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Análise: 9 Years of Shadows é uma luz no meio dos metroidvania

O mundo precisa de mais metroidvanias assim.

Salve pessoas! Tranquilos? De antemão, já adianto que este foi o jogo mais fácil que já analisei. E definitivamente por bons motivos. Agora, acompanhe a nossa análise de 9 Years of Shadows, antes que eu já solte spoilers indesejados.

Esta análise só foi possível graças a uma cópia digital de 9 Years of Shadows, gentilmente cedida pela editora Freedom Games, para a versão de PC, via Steam.

Sobre 9 Years of Shadows

9 Years of Shadows é um jogo indie de ação/aventura, ao melhor estilo metroidvania. A princípio, o mundo foi assolado com uma terrível maldição, onde todas as cores foram roubadas, deixando todos em um terrível mundo em preto e branco. Além disso, esta situação trouxe dor e desespero para o povo daquela próspera e alegre civilização, consumindo a todos no mais profundo caos. E a maldição das sombras perdurou por longos 9 anos, onde a nossa heroína se levanta para lutar contra este terrível mal.

Infelizmente, o jogo não conta com legendas brasileiras, mas os diálogos são bem curtos e pausados e a legenda é bem legível, dando a oportunidade de buscar a tradução por conta própria. Contudo, deixo aqui uma dica: se você busca formas de aprender inglês jogando, 9 Years of Shadows é uma boa oportunidade.
EDIT: No dia 01 de Maio de 2023, lançaram uma Build Update, lançando legendas para PT-BR. Sinceramente, achei a legenda incompleta, como se tivesse enviado o texto para o Google Translator e enviada ao jogo, com algumas correções. Porém fico esperançoso que logo melhorem, já que nem esperava que lançariam esta atualização.

Gráficos

De maneira idêntica, 9 Years of Shadows usa a grande fórmula de jogos metroidvania: gráficos pixelados. As artes apresentadas são um espetáculo à parte, principalmente nos menus e mapa do jogo. Em destaque temos os desenhos da protagonista Europa que, em cada cena que ela aparece, conseguimos sentir o que ela está sentindo no momento.

Esta é a cena de transição de andares. Também é conhecida como novo wallpaper do meu PC

Agora, por favor, vejam a cena de abertura do jogo: vocês sentirão a nostalgia de vários animes dos anos 90 naquela lindíssima apresentação.

Mas in game, as cores parecem bem saturadas ou escuras demais. Consigo imaginar que o motivo seja para demonstrar a ênfase da falta de cores que 9 anos de sombras trouxeram, porém em vários momentos a cena apresentada fica poluída. Contudo, não serei injusto a ponto de não admirar as belas artes que o jogo proporciona.

Ou seja, de forma resumida, o jogo tem incríveis gráficos no estilo pixel art, animações fantásticas, porém peca nas formas que as cores completam in game. E essa confusão visual se aplica somente durante a jogatina, porque durante todo o resto, fiquei admirado.

Jogabilidade

Como adiantei, o jogo é um metroidvania. Ou seja: tem muito pulo, muita pancadaria, coleta itens para prosseguir, derrote os chefes e por aí vai. E nesta parte não tenho nada a reclamar: a exploração do jogo se desenvolve bem naturalmente e tudo é bem fluido.

Porém, podemos destacar duas coisas neste jogo: a mecânica de cura/dano e a simplicidade que o jogo tem. Sobre a mecânica de cura/dano, farei um tópico a parte mais abaixo, porém falarei o porquê da ênfase na simplicidade: Simplesmente porque o jogo não tentou “encher linguiça”.

Eu imagino que, por ser o primeiro trabalho da desenvolvedora Halberd Studios (pelo menos na Steam), os desenvolvedores entraram no “modo seguro” e não inventaram muita coisa: o jogo não tem um trilhão de armas e escudos diferentes (como em Castlevania SOTN), não tem sub itens, não tem nada além da alabarda que Europa ataca e as armaduras que ela utiliza para avançar no jogo. Sinceramente, prefiro que façam algo assim do que inventar muita coisa e não usar nem 10% do que o jogo oferece.

