Análise: Salt and Sacrifice traz um novo nível de dificuldade
Você foi obliterado
2022 é, sem dúvidas, o ano dos soulslike, pois em apenas cinco meses tivemos grandes títulos como o tão aguardado Elden Ring, o polêmico Stranger of Paradise, o nacional Dolmen e agora estamos aqui fazendo a análise de Salt and Sacrifice. Sendo uma mescla perfeita de soulslike com metroidvania, o jogo é a continuação do elogiado Salt and Sanctuary e carrega consigo a responsabilidade de manter o legado do seu antecessor. Será que o game tem sal suficiente para bater de frente com os outros títulos citados? Continue lendo essa análise para descobrir.
Essa análise foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela distribuidora.
O início da inquisição
A narrativa se dá início quando um inquisidor está em caminho para sua missão de exterminar e devorar os tenebrosos magos. Porém, um acidente ocorre em meio da jornada e ele enfrenta uma criatura bestial que o derrota facilmente. Felizmente ele foi socorrido de alguma forma e acorda num lugar misterioso repleto de pessoas peculiares.
Seguindo o seu destino como inquisidor, ele retorna a jornada em busca de combater seres sombrios enquanto extermina os magos.
Sua narrativa é contada aos moldes do que vemos em jogos como Dark Souls e Bloodborne, tendo uma camada superficial que é contada de maneira mais direta, enquanto a real profundidade está presente em diálogos com NPCs e descrições.
Um jogo extremamente completo
Algo impressionante de Salt and Sacrifice é como ele consegue trazer toda a experiência de um soulslike mesmo ela sendo mesclada com plataformas. Com um ataque fraco, forte, rolagem para esquiva, bloqueio, uso de magia e itens… A jogabilidade tão consagrada está completamente presente. Porém, temos adições como o bom e velho salto para chegar em áreas mais distantes do cenário e acessórios que auxiliam na sua exploração.
Além dessas características citadas, também há alguns aspectos de metroidvania, pois quando vence um dos chefes do jogo, é liberado o uso de algum acessório que auxilia o jogador a ir em áreas que antes eram inalcançáveis como um gancho que permite utilizar árvores para balançar entre plataformas.
Além disso, a dificuldade existente no material de inspiração está totalmente presente no game. Ter que saber quando atacar, aprender os movimentos do inimigo e ser cauteloso contra armadilhas é algo fundamental para a sua sobrevivência.
Falando em armadilhas, por se tratar de cenários sidescrolling, o jogador terá grande dificuldade de escapar delas depois de acionadas, fazendo com que a sua vida tenha um perigo a mais além dos inúmeros inimigos que vão estar em seu caminho.
O maior desafio de sua aventura são os chefes
Os cenários são consideravelmente curtos, não trazendo tanta dificuldade até o momento de confrontar os chefes, pois é possível você ignorar os seus inimigos e ser cauteloso nos saltos para não cair de nenhuma altura crítica. O real desafio surge quando você está frente-a-frente de algum chefe, pois além do dano absurdo que eles fazem e seus ataques atingirem uma área consideravelmente grande, você causará pouco dano.
Uma reclamação que não posso deixar de fazer ao jogo é justamente a resistência dos chefes diante dos danos que levam do jogador. A batalha está longe de ser equivalente, principalmente que alguns causam estragos absurdos por um único golpe. Deste modo, a batalha é demasiadamente prolongada e te coloca o tempo todo em cheque, onde qualquer vacilo é muito maior do que simplesmente fatal.
Falando nos chefes, há dois tipos que são bem distintos. O primeiro tipo são os próprios das fases e que não são opcionais, aqui a dificuldade é maior e a batalha acontece numa área bastante reduzida. Você passará maus bocados até conseguir aprender os padrões deles e obliterá-los. O outro tipo são os magos que são opcionais e a batalha é mais criativa, onde se estende por todo o mapa daquele cenário, fazendo que você precise persegui-lo e enfraquecê-lo aos poucos até chegar num momento em que a batalha real acontece, mas até lá o inimigo estará com metade da barra de vida.
Algo contraditório é que os chefes opcionais possuem uma defesa bastante inferior e, consequentemente, os golpes do jogador fazem maior efeito contra eles.
Infelizmente essa dificuldade desbalanceada do dano pode frustrar alguns jogadores, principalmente porque toda vez que você sair do cenário terá que começar tudo de novo, já que os checkpoints só servem para sua morte, mas não para retornar daquele ponto exato depois que volta para a “base” ou fechar o jogo.
Para concluir, o jogo também possuí um modo multiplayer que permite que você invoque outros jogadores para auxiliá-lo durante o combate contra chefes e percorrer as fases. Se você desejar com um amigo especifico, poderá criar um lobby com senha para que ele seja convocado diretamente.
Gráficos e trilha sonora
Salt and Sanctuary já foi capaz de impressionar com os gráficos 2D repletos de detalhes e fluidez, mas Salt and Sacrifice leva a franquia para outro nível ao trazer ainda mais detalhes para os cenários, armaduras e personagens. Além de ter uma direção de arte bastante sólida, não vemos nenhum tipo de relaxamento em seus modelos 2D. Tudo é muito bem trabalhado, desde os NPCs até os chefes.
Se há algo que eu poderia criticar é o sistema de criação de personagens onde o corpo “base” é totalmente igual independente da raça que escolha, mudando apenas os pelos faciais e cor.
A trilha sonora está impecável, pois traz toda a imersão do consagrado estilo soulslike com soundtracks épicas e envolventes que expressam bem cada momento do game.
Conclusão da análise de Salt and Sacrifice
Aqui temos um ótimo jogo em questão de desafio. Então para concluirmos essa análise de Salt and Sacrifice já deixo claro que se você é um jogador casual… Passe longe dele. Não há espaço para casualidade, ainda mais na batalha contra os chefes que vai realmente fazer com que o jogador dê o sangue para superar esses desafios. Fora isso, temos um jogo bonito e muito bem feito que consegue brilhantemente mesclar soulslike com metroidvania.
A análise de Salt and Sacrifice segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Salt and Sacrifice traz um desafio impactante
Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 8
8.2
Ótimo
Se você quer muito desafio e batalhas épicas, Salt and Sacrifice é o jogo ideal! Porém, se é um jogador casual... Saiba que estará percorrendo uma jornada que não foi feita para você.