimigos, enquanto a White Cat é capaz de andar em paredes e o Hawk pode planar.

Ao mesmo tempo que há essa individualidade, eles pecam em deixar acessível demais. Basta ter feito uma interação com o monstrum detentor de tal dom, que essa habilidade estará disponível para toda a party.

Sistemas simples, mas em excesso

Em Ys IX: Monstrum Nox você pode dar upgrades em suas armas, equipamentos e muito mais. A opção é simples, bastando visitar o NPC próprio para isso e pagar (as vezes é necessário ter material).

Por mais que seja uma ação simples, temos isso em excesso no jogo. Você poderá aprimorar suas armas, seus equipamentos, seus acessórios, artefatos para auxiliar nas raids… E então entra outro fator, há mais de 2 NPCs que trazem armas, equipamentos e acessórios para te vender. Deste modo, você sempre conseguirá algo melhor, fazendo com que inicialmente o aprimoramento seja totalmente desnecessário.

Essa compulsão por melhorias obviamente pode ser mudado no late game quando tiver uma arma que não seja substituída de maneira tão fácil. Mas até chegar lá, será uma longa jornada.

Nesse primeiro momento, por mais que seja tentador ficar com tudo maximizado, o melhor é focar nos artefatos, pois eles protegem Aprilis durante as raids e, consequentemente, te dão maiores chances de vitória.

Gráficos que deixam a desejar

Eu sei, eu sei. O foco de YS nunca foi ter gráficos de última geração, contudo, podemos ver como faltou polimento nesse jogo. Há um serrilhado enorme, os cenários tem uma resolução baixa e pecam em detalhes, inclusive, tirando o modelo dos personagens pude notar pouca diferença de Ys IX: Monstrum Nox para com o Lacrimosa of Dana.

Há muitos outros JRPGs que o foco não é ter gráficos de nova geração e que conseguem ser muito bonitos e visualmente bem estruturados, infelizmente esse não é o caso do game que está mostrando um visual digno de Playstation 3, mesmo no nosso consagrado Playstation 4.

Da mesma forma que a falta de dublagem (seja a japonesa ou a americana) deixam a desejar na imersão do jogo, já que temos que ficar lendo algo mudo constantemente. Diferente de outros JRPGs que todos os diálogos relevantes tem áudios ou ao menos algum indicativo sonoro para vermos mais do temperamento dos personagens.

O mais triste é que na versão japonesa selecionaram um cast extraordinário de dubladores, e temos um show incrível nos momentos em que eles soltam a voz.

Análise: Ys IX: Monstrum Nox

Conclusão

Ys IX: Monstrum Nox não é um jogo ruim, pois está nos padrões de YS. Contudo, ele cria expectativas com suas renovações, mas não é capaz de atender essas expectativas. Seja pelo receio da Falcom em ser mais ousada e dar uma real renovação para a série ou pela falta de um refinamento melhor em seus gráficos.

Inclusive, joguei no PS5 por retrocompatibilidade e numa determinada cena aconteceu queda de FPS. A queda não foi causada por conta do console, mas sim porque a cena foi “gravada” com essa queda.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Ys IX: Monstrum Nox prova que inovar faz bem

Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 8
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 6
Narrativa - 7

6.8

Mediano

Ys IX: Monstrum Nox é um jogo mediano que atende bem a questão de ser um sucessor do game anterior, contudo, não atinge as expectativas que foram criadas desde o seu anúncio. Ele tem ideias legais, mas por estar enraizado não consegue apresentar o real potencial que poderia ter.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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