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Análise: Amnesia: The Bunker é terror na 1ª Guerra

Se esconda de uma criatura sinistra em um bunker no front.

Desenvolvido e distribuído pela Frictional Games, recebemos um jogo de terror situado em um bunker na Primeira Guerra Mundial de onde precisamos escapar enquanto uma criatura voraz nos persegue. Será que o game faz jus ao título Amnesia e trará o terror característico da franquia? Confira em nossa análise de Amnesia: The Bunker.

Essa análise de Amnesia: The Bunker foi possível graças a um código de PC cedido pela produtora. O game está disponível para PC via Steam, Epic Store e Xbox Cloud Gaming. PlayStation 4, Xbox One e Series X|S e também na assinatura do Xbox Gamepass e conta com legendas e interface em PT-BR.

Como se o cenário da Primeira Grande Guerra não fosse o suficiente

Amnesia: The Bunker começa de uma forma frenética que nem parece que estamos encarando um game de terror. Lógico que o enredo em si, já é algo terrível. Controlamos Henri, um soldado francês que está em uma trincheira sendo atacada pelos alemães e que está correndo desesperadamente pela sua vida enquanto seu amigo, Lambert, nos dá instrução de como prosseguirmos.

Em um dado momento, Lambert é ferido e precisamos carregá-lo para um abrigo. Porém, nesse momento somos avistados pelo exército e atacados, até que uma explosão nos tira a consciência. Após isso, acordamos na enfermaria de um bunker sem memória de como fomos parar ali e nem sobre o destino de nosso amigo.

Após uma breve exploração inicial, descobrimos que o bunker está selado e nossa missão se torna encontrar os explosivos capazes de reabrir o caminho para fora. Porém, descobrimos também que algum tipo de criatura assola as paredes do bunker. Para conseguirmos atingir nosso objetivo, precisaremos nos esgueirar, se esconder e até mesmo enfrentá-la, afugentando-a temporariamente.

Temos aqui uma ambientação escura com a temática de um dos piores e mais trágicos eventos históricos. Somado a uma criatura sinistra que não sabemos sua origem e mistérios que são revelados aos poucos através de documentações deixadas pelos outros habitantes. Resumindo, o terror aqui é muito mais psicológico do que jumpscare e cada passo dado aumenta o medo do que podemos encontrar. Um enredo excelente.

Análise: Amnesia: The Bunker

Amnesia: The Bunker consegue trazer variedades em apenas uma localização

Quando se descobre que Amnesia: The Bunker se passa em uma única ambientação, é normal imaginar que tudo seja muito repetitivo e enjoe rápido. No entanto, o bunker onde estamos é dividido em sessões e cada uma traz uma mudança sutil. Por exemplo, em nossa localização inicial estamos em uma ambientação clássica, paredes de terra e suportes de madeira. Ao trocar de área, passamos por corredores de metal e sacos de areia. Já em outra área, o bunker fica mais pedregoso, lembrando sutilmente uma caverna. Essa variedade quebra um pouco essa sensação de um ambiente apenas, algo que me lembrou bastante de sentir em Resident Evil 1.

Da mesma forma, o game também apresenta gráficos e animações muito boas. Não temos um visual ultramoderno de um triple AAA, mas The Bunker consegue cobrir bem esse papel. Junto a isso, temos suas animações que são seu principal destaque. Agora que temos opções de nos defender com granadas e armas, cada uma possui uma animação impecável de uso e recarga. O único ponto que não me agradou tanto – e é característico da franquia – são as interações com alguns objetos. Embora o personagem possua corpo e essas animações citadas, ao abrir uma porta, gaveta etc. Uma mão ‘invisível’ faz essa interação. Não que isso estrague a imersão, mas como o game manda muito bem nesse aspecto, poderia fazer um papel ainda mais completo e imersivo.

Análise: Amnesia: The Bunker

Ser furtivo será vital, mas não a única opção

Para quem conhece a franquia Amnesia, não vai se estranhar nem um pouco com o estilo ‘pique-esconde’ de The Bunker. Isso porque é basicamente o que o game é, você procura pistas e objetos para concluir seu objetivo, mas quando o monstro te escuta iniciasse uma caçada e você deve se esconder… ou não.

Diferente dos outros games da franquia, aqui temos a opção de ‘espantar’ o monstro com armas – não sei se essa mecânica já havia sido explorada em outro, pois não tive oportunidade de jogar TODOS. No entanto, munição e granadas são itens raros e bastante escassos, fazendo com que o jogador só deva utilizá-los quando encurralados e sem chance de fuga.

Com isso, ser silencioso e andar pelas sombras sempre será a melhor opção. Se esconder em armários, atrás de caixas e objetos e esperar que o monstro desista da caçada fará com que o jogador economize muitos recursos. Isso é importante também, pois como já mencionado, eles são bastante escassos e temos um limite de armazenamento.

