Terra Nil foi anunciado oficialmente pela desenvolvedora Free Lives e pela publisher Devolver Digital com um belo trailer no dia 7 de Junho, e deixou muita gente animada. A bela direção de arte e a incrível trilha sonora foram os grandes destaques do jogo. Nós, assim como muita gente, ficamos curiosos sobre as mecânicas do jogo. Eu, como um bom fã de simuladores e puzzles, fui o encarregado de testar esse jogo e, meus jovens, como eu gostei do pouco que pude testar.
Para dar um pouco de contexto sobre o jogo, Terra Nil era um jogo de estratégia gratuito em Pixel Art relativamente conhecido, que fazia com que jogadores tivessem que restaurar ecossistemas em um futuro pós-apocalíptico. Basicamente, era necessário rejuvenescer um mundo árido e destruído para restabelecer a natureza cultivando uma nova fauna e flora. Por isso o jogo foi anunciado como um construtor de cidades reverso pela Devolver Digital. Ao contrário de jogos como Sim City e Cities Skylines, em que temos que construir uma cidade do zero em terreno virgem, em Terra Nil, precisamos reconstruir a biodiversidade.
Entendendo Terra Nil
A premissa do jogo é bastante interessante, e combina incrivelmente com as escolhas de arte e som. Como vocês podem ver acima no vídeo da demo que eu pude jogar essa semana, a mesma que vocês vão poder testar durante a Steam Next Fest, o jogo tem gráficos lindos, com detalhes espalhados por todas as partes, que representam o retorno da natureza em um ambiente inóspito. Praticamente todos os objetos na tela, com exceção das pedras, possuem algum tipo de animação que, em combinação com a trilha sonora extremamente calma e bem escrita, trazem uma experiência meditativa de primeira qualidade.
Há diversas construções à disposição, desde Turbinas Eólicas, que geram energia para a construção de outros edifícios, à Escavadoras que criam valas artificiais para desviar ou criar rios. A sua imaginação será colocada à prova e, à medida que os desafios vão avançando, novas estruturas, que permitem o restabelecimento de biomas diversos, vão surgindo. Os mapas gerados proceduralmente em Terra Nil oferecem possibilidades infinitas para que se possa vencer os desafios.
Um jogo que exige planejamento
Entretanto, não ache que o jogo seja um passeio. Há sim certa dificuldade, e será necessário entender bem as mecânicas do jogo para seguir para os outros níveis. Sendo um jogo de estratégia e simulação, é preciso pensar muito bem cada movimento e passo para garantir que se tenha recursos o suficiente para esverdear o mapa por inteiro. Ou seja, os fãs de jogos de administração de cidades, estratégia ou puzzles são o alvo da Devolver Digital e da Free Lives, desenvolvedora do também conhecido Broforce.
Cada ação no mapa pode ser desfeita imediatamente. Contudo, não é possível desfazer ações após outros edifícios serem construídos, o que realmente exige planejamento durante o gameplay. Não há inimigos ou quaisquer eventos naturais que prejudiquem o seu avanço, pelo menos na Demo, então avançar para outros biomas só dependerá de você. Toda a economia do jogo gira em torno da moeda de custo dos edifícios, que são folhas, e cabe a você administrar bem esse seu dinheiro, ou matagal no caso, para garantir que ele não acabe antes de cobrir o mapa inteiro com biodiversidade.
Eu pessoalmente fiquei bastante interessado pelo jogo durante curta experiência de duas horas que eu tive. Pude zerar a demo de Terra Nil três vezes nesse tempo, e cada uma das jogadas trouxe uma experiência diferente por conta do fator procedural dos mapas. Tudo bem que o jogo ainda está longe de ser lançado, mas confesso que Terra Nil pode ser bastante impiedoso, deixando certas áreas do mapa extremamente difíceis de serem alcançadas. Nessas tentativas, o game over é quase certo.
Uma experiência em desenvolvimento
Além disso, principalmente por estar longe de ser lançado, o jogo não está nada otimizado, e eu pude perceber quedas bruscas de FPS durante as animações. Tanto a RTX 2060 quanto o processador I7 9750H do Lenovo Y540 penaram para processar tudo o que estava acontecendo no jogo, e já no terceiro mapa apresentado em Terra Nil eu ficava constantemente nos 30 FPS. Obviamente, eu estou compartilhando essa informação somente por questões acadêmicas, já que o jogo ainda vai ser otimizado mais próximo do seu lançamento.
Resumindo, se você, assim como eu, gosta de jogos de administração de cidades, estratégia ou até mesmo puzzles, Terra Nil tem muitas chances de te agradar. Toda a experiência do jogo foi muito bem dirigida pela Free Lives, que soube harmonizar maravilhosamente a trilha sonora meditativa com os belos gráficos e animações. Todas as escolhas de arte combinam bem com a temática do jogo, e eu mal posso esperar para poder jogar mais de Terra Nil. A única ressalva é que até o momento o jogo não conta com qualquer tradução para português, o que acaba impossibilitando a experiência para muita gente. Fique tranquilo, que a gente já perguntou isso para a Devolver e postaremos aqui no site a resposta quando fizermos a análise do jogo.