Como citei acima, a única “coisa” que tem é o sistema de armaduras do jogo, que conferem poderes diferentes à Europa. Ao todo são 3 armaduras diferentes, e 1 power up que confere a Europa a possibilidade de causar danos elétricos. A parte interessante é que cada power up das armaduras é necessária para prosseguir em alguma determinada área no jogo, dando ao jogo a sua identidade, ou seja, aquilo que o diferencia de outros metroidvanias que existem no mercado.

A novidade do jogo

A princípio, quero me corrigir: na verdade não é uma mecânica de dano/cura pois no jogo não é apresentado desta forma. Só que para um entendimento mais rápido, funciona de forma semelhante.

No jogo, em um momento bem inicial da aventura, encontramos um fantasminha (que eu juro que parece o Kero, de Sakura Card Captor) que ajuda Europa em sua jornada. Este fantasminha se chama Alpino. Alpino tem uma habilidade que oferece à Europa um escudo de proteção, que a protege de sofrer dano, chamada Lullaby.

Quando essa barra estiver completamente vazia, basta segurar um botão específico no controle, para que Europa abrace o Alpino e a barra encha um pouco.

Porém, nem tudo são flores: alguns monstros ou “chaves” só podem ser destruídos se usarem um ataque especial, que consome esta barra de Lullaby.

E tem mais: o abraço no Alpino tem que durar de 1 a 2 segundos, senão não há cura da barra de Lullaby. Caso você tome dano com a barra vazia, Europa perde, na falta de um nome melhor, sua pedra de vida.

Ou seja, essa mecânica exige do jogador um certo nível de estratégia para gerenciar sua barra de lullaby e vida. Sinceramente, esta mecânica deixa a Europa praticamente imortal, pois se a barra acabar, basta correr para um canto seguro, abraçar Alpino e recuperar a sua barra de Lullaby. Porém quando encontra um boss… Aí a história muda muito.

Ah, só para constar, tem outra maneira de recuperar Lullaby: só bater nos inimigos. Porém, este método enche a barra beeeeeeeeeeeeeeeem devagar.

Por fim, deixo aqui uma gameplay que gravei para mostrar a vocês:

Músicas

Não falarei dos efeitos sonoros porque eles são bons. Nada que mereça um destaque diferente do normal.

Porém, a trilha sonora temos que destacar conforme merece. O pessoal da Halberd Studios contratou três lendas do ramo musical na área de jogos: Norihiko Hibino, Manami Matsumae e Michiru Yamane. Se você não conhece nenhum deles, vou lhes falar aonde cada um trabalhou:

  • Michiru Yamane (Castlevania)
  • Manami Matsumae (Mega Man)
  • Norihiko Hibino (Metal Gear Solid)

Ou seja, vocês encontrarão uma trilha sonora espetacular! As músicas trazem o “clima” certo que aquela cena quer passar e, por vários momentos, eu me perdia na cena, só ouvindo a trilha sonora. Espero que eles lancem a playlist do jogo na Steam ou em alguma plataforma de músicas, porque quero ouvir as músicas fora do jogo.

Considerações finais de 9 Years of Shadows

9 Years of Shadows é um dos melhores metroidvania que joguei em 2023. Por ser a primeira experiência dos desenvolvedores, senti que o jogo estava muito em “modo seguro”, afinal jogos metroidvania meio que já possuem uma “receita” própria. Porém não ache que só porque o jogo está em “modo seguro” que ele é um jogo fácil!

9 Years of Shadows estará disponível a partir do dia 27 de Março de 2023, para PC (via Steam e Epic Game Store). Uma versão para Nintendo Switch está programada para ser lançada neste ano, mas ainda não temos a data exata.

Essa análise de 9 Years of Shadows segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

9 Years of Shadows

Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 8
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 9

8.6

Ótimo

Um metroidvania seguro e divertido de jogar, com a sua devida complexidade e desafio apurados. Um jogo indispensável para os amantes de pixel art e praticamente obrigatório para os amantes de metroidvania.

User Rating: 5 ( 1 votes)

Eder DZR13

Um rapaz descontraído, engraçado, esperto e dinâmico. Esse cara não sou eu, mas eu amo jogar e viver no mundo gamer. Ainda procurando os dias de glórias porque de tanta luta, eu acho que serei a próxima DLC de Street Fighter. Detentor da 5ª Esmeralda do Caos e 3 vezes campeão da liga de Brawlhalla do condomínio. E ontem eu acertei a tela branca do Akuma.

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