Análise: Spider Man para PC falta um polimento final

Spider Man foi originalmente lançado para PS4 em 2018 e teve sua versão remasterizada lançada para PS5 juntamente com o lançamento do console em 2021. Agora em 2022, nós iremos fazer a terceira análise de Spider Man, só que dessa vez sua versão de PC.

Será que a estratégia da Sony em levar seus exclusivos para o PC dará certo mais uma vez? Então confira aqui em nossa análise como está Spider Man Remastered para PC.

E como estamos falando de um PC onde cada um tem sua configuração, saibam que eu joguei em meu notebook gamer Dell G15 Ryzen Edition (5800H + RTX 3060) com 16GB de Ram de 3200 MHz. No geral, todas as imagens que verão estarão em 2K e com a predefinição padrão de Alta utilizando o DLSS em equilibrado.

A análise de Spider Man para PC foi possível graças a um código cedido pela produtora. O jogo será lançado dia 12 de Agosto para PC via Steam e Epic Games Store e conta com legendas e dublagem em PT -BR.

Uma história que continua maravilhosa

Acredito que é quase impossível alguém não conhecer a história deste maravilhoso jogo que muitos falam que é melhor que os filmes (uma afirmação que se tornou controversa com os filmes mais recentes do cabeça de teia). Mas de qualquer forma, e sem spoilers, vou falar brevemente da narrativa assim das mecânicas principais.

Neste jogo nós iremos pegar um Peter Parker mais maduro que inclusive se graduou na faculdade e trabalha com o Doutor Otto. Com um início espetacular onde ele enfrenta o Rei de crime, o amigão da vizinhança continua com sua rotina de pagar contas atrasadas e ajudar a resolver crimes que acontecem na cidade.

Porém, com a presença do Doutor Otto, nós sabemos que mais cedo ou mais tarde o famoso vilão irá despertar e aparecer. E que juntamente com ele, aparecem clássicos inimigos como Rhino, Abutre, Shocker, Scorpion e mais. E isso sem esquecer do Senhor Negativo que ganha mais destaque no jogo com sua organização que tenta preencher o vácuo deixado pelo Rei do Crime.

A história é simplesmente fabulosa e ganha vida com a atuação dos personagens que é acompanhada de uma excelente dublagem, tanto em nossa língua nativa como em Inglês. Os fãs dos heróis tem que jogar esse jogo ou então até rejogá-lo de tão bem feito que é.

Gameplay limpo e clássico mundo aberto

Já abordando o mundo de Spider Man e suas mecânicas, aqui temos um mundo aberto fabuloso. Antes de mais nada o gigantesco destaque vai para a liberdade de movimentação dentro desta Nova Iorque onde é possível se balançar livremente entre todos os prédios e ruas, assim como por debaixo das pontes.

Outro destaque fica para o combate que é extremamente fluido e o homem aranha consegue interagir com as paredes para criar oportunidades de ataque, lançar objetos em seus inimigos, ou até driblar o perigo iminente criando oportunidades. Existem diversos tipos de inimigos e você é obrigado a ficar atacando de diferentes formas trazendo uma beleza à parte para os momentos de luta.

E para casar com a livre exploração e combate super eficiente, Peter contará com um hub tecnológico onde poderá evoluir seus trajes onde cada um tem um tipo de benefício, criar novas bugigangas para usar nas lutas assim como evoluí-las. Ou seja, você pode montar o personagem do jeito que você quiser e com o visual favorito.

Adicionalmente, para conseguir as fichas necessárias para essas criações e evoluções, você deverá achar diversos colecionáveis pelo mapa assim como parar os inúmeros crimes que acontecem na cidade. Ou seja, aqui temos o arroz e feijão do estilo de mundo aberto, mas é tudo tão bem feito que flui ao longo de sua experiência.

E claro, é importante dizer que essa versão do jogo conta com os três DLC’s lançados para o game que são: The Heist, Turf Wars e Silver Lining.

Gráficos nada datados

Agora chegando a parte mais interessante da análise, vou falar da parte gráfica e as configurações que Spider Man traz ao PC. Esse port foi feito em cima da versão já remasterizada do PS5 onde conta com uma iluminação aprimorada, possibilidade de usar ray tracing, um novo modelo para o Peter Parker e mais melhorias ao jogo.

