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Análise: Cassette Beasts ousa na tradicional fórmula de Pokemon

"Temos que ouvir todos eles"

Em 1996 o mundo gamer foi agraciado com a franquia Pokémon, na época já exclusiva da Nintendo para o saudoso GameBoy. Desde então a fórmula fez sucesso, mas pouco evoluiu abrindo espaço para os desenvolvedores indies. E é aqui onde entramos com nossa análise de Cassette Beasts, o mais novo jogo independente de capturar monstrinhos que inova na clássica forma.

Mas a grande pergunta que fica é, será que capturar monstros não fofinhos com fita cassete é mais ousada do que deveria? Isso você vai descobrir aqui e agora.

A análise de Cassette Beasts foi feita no PC graças a um código cedido pela produtora. O jogo já está disponível para PCs via Steam, Microsoft Store e Game Pass. Ele também será lançado para Nintendo Switch, Xbox Series X|S, Xbox One e Xbox Game Pass neste outono. E por fim, ele se encontra completamente legendado e localizado em PT-BR.

Uma história completamente inesperada

Se há algo que eu reclamo há décadas sobre a famosa franquia de capturar monstrinhos, é que suas histórias são sempre muito simplificadas e são repetidas. Porém, ao jogar Cassette Beasts eu tive um sentimento bem diferente.

Aqui você será o/a protagonista que acorda em uma ilha desconhecida sem se lembrar do que aconteceu com você e sem entender nada. Nessa nova ilha, chamada de Nova Murta, você será surpreendido por monstros e graças a Kayleigh, você será capaz de lutar contra esses inimigos.

A partir daí você terá como base a cidade de Vilancoradouro e começará a explorar essa nova ilha buscando respostas assim como tentará entrar no grupo dos vigilantes. Esses vigilantes podem ser considerados como os treinadores desse mundo e sua missão para se tornar um vigilante é simples, derrotar os 12 vigilantes comandante que são considerados chefes de áreas.

E essa missão é bem familiar, certo? Porém a história de Cassette Beasts vai muito além de ser o mais forte da área. A grande verdade é que todos que foram parar em Nova Murta não sabem como foram parar neste mundo. E na primeira hora de jogo tanto você como Kayleigh se deparam com um arcanjo, um monstro muito forte e diferente que fala que sabe como sair da ilha.

E não é apenas isso. Ao longo da sua aventura você descobrirá que a cidade de Vilancoradouro não é a única cidade de Nova Murta e existe um culto religioso que desvirtuou uma cidade e tenta implementar suas crenças em toda a ilha.

E para finalizar, existe ainda uma parte de alívio cômico que traz uma história muito interessante por trás, que são os vampiros! Bem, na realidade eles são corretores que querem se utilizar da especulação imobiliária para vender os muitos terrenos para as novas pessoas que chegarão a esta ilha e com isso lucrar.

De forma geral as histórias e os NPC’s são bem únicos e me agradou bastante, me trazendo momentos de reflexão assim como dando boas risadas. Claro, que não estamos falando de uma história super densa, mas para essa fórmula, ela se encaixa bem demais.

Pixel art e incrível trilha sonora

E seguindo com essa análise, não é apenas a história que impressiona em Cassette Beasts, mas aqui temos visuais pixel art bem interessantes assim como um áudio que fica acima da média.

Falando de seus gráficos, o jogo mistura um pixel art bem detalhado, mas que tem um ar de jogo retrô. Mesmo assim os ambientes são bem diversificados como uma área verde, casas, cavernas, praia, deserto e mais. Aqui não tem nenhum grande destaque, porém, é interessante pontuar que dependendo da onde você vá, a câmera irá se ajustar dando uma nova visão ao ambiente.

Já a trilha sonora merece um gigantesco destaque. Como o próprio nome do jogo já entrega, aqui temos a temática de fita cassete onde com ela capturamos os monstros. E claro que essas fitas também servem para tocar músicas, pelo menos no mundo real.

Com isso em mente, a trilha sonora encaixa perfeitamente com os diversos momentos. Ela entrega aquele senso de exploração assim como de urgência no meio da batalha. Aqui temos um mix de músicas animadas, inclusive algumas músicas cantadas que são muito boas remetendo à década de 80 e 90.

Por fim, vale dizer que a localização está super bem feita e ajuda na ambientação com gírias da época e inclusive dando um sotaque aos personagens, como a Kayleigh que tem um “sotaque mineiro”. Isso foi um grande acerto da equipe de localização.

Gameplay diferenciado

Agora chegando na parte mais importante desta análise, posso afirmar com tranquilidade que Cassette Beasts pega o que já conhecemos na franquia Pokémon e introduz muitas novidades. Embora no geral temos tipos de monstros, ataques e efeitos variados e a possibilidade de ter seis monstros em seu time, existem muitas novas camadas que são apresentadas.

A primeira é que sempre iremos batalhar com o protagonista e mais uma pessoa, onde as opções de parceiros serão desbloqueados ao longo de sua aventura. Porém tudo se modifica quando você na realidade evolui tanto seus monstros como seu personagem.

