Análise: Death Stranding Director’s Cut traz uma experiência aprimorada
Kojimagod fez um bom trabalho.
Lançado originalmente em 2019, Death Stranding foi um divisor de águas entre aqueles que o idolatravam e outros que achavam o jogo superestimado por ter sido desenvolvido pelo lendário Kojima e um cast de peso. Agora, em 2021, estaremos fazendo a análise de Death Stranding Director’s Cut que é uma versão robusta do game lançado exclusivamente para Playstation 5.
A maior pergunta que fica no ar, Death Stranding Director’s Cut vale a pena? É como se fosse um Liga da Justiça Snyder’s Cut? Leia a análise até o final, pois vai descobrir tudo sobre essa nova versão do game.
Essa análise de Death Stranding Director’s Cut foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela produtora.
Conecte a América e salve o mundo
Para que essa análise não fique demasiadamente longa, irei focar nas novidades em relação ao jogo. Principalmente pelo fato de que essa é a minha segunda jogatina, então pude realizar um bom comparativo entre ambas versões. Desde já, devo dizer que por meio desta análise não estarei repetindo pontos da anterior (que pode ser lida aqui), será em relação aos “cortes do diretor” e se é realmente um motivo para adquirir e jogar a nova versão ou não.
Quando Death Stranding Director’s Cut foi anunciado por meio de um trailer, tivemos a oportunidade de ver algumas coisas que seriam incluídas nesta edição como uma base subterrânea repleta de inimigos e uma piadinha referente a Metal Gear Solid, onde o Sam tenta utilizar uma caixa de papelão. No decorrer dos trailers, mais e mais aspectos foram sendo apresentados. Contudo, o que realmente mudou no jogo?
Antes de falar o que mudou, já cito o que não mudou. A história é a mesma, contudo, há novas pequenas narrativas para justificar algumas adições. Essas narrativas não interagem diretamente com o plot central do jogo, fazendo com que seja algo bem de missãoo secundária.
Além disso, os capítulos que são demasiadamente longos continuam longos da mesma forma. E levando em consideração que agora há novas entregas, o jogo será ainda mais longo. Se Death Stranding já era um belo teste de paciência… Death Stranding Director’s Cut é o ENEM da paciência.
O termo “um jogo de experiência” está fazendo jus ao nome
Desde o anúncio de Death Stranding, o diretor Hideo Kojima mencionou que seria um novo tipo de jogo que ele nomeia como “jogo de experiência”. A ideia central, sem dúvidas, é fazer o jogador ter uma experiência imersiva na pele de Sam Porter Bridges. Ele conseguiu atingir esse objetivo, principalmente pela quantidade de detalhes que o game apresenta, ainda mais pela forma que ele passa com excelência as sensações e dificuldades do personagem em superar seus desafios.
Death Stranding Director’s Cut consegue superar expectativas dessa questão graças ao hardware do Playstation 5. A utilização do Dual Sense fez uma diferença gritante durante o gameplay. Quando o jogo foi lançado pela primeira vez no Playstation 4, vários áudios saíram do controle para dar uma sensação mais imersiva como o choro do BB. Entretanto, utilizando o Dual Sense temos uma imersão muito maior que o controle antigo não era capaz de trazer.
Começando pelos gatilhos adaptativos, eles não estão sendo utilizados apenas para as armas. Por termos que segurar R2 e L2 para manter o equilíbrio do Sam, conseguimos sentir uma resposta dos botões de acordo com a quantidade de carga que estamos levando. Se o peso é alto, então teremos botões mais duros que dificultam o pressionar para mostrar que manter o equilíbrio não está fácil.
Você também consegue sentir uma sensação em relação ao solo por conta das vibrações do controle. Se desceu uma altura considerável, poderá sentir um impacto nas mãos, se esbarrou numa pedra terá a mesma sensação. Na parte da neve, você consegue sentir como se estivesse passando por ela.
O áudio 3D que o console proporciona também fez uma bela diferença para o mundo de Death Stranding e, claro, os gráficos renovados também deram uma renovada na beleza desse mundo pós apocalíptico repleto de paisagens naturais. Inclusive, há dois modos de jogos onde o desempenho busca trazer 4K dinâmico com 60 FPS, enquanto o modo fidelidade leva o jogador aos 4K nativos. Além disso, ambos os modos trazem consigo HDR e melhoria nas texturas.
