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Preview: Glitchpunk, um GTA 2 com tema Cyberpunk

GTA cyberpunk como nunca visto antes

Desenvolvido pela Dark Lord e publicado pela Daedalic Entertainment, Glitchpunk é, resumidamente, um GTA 2 com temática Cyberpunk e que encontra-se em Early Access para PC (Steam). No momento, o jogo não possui tradução para PT-BR.

Esse preview foi possível graças a um código cedido pela produtora a qual agradecemos a confiança e parceria.

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História Cyberpunk clássica

Começamos o game na frente de uma igreja e sem memória do que houve e de quem somos. Magnus, líder de um grupo religioso fanático chamado Ordor, entra em contato e faz diversos questionamentos para saber se está lidando com um humano ou androide – referência clara ao teste voight-kampff – chegando à conclusão de que somos o segundo (independente de nossas respostas). Apesar de sermos um androide, não somos como os outros, possuímos uma característica especial chamada “glitch” (bug) o que nos permiti agir contra nossa programação.
Devido essa nossa “condição”, nos tornamos um mercenário e passamos a exercer várias missões de assassinato, roubo de carro, entrega de drogas entre outras.

Inicialmente, teremos 3 missões para concluir que, essencialmente, servem para nos apresentar os 3 grupos para os quais poderemos trabalhar e suas ideologias. Após essas, a relação e a ordem de conclusão ficam a critério do jogador e, inclusive, isso irá definir um dos vários finais disponíveis no game. Esse tipo de história – para quem é fã da temática, como eu – tem clara referência a vários livros e filmes cults do tema e, por mais simplista que possa parecer, me agradou bastante.

Uma cidade Cyberpunk bonita, mas que não convence

Antes de mais nada, vale ressaltar que o game foi desenvolvido na engine Unreal 4 e não sabia que ela era capaz de criar algo tão diferente do que já havia vejo tradicionalmente quando a indústria a utiliza. Visualmente, Glitchpunk não entrega nada absurdo em questão gráfica. Temos uma câmera top-down que nos entrega algo simples e nostálgico, mas que não convence.

Diferente de sua fonte inspiradora, o visual do game parece morno e sem graça, entregando uma cidade quase fantasma, confusa e repetitiva. As construções são bem parecidas e não possuem nada de inovador. Eu entendo o objetivo dos criadores em criar algo nostálgico, mas, como um jogador e fã da franquia, senti o conteúdo visual e o cenário de GTA II MUITO mais interessante. Sendo justo, o gráfico do game é ruim, apenas, para a época atual, não demonstra nada de inovador ou empolgante.

Uma parte que poderia ser bastante interessante é a troca de tiros, aonde temos um game bem no estilo arcade. Porém, temos um problema muito grande – em seu estágio atual de preview – que é a instabilidade. Apesar de nos entregar algo simplista e , aparentemente leve, Glitchpunk usou o máximo do meu PC e, ainda assim, tive vários engasgos e crashes, o que foi surpreendente negativo dado a aparência simples do jogo. Pelo que pesquisei na comunidade, esses problemas não são pontuais e, aparentemente, seus produtores já estão cientes e criando soluções para patchs futuros. Afinal, o jogo acabou de ser liberado em acesso antecipado, estamos em sua primeira versão para o público.

Parece mais um mod do que um jogo novo

Como já mencionado anteriormente, o game é uma “cópia temática” de GTA II, o que significa que o Glitchpunk traz muitas missões e/ou referências ao seu antecessor. Existem várias – e repetitivas – missões como transportar um carro de um ponto a outro, assassinar alguém ou transportar um NPC/algo. Os controles se resumem ao clássico WASD e mouse, com pouca variedade a se mencionar a não ser o hack mode, aonde ativamos em uma câmera alternativa que nos permite selecionar selecionar um alvo e utilizar de algum dos hacks instalados para executar diversas ações, como matar ou colocá-lo em um surto de loucura, onde todos ao seu redor se tornam inimigos para ele.

Essa, provavelmente, é a parte que mais tem potencial no game. Seja utilizando isso para invadir lugares, ou para eliminar alvos de forma discreta. Vale lembrar, novamente, que o game se encontra em early access, o que significa que muita coisa pode ser melhorada e/ ou adicionada no futuro. Essa parte, por exemplo, foi a que mais me interessei, ao fazer esse preview de Glitchpunk podendo ser mais explorada ainda, no futuro.

Atualmente, o que mais tem me incomodado no jogo, é a IA aplicada no game. Os policiais e os cidadãos são muito “paradões” e possuem vários erros grandes de optimização e programação, chegando ao ponto de enfrentarmos paredes invisíveis, encaramos um “exército” de policias facilmente, vemos cidadãos “batendo de cara” em muros e não conseguirmos fugir da polícia por conta própria pois ela está presente em cada centímetro da cidade – que não é muito grande – e demoram um tempo absurdo para começar a “esquecer” e aliviar para o jogador. Lógico que esse último detalhe faz mais sentido com a realidade apresentada no game, afinal, estamos no futuro do futuro, o que significa que passar impune por um crime não deve ser nem um pouco fácil. Porém, dentro do gênero do game, isso acaba se tornando um pouco frustrante e cansativo com o tempo.

Trilha sonora “massa”, dentro dos carros

Sonoramente falando, Glitchpunk possui exatamente a mesma característica de seu antecessor, uma rotina de caminhada mais silenciosa, com algumas rádios disponíveis ao adentrarmos em um veículo. Isso é bem bacana, se consideramos a imersão que o game quer atingir, visto que, especialmente nas perseguições, essas rádios ajudam a criar o clima certo para o momento.

Algo que poderia ser um destaque no game, seria o som “ambiente”. Normalmente, dentro dessa temática cyberpunk, o mundo é superpopuloso, o que significaria muitos sons de vozes, vendedores e conflitos policias. Aqui, o mundo parece completamente morto. Temos sim, alguns sons de cidade, mas, devido, a falta de mais barulhos e de mais pessoas e veículos, a mesma parece quase fantasma, o que não se encaixou na temática apresentada.


Glitchpunk tem potencial, mas ainda falta muito

Fazer o preview de Glitchpunk me causou um mix de sentimentos. Por um lado, o game me trouxe uma nostalgia muito bacana e um interesse absurdo devido a temática, por outro, foi uma decepção grande do quão “morna” é a cidade apresentada. Na minha opinião, a parte mais divertida são os mods que instalamos e o enredo, porém, o game se torna tão vazio e repetitivo que, dificilmente, nos prende até chegarmos em um dos seus diversos finais.

É uma grande pena que dentro do tema utilizado, o game possua um mundo tão vazio de sons e de pessoas pelas ruas, o que nada completamente contra a maré do cenário, aonde se é indagado, justamente, o efeito da superpopulação que nos aguarda no futuro.

Se vale a pena? O game ainda está em early access, o que significa que muitas coisas ainda serão corrigidas e implementadas… Se você for fã de GTA II, muito provavelmente vai se animar com o futuro do game, assim como eu.

Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

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