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Análise: One Piece Odyssey traz um ótimo RPG, mas que se estica demais em seu gameplay

Prontos para a odisseia do pirata que estica?

Jogos do Bando do Chapéu de Palha já fazem parte da rotina anual da Bandai Namco e, por isso, estamos trazendo a nossa análise de One Piece Odyssey. Sendo o novo RPG de turnos baseado no aclamado anime e mangá One Piece, o jogo tem como conceito trazer Luffy e seus amigos numa aventura inédita que fará com que eles retornem a momentos nostálgicos de sua história em busca do maior tesouro de todos os tempos. Será que esse RPG de turno conquistou positivamente um espaço no coração dos fãs? Continue lendo para descobrir!

Esta análise de One Piece Odyssey foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela Bandai Namco. O jogo se encontra com legenda em pt-br e está disponível para PS5, PS4, Xbox Series, Xbox One e PC.

Uma história inédita, porém, não tão inédita

Jogos de anime que contam toda a história até o momento atual da animação não é algo raro, podemos ver isso constantemente em games de Dragon Ball, Naruto e até no próprio One Piece. Porém, Odyssey busca trazer um arco totalmente inédito e original do jogo, onde o bando do chapéu de palha acaba parando numa ilha extremamente peculiar do Novo Mundo conhecida como Waford.

Nesta história, somos introduzidos a dois novos personagens que habitam Waford, como o misterioso Adio e a jovem Lim a qual odeia piratas e possui um poder bastante raro.

Lim é a principal causadora dessa história, uma vez que ela utiliza seus poderes para remover a memória corporal de Luffy e seus amigos, fazendo com que eles não lembram mais de como utilizar suas habilidades. Notando que cometeu um engano e que o Bando do Chapéu de Palha é diferente dos outros piratas que visitaram Waford, Lim explica que eles devem recuperar os cubos de memória que estão espalhados pela ilha e também reviver memórias do passado.

Agora entra a questão de mesmo sendo um arco novo e próprio do jogo, ele não se torna 100% inédito, pois os protagonistas vão reviver momentos importantes de sua história como Alabasta, Enies Lobby e Marineford.

Mesmo sendo os arcos já conhecidos para quem viu o anime e mangá, em One Piece Odyssey ainda teremos algumas mudanças, pois como Lim explica durante o jogo… Memórias não são algo fixo, elas mudam com o passar do tempo e, consequentemente, acontecimentos diferentes vão ocorrer enquanto Luffy e os outros estão revivendo esses eventos.

Análise One Piece Odyssey

Um problema no ritmo

A premissa é bastante interessante, pois mesmo trazendo um resumo dos arcos mais marcantes da franquia, também carrega consigo um ar de novidade. Apesar de ser um RPG e como de praxe, diversas horas devem ser dedicadas ao jogo, infelizmente ele não consegue manter um ritmo bacana no seu desenrolar. Por exemplo, o bando do Chapéu de Palha sabe que precisam derrotar o Crocodile para concluir aquela memória, mas acabam se envolvendo em diversas situações antes que isso ocorra, fazendo com que a meta principal acabe sendo deixada de lado diversas vezes, mesmo eles sabendo onde o inimigo se encontra.

Num determinado momento, eles estão tentando evitar uma guerra civil em Alabasta, mas mesmo assim param tudo para ajudar um caranguejo. O problema não está em socorrer o crustáceo, mas sim o momento em que isso ocorre. Por melhor que seja a proposta da história, o jogo se prolonga em situações desnecessárias que poderiam ser side quests ao invés de fazer parte da missão principal. Isso realmente quebra o ritmo da narrativa e deixa um tanto maçante a sequência de acontecimentos.

Um RPG de turnos bastante leal a mitologia do pirata que estica

Anteriormente a Bandai Namco trouxe um rpg de ação em mundo aberto que foi One Piece World Seeker que apesar de seus belos gráficos e enorme mundo para explorar, não foi capaz de agradar os fãs mais exigentes da franquia. Agora com One Piece Odyssey temos um clássico RPG de turnos que busca ser mais leal ao que conhecemos da franquia, homenageando diversos momentos marcantes e também servindo como uma porta de entrada para novos fãs.

Apesar de termos batalhas em turno, o jogo trouxe algumas mecânicas bastante interessantes e próprias. Começando pelo fato de que mesmo sendo só quatro personagens a batalhar por vez, você pode ir alternando eles e utilizar todos os membros da tripulação, aproveitando da melhor forma possível suas habilidades.

