Super Robot Wars, também conhecido como Super Robot Taisen, é uma consagrada franquia japonesa de RPG tático que já tem 30 anos de existência. Sua proposta é baseada em trazer um super e ousado crossover de inúmeros animes de mechas que fizeram sucesso, onde podemos listar Gundam, Code Geass, Gaogaigar, Mazinger e vários outros. A nossa análise é sobre nada menos que o jogo comemorativo do aniversário de trinta anos e, além disso, Super Robot Wars 30 é o primeiro jogo da série que foi lançado no ocidente.
Quer saber mais sobre esse game? Continue lendo!
Essa análise de Super Robot Wars 30 foi feita graças a um código da Steam que foi cedido pela Bandai Namco. O game está disponível apenas para PC no ocidente, porém, no oriente também foi lançado para Playstation 4 e Nintendo Switch.
O crossover mais ousado de todos os tempos
Vingadores? Liga da Justiça? Power Ranger Force? Não! Nenhum deles é o crossover mais ousado de todos os tempos. Super Robot Wars 30 traz consigo o maior de todos os crossovers ao unir animes de mecha dos anos 70 até os dias atuais. E o melhor de tudo isso? É a forma que adaptaram o enredo do game. Não tem ligação com multiverso ou algo do gênero. Simplesmente trouxeram o conceito de amálgama para o jogo.
Para quem não sabe, amálgama é o conceito de misturar diversas coisas numa única. Consequentemente, vemos em Super Robot Wars 30 um mundo em que todos os animes citados fazem parte e, consequentemente, esse mundo é extremamente caótico já que todas as guerras e calamidades ocorridas nas determinadas séries são canônicas. Em alguns casos, temos adaptações que trazem influência de um personagem de série X estando envolvido num evento da série Y. Por exemplo, logo de começo temos uma pequena história que a Guerra de 1 Ano (Gundam) aconteceu durante a busca do Imperador Lelouch (Code Geass) em busca da Caixa de Laprace (Gundam Unicorn).
Não irei me aprofundar no plot, pois seria entregar o ouro do game, uma vez que o mais divertido é ver como encaixam personagens icônicos na história de maneira tão natural. Contudo, o jogo contém a opção de selecionar entre o protagonista masculino ou a protagonista feminina, dessa forma você tem duas opções de nações. De acordo com a sua escolha, a história seguirá um rumo distinto. Apesar disso, a escolha que faz maior diferença é realmente relacionado a nação do seu protagonista.
Fórmula simples e funcional
É inegável que durante seus 30 anos de existência, Super Robot Wars sempre seguiu a mesma forma de gameplay. E isso está longe de ser ruim. Afinal, por mais que seja a mesma fórmula, sempre houve uma notável evolução seja por conta dos gráficos, detalhes do mapa/modelos, adição de novas mecânicas e etc. Consequentemente, o jogo do qual estamos falando nessa análise, o Super Robot Wars 30, traz o maior auge atual de jogabilidade da franquia.
Por se tratar de um RPG tático, temos uma equipe de mechas num mapa contra um número considerável de inimigos. Como de praxe, o sistema já é bastante conhecido para fãs de Final Fantasy Tactics e Disgaea, uma vez que a movimentação é feita de maneira familiar a um tabuleiro, onde você seleciona para qual zona se movimentar e posteriormente qual inimigo atacar.
Em Super Robot Wars 30, você terá que se preocupar com a quantidade de vida, munição e energia da sua máquina. O primeiro aspecto é óbvio, enquanto os outros funcionam da seguinte maneira… Cada ação ofensiva ou defensiva consome uma quantidade de energia, se ela for consumida por completo ocorrerá de seu robô não poder mais executar ações até ela ser restaurada. Enquanto a munição é um limitador para alguns golpes mais poderosos.
O conceito base do sistema de batalha se baseia em “toda ação tem uma reação”. Durante seu turno, você ataca um oponente e ele realiza uma ação contra isso, normalmente é um ataque automático. Durante o turno inimigo, ele te ataca e você pode selecionar uma das seguintes reações: atacar, contra-ataque, esquiva ou defesa.
Esquiva garante maior sucesso em evitar o golpe, porém, tem um pequeno risco de você não conseguir executá-lo com eficiência. Se isso ocorrer, você toma dano e apenas perde a oportunidade de atacar seu oponente no turno dele. A defesa, por sua vez, bloqueia a maior quantidade de dano, apesar de você ainda ser levemente punido. Por fim, tanto o ataque quanto o contra-ataque tem a mesma função, já que o inimigo te ataca e consequentemente você faz uma ofensiva em resposta, contudo, o maior diferencial está que o ataque normal faz com que você economize energia, enquanto o contra-ataque permite que você selecione qual investida será utilizada para punir o seu opositor.
Apesar de bastante simples a lógica do sistema de combate, temos também outras implementações como o uso de “suporte”, que se baseia em outro aliado estar próximo e também realizar um ataque após a reação do seu inimigo, totalizando em dois ataques durante o turno.