Ainda falando sobre o mundo e experiência de jogo, na análise anterior o Leonardo Coimbra citou que o jogo se tratava de uma aventura solitária, já que a maioria do contato humano que o jogo traz é por meio de hologramas. De alguma forma, Death Stranding Director’s Cut trouxe uma leve melhoria nesse aspecto. Temos mais músicas de fundo, transformando a solidão num momento de contemplação e, além disso, há outros portadores andando entre as bases. No jogo anterior já víamos alguns portadores, então isso não é de fato uma novidade, contudo, agora ficou menos raro esbarrar com algum. E também há missões de resgate de portadores perdidos, proporcionando boas recompensas.
A weapon to surpass Metal Gear
Continuando essa análise de Death Stranding Director’s Cut, uma das novidades que foram adicionadas no jogo foram as bases subterrâneas. Trazendo um feeling de Metal Gear, você terá que fazer uma melhor utilização do stealth para conseguir se sair bem nessa parte e desvendar um mistério por trás dessas bases. Talvez alguns vão ver isso como desnecessário e eu não discordo dessa visão, porém, é mais uma atividade muito bem vinda ao jogo.
Para novas ameaças, também temos novas armas. Logo de começo recebemos a Maser Gun que é uma arma que dispara descargas elétricas e será a sua fiel companheira para confrontar os MULAs e terroristas sem matá-los. Ela consegue desacordar os inimigos e deixá-los dessa forma por um ótimo tempo, diferente da boladeira que os prendiam por poucos minutos. Além de incapacitar os inimigos, a Maser Gun serve para parar veículos e eletrocutar os passageiros.
Isso deixa você numa situação menos passiva em relação aos primeiros encontros contra os MULAs.
Além disso, também temos um exoesqueleto de suporte inicial que é mais fraco em comparação aos que recebemos no capítulo 2 e 3. Contudo, para o começo do jogo ele já se mostra bastante útil, tornando a experiência inicial menos cansativa.
Há outros equipamentos adicionados como a catapulta de cargas que vai disparar suas cargas para uma região X da rede quiral, fazendo com que você não precise carregar as cargas e possa apenas ir concluir os pedidos. (Utilizar isso, mais o fast travel da Fragile é uma ótima opção)
Para não abandonar sua moto em certas ocasiões, temos duas opções que podem ser bem úteis. A primeira é uma rampa que permitirá você ir a longas distâncias pelo ar, mas isso vai depender muito da sua velocidade. E a outra é uma ponte quiral que permite que você caminhe ou passe de moto por cima da buracos, penhascos e afins. Contudo, se estiver chovendo ou nevando, a ponte fica inacessível.
E minha adição favorita, é que aquele robozinho que você colocava para fazer entregas recebeu uma atualização e poderá te acompanhar durante a viagem. Além de carregar cargas e aliviar o peso em suas costas, você também pode deixar que ele te carregue durante o caminho. Mais mordomia do que isso? Impossível.
Por fim, o jogo também adicionou novas opções de customização como mudar a cor da cápsula do BB ou fazer modificações na sua mochila de carga.
Death Stranding Director’s Cut vale a pena?
Essa é, sem dúvidas, a pergunta que está na cabeça de todo mundo. Death Stranding Director’s Cut vale a pena, ainda mais para jogadores de primeira viagem. Aqueles que já jogaram o jogo original e querem repetir a dose, vão se sentir felizes em aproveitar uma experiência mais completa desse jogo e se surpreender com as novidades que foram colocadas. Contudo, não adianta pensar que essa versão tornou o jogo perfeito, pois ainda estará testando a sua paciência em te colocar em situações complicadas, desgastantes e alguns capítulos mais longos do que deveriam. Independente disso, Death Stranding Director’s Cut brilha em renovar um game que já estava muito bem estabelecido.
Essa análise de Death Stranding Director’s Cut segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Death Stranding Director's Cut é a oportunidade de rejogar essa obra
Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 9
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 8.5
Novidades e melhorias - 8.5
9
Excelente
Death Stranding Director's Cut é a versão definitiva do jogo desenvolvido por Hideo Kojima. Ameniza alguns dos problemas encontrados no primeiro game e traz muitas novidades, contudo, as ressalvas ainda são as mesmas de outrora. Veja bem o estilo do jogo antes de comprar.