Análise: Mount & Blade II: Bannerlord para consoles
O jogo é muito bom, mas é excelente no PC.
Para quem me conhece bem, eu adoro jogos de RPG. Também sou um grande fã de jogos de estratégia. E se unir os dois, aí fico um cara extremamente feliz. E é com esta proposta que Mount & Blade II: Bannerlord chega para os consoles e, de quebra, para a nossa análise.
Conforme anunciado no título, a análise será da versão para console: no caso, Xbox Series X. Ou seja, jogarei inteiramente utilizando o controle do Xbox. Por mais que seja lógica a informação, vai por mim: isso será um diferencial enorme.
Esta análise só foi possível graças a uma cópia digital de Mount & Blade II: Bannerlord, gentilmente cedida pela produtora TaleWorlds Entertainment, para a versão de Xbox Series.
Sobre Mount & Blade II: Bannerlord
Mount & Blade II: Bannerlord é um RPG de ação com elementos de estratégia. A princípio, a sua missão é ser um grande líder medieval, seja com diplomacia, fabricando itens, comercializando e até mesmo conquistando terras, em um vasto mundo medieval. E assim você cria a sua história e o seu reino.
Algo importante de ressaltar é que Mount & Blade II: Bannerlord está totalmente legendado em PT-BR, com uma qualidade que vi em poucos jogos. A posição das legendas não atrapalha a jogatina e quando precisa de uma atenção especial, a mesma vem de forma chamativa, porém discreta.
Uma experiência quase literária
A princípio, Mount & Blade II: Bannerlord começa bem confuso. O jogo começa com uma bela introdução animada, explicando a situação do reino bem por alto. Porém, assim que acaba a introdução, o jogador vai para a tela de construção de personagem. E a sua primeira escolha é a cultura do personagem:
Confesso que fiquei extremamente confuso nesta tela, pois como é a primeira vez que jogo, eu tinha a mínima noção do que cada cultura representa. Porém, não se preocupem pois se selecionar cada cultura, mostra um pouco da história de cada cultura e o principal: os bônus e ônus que cada cultura pode representar.
Após a escolha de cultura, vem a construção do personagem, onde são feitas várias perguntas sobre o passado do seu personagem. Nos mesmos moldes da escolha de cultura, cada pergunta lhe conferirá um bônus em algum atributo.
Sinceramente, eu gostei demais desta parte. A sensação que tive é que estava realmente contando a história do meu personagem, como em um livro de história de ficção medieval. E assim segue o jogo, com suas escolhas e atitudes ajudando na evolução do personagem.
Uma beleza quase cinemática
Desenvolvido na Unreal engine 4, Mount & Blade II: Bannerlord é graficamente lindo. Para o gênero de RPG, ainda tem alguns que superam, principalmente a DLC de The Witcher 3. Porém, aqui você terá uma experiência visual diferente de um mundo fictício. Um grande destaque que passo é que as informações e textos do jogo não são intrusivos. Ou seja, não atrapalham o jogador enquanto as lê. E vai por mim: você precisará ler e MUITO neste jogo.
Os detalhes menores do cenário são bons. Elementos como a grama, flores, placas, cercas, entre outros, não são excelentes a ponto de serem destaque mas também não são ruins a ponto de parecerem elementos aleatórios colocados no cenário.
Por fim, o jogo traz uma atmosfera medieval que me fez lembrar vários seriados que se passam em tempos medievais. Os que me vieram à cabeça, quase que instantaneamente foram Templários, The Last Kingdom e até mesmo no seriado Vikings (que não falarei onde me lembrou, para evitar Spoilers). Sério mesmo: a sensação que tive era de jogar um seriado ou um filme, de tão bonito e ambientado é o jogo.
E, como de praxe, vejam nossa galeria de imagens:
Uma jogabilidade quase perfeita. Mas não para consoles
De todos os jogos que já vi, aqui temos uma jogabilidade que me agradou profundamente. O jogo não lhe dá muitas ajudas, como se estivesse o tempo todo jogando no “modo manual”. Não estou reclamando de jogos que dão aquela ajuda amiga, mas um jogo com este tipo de liberdade me agrada muito. E isso ajuda e muito na imersão do jogo.
O combate do jogo é alterado conforme a arma que você usa. Você precisará mirar de forma diferente ao usar um arco, uma besta ou uma azagaia. Não basta só mirar e atirar: tem que prever a força aplicada, a distância que cada munição pode chegar e tudo mais. O uso das armas brancas e escudos exige uma técnica diferente de apenas apertar um botão e atacar: Há diferença entre golpes laterais, estocadas, golpes na cabeça e você tem que direcionar cada ataque que deseja fazer. E para bloquear, é do mesmo jeito
A navegação no mapa principal é realmente boa e bem detalhada. Raramente o jogador fica perdido sem saber o que fazer ou para aonde ir. E a HUD do mapa é realmente limpa e fácil de aprender a mexer.
Mas…
O jogo não fica legal usando controle. De exemplo rápido, para atacar com uma espada, o jogador precisa direcionar com o direcional R do controle MAIS apertar RT. Este movimento é extremamente liso ao usar um mouse, porque você direciona o ataque segurando o mouse mais o clique do mouse e este movimento é extremamente complexo no controle. Vocês poderão ver no vídeo de gameplay que fiz como tive dificuldade em atacar com a espada, até descobrir o ritmo do ataque.
Cavalgar e atacar também não é algo fácil. Cavalgar com o direcional L do controle, mirar com o direcional R enquanto não perde o controle do cavalo no alvo e segurar o RT, para lançar a força correta da arma é um drama terrível. Com o teclado e mouse, isso é muito mais fácil.
A navegação no mapa principal não sofre tanto com este problema, porém a sensação do cursor está sendo “arrastado” incomoda e nem mesmo com o tempo o incômodo melhora. Fica mais tolerável, mas não melhora.
Veja abaixo a gameplay que gravei, para esta análise:
Conclusão final
Mount & Blade II: Bannerlord foi uma grata experiência que tive o prazer de analisar. O jogo é extremamente divertido e se você curte o gênero de gerenciamento, estratégia e RPG, terá uma diversão sem fim. Porém, se você utilizar um controle, saiba que você terá dificuldades em alguns momentos do jogo e que não se prenda a estes momentos de dificuldade, porque o jogo vale a pena.
Por último, não criei um tópico específico para sons e efeitos sonoros. O motivo é bem simples: esta parte do jogo está no nível suficiente. O jogo não possui músicas que sejam memoráveis e os efeitos sonoros são bons. Nada além disso. Quero só destacar que a dublagem, mesmo que somente em inglês, está excelente. Os diálogos, gritos de guerra, comandos e tudo o que mais envolve vozes no jogo estão de parabéns!
Mount & Blade II: Bannerlord já está disponível para Xbox One, Xbox Series X|S, Playstation 4, Playstation 5 e PC, via Steam e Epic Game Store.
Essa análise de Mount & Blade II: Bannerlord segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Mount & Blade II: Bannerlord
Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 7.5
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8
8.6
Ótimo
Mount & Blade II: Bannerlord é um jogo com uma gameplay bem peculiar, porém ela não é intrusiva. Aconselho muito mais a jogar via teclado e mouse, porém você conseguirá jogar bem com o controle: só terá algumas dificuldades a mais. A ambientação medieval do jogo é algo maravilhoso e você sentirá realmente vivendo na era medieval. No mais, treine seu personagem, recrute soldados, conquiste terras e viva uma verdadeira história medieval, aonde quem contará esta história é você.