Da desenvolvedora Polonesa Asmodev e das editoras Art Games Studio S.A. e Ultimate Games S.A. surge Infernal Radiation – um game que mistura um terror humorístico e religiosidade em um mundo gótico fantasioso.
Esta análise foi possível graças a um código cedido pela empresa, a qual agradecemos a parceria.
O Cardeal Mascarado e o mundo em chamas
Na ilha de Halloween, engenheiros testam um jeito inovador de gerar calor. As raízes da usina elétrica entram fundo na terra, diretamente para o coração do Inferno, onde os reatores obtêm energia das almas ardendo. Quando um acidente acontece, a radiação infernal contamina a terra. Habitantes vivendo nas áreas contaminadas lutam com inúmeras possessões. É necessário um exorcista.
Com essa história, no mínimo, inusitada, começamos o jogo, sem muitas informações no papel do Cardeal Godspeed, que tem como objetivo encontrar as pessoas possuídas pelos demônios que escaparam no acidente e exorciza-los. Encontramos um cenário assustador onde tudo está em chamas, inclusive um ser vivo. Em nosso primeiro diálogo com esse ser, descobrimos que o fogo não é fatal, mas mantém suas vítimas em eterna agonia.
Notasse de cara que os diálogos não foram muito bem pensados e desenvolvidos, as conversas são vazias e o seu personagem tem um misto de orgulho e arrogância – não consegui definir exatamente o perfil do mesmo.
Fora um personagem ou outro mais interessante, no geral, falta profundidade em suas personalidade ou, até mesmo, um diálogo interessante.
Porém, vale ressaltar que o jogo possui legendas em PT-BR o que é um ponto super positivo para os gamers brasileiros!
Um conceito visual diferente, mas muito limitado
O jogo é simples, porém existem algumas limitações com relação as animações e o próprio cenário em si, como locais que possuem passagem, mas que seu personagem fica preso em uma parede invisível e “horizontes infinitos”, tornando a experiência visual bem limitada.
Os efeitos visuais deixam a desejar, não prendem a atenção e os personagens não possuem carisma algum, diferenciando-se uns dos outros apenas por uns detalhes como o tamanho e/ou suas máscaras, exceto pelos cardeais que você encontra pelo caminho e que são, praticamente, o mesmo personagem.
Os inimigos são seres possuídos por demônios, tendo sua aparência e tamanho modificados, em alguns casos, drasticamente. Nesse ponto encontrei uma variedade considerável, mas nada que surpreenda ou justifique sua aparência.
Um estilo fácil de aprender, difícil de masterizar, mas que enjoa rapidamente
O jogo possui elementos de RPG, com evolução de status, barra de vida e estamina, mas é, em sua essência, um arcade. As batalhas, em 3D, ocorrem no próprio local onde você encontra o adversário.
Seu objetivo será exorciza-los e, para isso, seu personagem os ataca utilizando umas esferas de fé, com o botão esquerdo do mouse, e se defende com uma esfera de proteção momentânea, com o botão direito. Ao se defender, você rebate o ataque inimigo fazendo com que sua barra de estamina diminua e, com isso, ele receba mais dano dos seus ataques até que sua vida chegue a zero. No entanto, não se engane, cada inimigo possui um padrão de ataque diferente e a cada movimento usado existe um pequeno cooldown, fazendo com que você precise aprender rapidamente os seus padrões e timing de ataque para obter sucesso.
Esse é, possivelmente, o ponto mais forte do jogo, mas, infelizmente, ele não possui muitas mudanças ou variações ao longo do tempo, tornando se bem repetitivo rapidamente, além do mais, alguns inimigos possuem várias “vidas” fazendo com que algumas lutas se tornem repetitivas, mesmo que, a cada vida perdida, seus ataques se tornem mais intensos e rápidos.
Uma trilha sonora que convence e efeitos sonoros que confundem
Infernal Radiation tem uma mescla de trilha sonora que muda do clima de terror nas explorações para um tipo de terror eletrônico nos combates. Para mim, funcionou bem, embora quebre um pouco o terror, não chega a estragar imersão do jogador. Já os efeitos sonoros, eu entendi que fazem parte do terror humorístico do jogo, pois os sons parecem sair de um jogo antigo de fliperama, especialmente no combate. Em resumo, não é ruim, mas também não surpreende em nada.
Conclusão
Infernal Radiation tem uma premissa que gera bastante curiosidade, porém se perde rapidamente com seus diálogos fracos e progressão limitada. Seus gráficos e animações são simples e sua batalha, que seria o mais interessante, perde seu potencial rapidamente. Isso tudo somado a trilha e efeitos sonoros simplórios, torna a experiência geral do jogo bem limitada a poucas horas de diversão.
O jogo está disponível na plataforma Steam por um preço bem acessível e tem pretensão de sair para Nintendo Switch no primeiro semestre de 2021.
Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Infernal Radiation
Visual, ambientação e gráficos - 4
Jogabilidade - 5
Diversão - 4
Áudio e trilha-sonora - 5
4.5
Muito fraco
Infernal Radiation tem uma premissa que gera bastante curiosidade, porém se perde rapidamente com seus diálogos fracos e progressão limitada. Seus gráficos e animações são simples e sua batalha, que seria o mais interessante, perde seu potencial rapidamente.