Após jogar algumas boas horas eu fiquei impressionado com a qualidade gráfica de tudo dentro do jogos, incluindo a modelagem dos personagens principais e sua iluminação. Eu não ativei o ray tracing para não tirar desempenho do meu jogo e fiquei positivamente espantado com a qualidade gráfica em diversas cenas. O trabalho visual feito em cima do jogo está simplesmente impecável e bate de frente com o PS5, isso se não superar a versão de console.

Adicionalmente, como esperado, é possível ajustar a experiência para seu gosto com relação a gráficos e performance, assim como o jogo traz a experiência do DLSS, FSR 2.0 e do Ray tracing, caso seu PC suporte as tecnologias.

E indo além dessas configurações básicas, existe a possibilidade de realçar e mudar a cor do contorno dos inimigos, do seu personagem, aliados e mais como alterar a distância da câmera, aumentar o tamanho do ponto do objetivo. Tudo para trazer uma experiência mais adaptada para os que querem jogar do seu jeito.

Controle x teclado

Algo também que é muito interessante de falar nesta análise, é de como os controles de Spider Man foram adaptados ao teclado e mouse, algo presente no PC.

E bem, a experiência com teclado e mouse é apenas ok. Diferente do God of War onde existem menos opções de combinação e gameplay, em Spider Man temos todo um set up de comandos para quando está em combate como para quando está explorando Nova Iorque.

Ao pegar o jogo no teclado e mouse eu instintivamente queria apontar o personagem para onde eu queria e apertava o botão esquerdo do mouse para lançar a teia e me balançar entre os prédios. Porém, isso só fez com que eu desse um soco no ar. Na realidade, para se balançar tem que pressionar a tecla shift. Isso, para mim, é contra intuitivo.

Porém, eu entendo essa decisão, pois na hora da briga poder bater e se esquivar com o mouse é bem prático. Isso é apenas um rápido exemplo de como os comandos no teclado não são tão amistosos e o jogador terá que contar com todo o lado esquerdo do seu teclado, assim como os botões de seu mouse, incluindo o botão lateral.

Felizmente, e sendo algo bem óbvio, o jogo conta com suporte para controles incluindo o Dualsense via cabo USB. A experiência ao usar o Dualsense no PC é tão boa quanto usar no PS5. Você tem a resistência nos gatilhos para balançar a teia, sente as vibrações em acontecimentos dentro da tela e é mais intuitivo e prático fazer os inúmeros combos e comandos que o jogo te da a liberdade. E a saída de som do controle também é utilizada.

Ou seja, teclado e mouse é apenas competente. Funciona, mas não será a primeira escolha dos jogadores.

Benchmark e Ray tracing

Até nesta parte da análise, Spider Man para PC seria mais um case de sucesso. Bem, seria… Infelizmente o jogo ainda não está tão bem otimizado e acaba atingindo um limbo entre bons momentos e problemas ainda não resolvidos. Mas antes de falar do que eu achei da otimização, quero pontuar duas coisas.

A primeira é que o motivo de eu não ter ligado o Ray Tracing não foi apenas para não pesar no desempenho, mas que ele ainda não está bem otimizado e possui bugs. Logo quando recebemos o jogo, estava inviável ligar o Ray Tracing, pois ele simplesmente quebrava os reflexos de tudo no jogo. E com uma atualização de 36GB um pouco antes de seu lançamento, o Ray Tracing começou a funcionar, mas ainda é perceptível que falta um polimento para utilizar esta tecnologia tanto em questão de performance como de qualidade visual.

E complementando esta parte do Ray Tracing e atualizações, a Sony nos informou que lançará uma atualização específica para ele onde irá dar maior liberdade ao usuário para escolher o nível da reflexão, geometria e mais. Isso facilitará a otimização da tecnologia para a máquina de cada um, porém, essa atualização será lançada em cima do embargo desta análise e não será possível testá-la nesse primeiro momento. E uma curiosidade que descobri com meus testes é que ao tentar ativar o Ray Tracing, ele necessariamente vai quebrar a performance do jogo mesmo que desligue ele posteriormente. Felizmente o fato de eu reiniciar o jogo fazia sua performance voltar ao normal.