O game não tem um save manual a qualquer momento ou automático. Para isso, encontramos pontos “seguros” onde podemos salvar utilizando uma lanterna e armazenar os itens extras em um baú – mais uma vez, lembrando a franquia Resident Evil. No entanto, um desses locais – o primeiro mais especificamente – deverá ser revisitado constantemente. Isso porque é nele que se localiza um dos objetos mais importantes do game: o gerador.

Análise: Amnesia: The Bunker

Luz e combustíveis serão seus piores inimigos e melhores aliados

Amnesia: The Bunker tem uma mecânica extra que torna o game mais tenso, desafiador e divertido. Como estamos em um bunker na segunda guerra mundial, não existe energia elétrica ou baterias. Logo contamos com um gerador que se mantêm ativo com o uso de combustíveis que podemos achar pelo ambiente. Porém seu uso tem é limitado e é preciso acompanhar, através de um relógio, o tempo restante e corrermos da forma mais segura o possível entre os locais para não ficarmos sem energia e precisarmos perambular as cegas até o gerador.

Mas claro, existe a opção de utilizarmos uma lanterna. No entanto, como já dito, nessa época não existiam baterias. Então o que temos é uma alimentada por um dínamo. E para quem não conhece, o dínamo é um micro gerador que transforma energia mecânica em elétrica. Através de uma pequena bateria ligada a uma corrente, precisamos utilizar constantemente nossa força física para alimentarmos e gerar energia e, com isso, luz para a lanterna. O problema é que esse instrumento faz bastante barulho, então seu uso atrai, inevitavelmente, a criatura. Logo isso deve ser feito com bastante cautela e sempre em último caso, pois ele não gosta de luz, mas isso não o impede de nos caçar.

Análise: Amnesia: The Bunker

O som de bombas misturado ao silêncio de um bunker ‘deserto’

O jogo entrega uma mistura de barulho e silêncio que beiram a perfeição. Isso porque estamos em um bunker no meio do front na 1ª Grande Guerra. Logo é possível ouvir – e sentir – eventuais explosões que estão ocorrendo do lado de fora. Porém, vale reforçar que o bunker está deserto exceto por nós e uma criatura assassina nos caçando. Estamos em uma constante necessidade de nos mantermos em silêncio.

Então imagine o cenário: você se escondendo da criatura, ou até mesmo se esgueirando pelas sombras e do nada uma explosão e um tremor acontecem. Sem contar nos momentos em que a própria criatura passa correndo pelos tetos e paredes nos procurando. Isso tudo ficou perfeito para aumentar a tensão do ambiente!

Já a música que o game entrega é algo que praticamente não reparei, o que não foi necessariamente ruim. Mas de longe o foco do game é esse – e nem deveria!

Por último, falando da dublagem. Bom, ela é boa, principalmente dos alemães no início do game. No entanto, eu sei que sou chato com localização, assumo. E ouvir dois soldados-amigos FRANCESES falando em inglês com sotaque tirou um pouco da imersão do game. Mas claro, isso é apenas um detalhe negativo – e talvez mais pessoal – e não estragou nem um pouco a experiência geral que o game proporciona.

Análise: Amnesia: The Bunker

Conclusão da nossa análise de Amnesia: The Bunker

Confesso que quando recebi a missão de analisar Amnesia: The Bunker, não esperava muita coisa. Não por achar a franquia ruim, muito pelo contrário, mas pelo fato de que esse esquema de terror de ‘pique-esconde’ já ficou um pouco saturado para mim. Porém, confesso que me enganei. O game possui sim, esse elemento mas, diferente dos outros, não existe uma entidade ou demônio nos caçando, e sim uma criatura que, embora sobrenatural de alguma forma, ainda é física. Logo, podemos de fato combatê-la, principalmente por sermos um soldado armado no front.

No entanto, esse esquema de caçada deixou o game mais tenso ainda, pois a munição é bem limitada e precisamos fazer silêncio constante, o que faz com que cada ruído nos gere um frio na espinha. Sua história se provou interessante e intrigante, e com os relatos encontrados que somam o horror da guerra com a situação do bunker, ela fica ainda mais cativante. O game não conta com gráficos ultramodernos, mas que fazem seu trabalho lindamente e que, somado a suas animações, entregam algo digno de ser admirado.

Somado a isso tudo, os ruídos de ratos, bombas, objetos sendo interagidos, uma criatura desconhecida e assassina caminhando pelas paredes e até mesmo os momentos de silêncio fazem com que o jogador fique sempre no limite da tensão.

Por fim, Amnesia: The Bunker foi um dos melhores e mais assustadores games do gênero que tive a oportunidade de testar. Quem é fã de terror com certeza vai se sentir ‘satisfeito’ – mas dou uma dica: ao jogar, não esqueça as fraldas.

Essa análise de Amnesia: The Bunker segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Amnesia: The Bunker

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 9
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 9

8.5

Ótimo

Um game que começa com os horrores da primeira guerra e segue com o terror de estar trancado em um bunker com uma criatura assassina nos caçando. Precisa de mais alguma coisa?

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Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

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