O combate utiliza a lógica do “pedra-papel-e-tesoura”, onde temos força, distância e técnica. Personagens de força tem vantagem contra usuários de longa distância, longa distância se sobressai contra técnica que por sua vez traz vantagem contra força. Dito isso, é necessário sempre ir rotacionando os seus personagens para ter vantagem em cima dos inimigos.

Mesmo o combate sendo o clássico modelo de turnos, há “zonas” em que cada um dos seus combatentes ficam e enfrentam um número de inimigos. Por exemplo, Sanji está encurralado contra três, Luffy contra um e, por fim, Zoro não tem nenhum oponente. Golpes básicos só podem alvejar inimigos que estão na mesma zona que o membro da tripulação que vai atacar, porém, se ele está sem inimigos pode entrar na zona de um aliado para auxiliá-lo. Há golpes especiais que conseguem atingir oponentes de outras zonas, fazendo uma cooperação entre os “mugiwara” mesmo que eles estejam separados.

Análise One Piece Odyssey

Quando a história influencia a jogabilidade

Algo que tem altos e baixos é na forma que a narrativa consegue influenciar na jogabilidade, pois como sabemos o poder da tripulação de Luffy em pleno New World é muito grande. Não faria sentido Luffy usar Gear 4 logo de cara, principalmente contra inimigos do passado. Então aqui temos a grande “jogada” que foi a Lim tirar as memórias deles sobre suas próprias capacidades, fazendo com que o bando tenha que recuperar essas memórias e assim liberar suas habilidades gradualmente.

É uma premissa bastante interessante, porém, sua execução pode não ser das melhores. O level up, por exemplo, apenas deixará os personagens com status melhores, não liberando novos movimentos. O que faz sentido dentro da proposta do jogo, porém, os momentos que liberamos essas habilidades sempre é quando eles recuperam um cubo grande de memórias, normalmente após um chefão ou no final de um “arco”.

O problema disso está na pausa entre uma coisa e outra, fazendo com que você passe muito tempo com as mesmas habilidades, deixando a estratégia repetitiva e sem aquela sensação de evolução gradual. E quando finalmente consegue o necessário para liberar isso, vem inúmeras habilidades de uma única vez para todos, fazendo com que a evolução seja 8 ou 80.

Análise One Piece Odyssey

Gráficos e áudio

One Piece Odyssey tem gráficos agradáveis, mas estão longe de serem tão bonitos quanto de seu antecessor, fazendo com que World Seeker ainda seja o jogo mais bonito do pirata que estica. Apesar disso, o visual do jogo consegue fazer um bom trabalho tanto nos personagens quanto nos cenários. Enquanto isso, a trilha sonora é bastante impressionante para um jogo de anime, pois não traz trilha sonora existente na própria animação, sendo melodias marcantes do “padrão Bandai”.

Algo que não é exatamente relacionado a gráficos e trilha sonora, mas que vale a pena comentar é o fato de One Piece Odyssey passa a impressão que foi desenvolvido com um orçamento inferior ao World Seeker por conta de suas limitações gráficas e técnicas onde, por exemplo, temos paredes invisíveis que impedem o personagem de se aproximar minimamente perto da água dos cenários.

Conclusão da análise de One Piece Odyssey

Chegando ao fim dessa análise de One Piece Odyssey, posso dizer que a Bandai Namco está no caminho certo para entregar um ótimo jogo do Chapéu de Palha, porém, Odyssey ainda não é exatamente o que todos os fãs merecem.

Seus sistemas de batalha são bons, sua história tem um bom enredo, sua trilha sonora é ótima, mas infelizmente o jogo peca não apenas por suas limitações técnicas e gráficas, afinal sua maior falha é como o jogo se prolonga demasiadamente em colocar situações secundárias dentro da própria história principal, fazendo com que a aventura não fique fluida e, em vários momentos, e bastante maçante.

Análise One Piece Odyssey

A análise de One Piece Odyssey segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

One Piece Odyssey apesar de ter seus pecados, é um bom jogo

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 8
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 7

7.8

Bom

One Piece Odyssey consegue se destacar na maioria das suas escolhas, porém, ele falha em algumas questões como a forma de sua narrativa principal trazer diversos desvios que acabam adiando eventos que deveriam ser urgentes. Além disso, a forma das habilidades serem desbloqueadas fazem com que o jogador não tenha sensação de progresso. Porém, para a pena ser conferido por fãs de RPGs.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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