Já o segundo ponto que quero ressaltar é que meu PC conta com uma CPU da AMD e que desde o primeiro dia que recebemos o jogo fomos avisados de uma incompatibilidade de tanto CPU’s como GPU’s da AMD. Embora minha GPU seja da Nvidia, eu não posso afirmar que os resultados seriam os mesmos se eu tivesse uma CPU da Intel. E algo importante a dizer é que muitos dos problemas que tive foram resolvidos com o update de driver da Nvidia liberado no dia 09 de Agosto.

Dito isto, e ignorando o fato que o Ray Tracing está completamente quebrado, a performance de Spider Man para PC está boa. Eu diria dentro do aceitável e esperado. Com meu computador consegui manter uma média de 60 frames ao jogar com tudo no alto em 2K.

As cutscenes se encontram estáveis e tanto os momentos de ação como a parte de se balançar pela cidade contam com uma boa estabilidade. É lógico que independente de jogar o jogo na configuração mais alta ou mais baixa, você irá experimentar uma perda de cerca de 10 frames, mas não é nada que seja impactante em sua experiência.

Uma curiosidade que eu vi é que as partes noturnas do jogo acabam pesando mais no processamento, provavelmente pela necessidade de iluminar toda a cidade. Espere uma performance cerca de 10 a 15% melhor na parte de dia se comparado a parte noturna.

E, por fim, o jogo conta com três opções de super sampling. E sim, eu não errei, eu falei três mesmo. A primeira é o DLSS da Nvidia que acaba entregando uma melhor performance no geral suavizando as bordas e entregando mais alguns frames ao jogo. Em seguida, temos o FSR 2.0 que é a tecnologia mais recente da AMD e traz um ganho um pouco inferior ao DLSS da Nvidia, mas que é uma mão na roda para computadores que não contam com uma GPU da Nvidia.

E a terceira tecnologia que é exclusiva do Homem Aranha, é a IGTI (Insomniac Games Temporal Injection). Essa solução é um algoritmo temporal para upsampling e anti-aliasing que já vinha dentro quando selecionava TAA (temporal anti-aliasing). Essa é apenas mais uma opção proprietária da Insomniac Games e que bem, achei interessante poder ser escolhida, mas ela é de todas que entrega o menor ganho visual e de performance. E sendo sincero, eu me questiono se vale a pena ativá-lo de forma individual, pois a imagem ficou bem distorcida quando fui testá-lo e é inclusive mais interessante ativar o TAA apenas.

Conclusão

Sendo muito sincero, ao iniciar essa análise de Spider Man para PC eu esperava jogar bem menos do que acabei jogando. Independente dos problemas mencionados, o jogo continua sendo delicioso e viciante. Temos aqui gráficos incríveis, com uma jogabilidade incrível, com história também incrível e claro, uma parte sonora igualmente incrível. Ou seja, temos aqui o incrível Homem Aranha (piada intencional).

E pensando na parte técnica, a experiência está muito boa. Existem sim alguns bugs visuais que aparecem de vez em quando, mas eles se sobressaemmais nas partes estáticas. No geral a experiência é bem fluida e nessas duas semanas que tivemos para testar o jogo, vimos uma clara evolução com as atualizações o que trouxe a estabilidade desejada e esperada.

Infelizmente, o jogo desaponta na parte do Ray Tracing que claramente ainda está incompleto. Pode ser que a atualização do dia 10 de Agosto resolva o problema? Sim, pode, mas pode também não resolver perfeitamente. Aqui acredito que a Sony errou em não atrasar seu lançamento por uma semana para deixá-lo impecável.

Mas, de qualquer forma, eu prefiro não utilizar a tecnologia de reflexo de raios para ganhar mais frames em minha jogatina. O que não justifica de nenhuma forma essa má habilitação do Ray Tracing.

E como esperado, a utilização de mouse e teclado não é das melhores, mas não há nada que impeça o jogador de conectar um controle e se divertir com o game sem maiores problemas.

Essa análise de Spider Man para PC segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.