Não é apenas de ofensivas que o Super Robot War 30 se baseia, uma vez que também há habilidades com efeitos variados como restaurar a vida ou energia de seus aliados. Normalmente isso se baseia na equipe de suporte, que são personagens que não pilotam mechas, mas fazem parte da missão apenas para dar apoio aos pilotos.
Um jogo de camadas
Super Robot Wars 30 pode ser sim um jogo bastante simples por conta de seu gameplay e isso é cativante para os jogadores de primeira viagem, contudo, ele pode ser mostrar mais complexo por conta de suas opções de upgrade, equipamentos auxiliares e muito mais. Essa parte é mais puxada para os “pro players” que buscam montar builds avassaladoras com seus mechas favoritos.
Se eu fosse me aprofundar no tema, o texto ficaria deveras longo e chato para quem não é apreciador desses sistemas mais complexos. Entretanto, ainda irei comentar que no geral vale a pena até mesmo os jogadores que só querem passar o tempo e sentir nostalgia darem uma leve dedicada nos upgrades, acessórios e afins, pois isso amplia o número de casas que sua equipe pode percorrer, dano desferido, resistência e muito mais.
Muitas horas de gameplay
Chegamos num ponto delicado, pois quanto tempo dura Super Robot Wars 30? Isso se torna extremamente relativo, uma vez que você pode apenas realizar as missões principais de história e ignorar todo o resto. Se fizer isso, o jogo não vai ser tão demorado. 15~20 horas se torna o suficiente para terminá-lo. Contudo, há inúmeras missões. Algumas delas, por exemplo, tem uma duração muito longa por conta da quantidade de inimigos na tela. Outro fator que vai influenciar no tempo de jogo será a sua equipe, uma vez que alguns robôs têm um desempenho melhor do que outros, seja para eliminar apenas um inimigo ou causar dano em área.
Inclusive, o jogo contém inúmeras missões que são perfeitas para maximizar os status de sua equipe e conquistar recursos. Fazê-las será algo ótimo para a sua evolução, mas, em contrapartida, fará com que o seu tempo de jogo seja ainda maior. Não é raro jogadores da franquia de Super Robot Wars terem saves que ultrapassam as 100 horas de jogo.
Gráficos e trilha sonora
Os gráficos de Super Robot Wars 30 são bem simples, usando modelos em 3D na maior parte do tempo. É realmente bastante simples, onde até a história é contada como se fosse uma visual novel tendo apenas o desenho do personagem movimentando a boca e tendo reações. O momento que vemos algo mais trabalhado é no combate quando selecionamos as ações, vemos uma animação 2.5D dos robôs se movimentando e utilizando os seus melhores golpes e isso é, sem dúvidas, o maior brilho do game. Contudo, essa simplicidade não é algo que dê para criticar ao todo, já que a franquia usa esse estilo há tanto tempo. Apesar disso, Gundam SD G Generation que segue os mesmos moldes traz visuais bem mais bonitos e trabalhados.
O maior destaque é a trilha sonora que traz consigo a abertura e soundtrack de todos os animes envolvidos nesse crossover. Normalmente quando você realiza uma ação com um robô, começa a tocar ao fundo a música tema dele até que você execute uma ação com o outro. Isso é algo que eleva para outro nível a nostalgia que Super Robot Wars 30 envolve.
Provavelmente o maior ponto fraco do game está no áudio da história, onde só temos a opção de “ler”, já que os os personagens são auditivamente mudos e isso tira um pouco da imersão.
Conclusão da análise de Super Robot Wars 30
Para concluir essa análise de Super Robot Wars 30, preciso primeiramente dizer que esse jogo se trata de um game bem nichado. Não é para todo mundo, já que ele foi produzido para os fãs de animes de mechas e, consequentemente, fãs de RPGs táticos. Como fã, fico feliz que finalmente a série chegou ao ocidente, mesmo tendo sido de forma tão limitada por ter saído apenas para Steam.
Se você se encaixa no grupo descrito, saiba que é uma compra obrigatória. Você terá bons momentos e poderá se divertir bastante, além de ter momentos desafiadores mesmo com os seus robôs muito bem upados.
Super Robot Wars 30 pode até pecar em ter gráficos tão simplórios em comparação a sua contraparte de Gundam, porém, isso não torna ele menos satisfatório. Esse jogo é uma esperança para os fãs que querem a localização de mais materiais das séries que amam.
Essa análise de Super Robot Wars 30 segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Super Robot Wars 30 é o melhor jogo para iniciar a franquia no ocidente
Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 9
8
Ótimo
Por já ter tido uma evolução digna desde o seu primeiro lançamento, Super Robot Wars 30 é o melhor jogo para os novos fãs de aventurarem. Apesar dele não ser perfeito e notavelmente ter alguns fatores que daria para melhorar, como não ter dublagem em meio da sua história. Apesar disso, é um ótimo RPG tático que trará diversão e nostalgia para os fãs de animes de mechas e amantes de RPGs.