Aqui o fator de RPG clássico com nível e XP é focado nos personagens humanos. Independente de que monstro você usará, o nível dele será igual ao seu. Adicionalmente, cada um dos monstros que estarão em sua party ganharão XP próprio até conseguirem uma estrela com um limite de cinco estrelas.

A cada nova estrela, o monstro ganhará uma nova habilidade. E ao chegar na quinta estrela ele estará elegível para evoluir. E logicamente essa evolução fará com que os status do monstro melhore.

E não ache que é apenas essa as modificações, quem dita o ritmo da luta serão seus dois personagens. E o que quero dizer com isso? Quem ficará com os status tanto positivos como negativos será seu personagem e não seus monstros. Eles são apenas vetores de poder, digamos. Inclusive cada personagem possui uma barra de vida própria.

Por fim, e como é esperado, existem tipos de monstros onde seguem a lógica do clássico pedra papel e tesoura, mas de uma forma muito mais elaborada. Além do clássico água apaga fogo e fogo queima plantas, nós temos elementos como metal, vidro, astral e até plástico. E as combinações são as mais insanas e lógicas. Darei dois exemplos.

Caso você dê um golpe de fogo em um inimigo de plástico, o plástico irá derreter e se tornará em algo tóxico mudando o tipo do inimigo. Já atirando fogo em um tipo vento, isso irá criar uma corrente de ar que servirá como escudo. Existem infinitas combinações de status.

E para efetuar esses ataques, cada golpe gastará uma quantidade de AP que é acumulado por turno. Ou seja, aqui entra um grande fator de estratégia de que golpe irá usar e quanto AP irá querer usar ou então salvar mais para frente. Por fim, ainda é possível fundir as criaturas aumentando seus status, assim como aumentando a produção de AP e combinando todos os golpes.

Ouvindo os monstros e explorando a área

Por fim e para finalizar essa grande análise, eu tenho que falar tanto da parte da exploração de Nova Murta assim como capturar os monstrinhos presentes de Cassette Beasts.

Sobre a parte de captura temos ao mesmo tempo algo bem característico do estilo, mas com um toque próprio. Aqui teremos várias fitas virgens que poderão ser usadas para “ouvir” o inimigo onde cada fita pode variar entre básicas, fitas superiores e fitas que funcionam melhor em um tipo de inimigo. E até aí, nada de novo.

No entanto, a grande mudança é que o sistema de captura demora um turno inteiro para acontecer. E a taxa de porcentagem de sucesso irá variar caso de muito dano ao inimigo ou então caso tome dano do inimigo. Adicionalmente, para efetuar esse processo você não poderá utilizar o poder desses monstros, o que te deixará exposto no turno em questão.

Já a exploração desse mundo é bem aberta e muitas vezes aleatória. Para conseguir novas missões você deverá ouvir rumores na cidade ao falar com diversos NPC’s onde eles darão uma ideia de onde poderá encontrar algo ou alguém. Mas para chegar nesse ponto, você deverá explorar a região e resolver alguns puzzles que no geral são simples.

No entanto, muitas vezes você terá seu caminho barrado por algo que você não saberá como resolver. O que acontece é que diversos desses monstros podem te dar uma habilidade específica como nadar ou então planar. O problema é que falta um guia ou dicas concretas para saber o que fazer com alguma precisão.

Admito que dei sorte ao capturar monstros chaves que me deram habilidades que necessitava. Mas senti que foi completamente aleatório e que isso pode dar uma sensação de frustração.

Conclusão

E após eu concluir esta análise, admito que fiquei positivamente surpreso ao jogar Cassette Beasts. Sempre ficava aquele sentimento de querer jogar um pouco mais.

No geral, aqui temos uma ótima releitura da fórmula cunhada pela franquia Pokémon amadurecendo tanto sua história como sua mecânica ao introduzir muitas camadas de estratégia.

Cassette Beasts é um ótimo jogo tanto para os fãs de RPGs como para os fãs de capturar monstrinhos. Além dos grandes destaques em seu gameplay, ele possui uma história muito interessante, gráficos agradáveis e uma trilha sonora que se destaca imensamente.

Por fim, o game mostra algumas limitações como a mencionada falta de ser guiado pela aventura. Adicionalmente, eu achei a hud um tanto confusa, mas com o tempo acabei me acostumando. Isso não é nada grave, mas as primeiras horas do jogo acabaram sendo mais desafiadoras, mas pelos motivos errados.

A análise de Cassette Beasts segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Cassette Beasts

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 9
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 9.5

8.8

Ótimo

Aqui temos uma ótima releitura da fórmula cunhada pela franquia Pokémon amadurecendo tanto sua história como sua mecânica ao introduzir muitas camadas de estratégia. Cassette Beasts é um ótimo jogo tanto para os fãs de RPGs como para os fãs de capturar monstrinhos. Além dos grandes destaques em seu gameplay, ele possui uma história muito interessante, gráficos agradáveis e uma trilha sonora que se destaca imensamente.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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