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Análise: The Cosmic Wheel Sisterhood é profundo e interessante

Mais uma obra de narrativa

Você gosta de tarô? Tem curiosidade sobre as bruxas e suas leis? E sobre seres místicos mais antigos que o próprio universo? Se respondeu sim para qualquer uma dessas perguntas, venha conferir nossa análise de The Cosmic Wheel Sisterhood que traz um mundo rico em diálogos e histórias inesperadas.

E antes mesmo de iniciar esta análise, trago a informação que The Cosmic Wheel Sisterhood foi feito pelo desenvolvedor Deconstructeam. Eles foram os mesmos que trouxeram jogos como The Red Strings Club
(2018) e Essays on Empathy (2021).

Esses jogos são focados em narrativa e possuem uma arte própria. Claro, nós do Última Ficha adoramos ambas experiências que são profundas e interessantes.

Sente no divã celestial

A história de The Cosmic Wheel Sisterhood começa com Fortuna. Ela é uma bruxa que está passando por um exílio de mil anos em um asteroide. Seu crime? Ter o poder de ler o futuro com suas cartas de tarô e ter visto nas cartas que seu clã de bruxas iria ser destruído no futuro.

Já tendo cumprido 200 anos de pena, ela não aguenta mais a solidão e recita uma invocação proibida. Nela, Fortuna invoca um Behemoth, uma criatura lendária e proibida que transcende as dimensões e o próprio tempo.

A partir daí, Fortuna inicia uma divertida e interessante relação de confiança e desconfiança com Ábramar (o Behemoth) e eles fazem um acordo para ela poder ter seus poderes e cartas de volta.

Depois de um breve tutorial de como fazer suas novas cartas, Fortuna irá receber diversos personagens interessantes que serão tanto suas amigas como bruxas importantes. E é aí que a narrativa se desenvolve. Na realidade ela é divida em duas partes. Entre Ábramar e as diversas bruxas.

As histórias e diálogos são muito interessantes e até profundos em diversos níveis. Com Ábramar iremos discutir nossos medos, ansiedades e mais. Mesmo sendo um ser celestial que certamente procura por algo, você poderá ver sua fragilidade e dúvidas. É quase uma busca por autoconhecimento.

Já na parte com as Bruxas, nós iremos ver diversos personagens muito interessantes. Cada uma terá seu problema e irá pedir ajuda com suas habilidades de ver o futuro. Entender a história de Fortuna, de como se tornou uma bruxa, do que aconteceu com a Terra, de como está seu clã e o que a sua líder – que te exilou – está fazendo com elas é super interessante. E algumas vezes até revoltante!

Temos aqui uma narrativa profunda que iremos estar sempre questionando diversas ações e sentimentos com seres milenares e poderosos. Todos os diálogos e questionamentos funcionam muito bem. E claro, suas revelações do futuro e diversas respostas irão moldar para onde o jogo irá e o que acontecerá com as personagens.

Ambientação leve com um toque de jazz

Primeiramente, quem já acompanha o trabalho da desenvolvedora, sabe que eles sempre seguem um estilo de pixel art que não é tão detalhado. Ele é o suficiente para entender os momentos, ambiente e as emoções dos personagens.

O mesmo acontece em The Cosmic Wheel Sisterhood e sinceramente não tenho muito destaques a trazer nesta análise. De um lado temos Fortuna flutuando em seu asteroide pelo universo que é super simples enquanto conversa com Ábramar. Por outro lado, temos os momentos de lembrança do passado da protagonista assim como os diálogos das visitantes que recebe.

Nestes momentos, temos personagens mais detalhados e animados, podendo ter uma melhor visualização de suas relações. E embora a parte gráfica seja agradável, ela fica por aí. Ela funciona, mas não tenho como trazer algum destaque real.

Por outro lado, temos a sua parte sonora. Não temos dublagem aqui, é importante deixar isto claro. Mas sempre ao fundo tanto das conversas como das memórias temos um jazz muito gostoso que embala a narrativa e os diversos momentos. Embora não tenhamos uma música marcante, temos uma trilha sonora que se encaixa com perfeição!

Suas escolhas tem consequência em The Cosmic Wheel Sisterhood

Agora, chegando na parte da análise que falarei do gameplay de The Cosmic Wheel Sisterhood, posso felizmente dizer que ele tem uma boa complexidade.

De certa forma, seu gameplay funciona em três formas distintas. Primeiramente, para fazer seu deck, você contará com quatro elementos principais: Vento, Água, Fogo e Terra. Cada um deles terá sua representação tanto positiva quanto negativa. Seu objetivo será sempre farmar esses elementos. E já explico como isso é feito.

Em segundo lugar, temos a confecção de seu deck. Uma vez que você inicia a confecção de cartas, você passará por três estágios de escolha até ter uma carta montada. Para selecionar cada um dos itens que influenciarão de diversas maneiras, você deverá gastar seus pontos de elementos para criar uma carta mais equilibrada ou então mais voltada para uma das emoções.

Por fim, temos a leitura da sorte das pessoas. Após uma sessão de bate papo para conhecer os personagens, elas geralmente lhe farão perguntas específicas. Normalmente temos no mínimo duas perguntas. Em seguida, as cartas irão aparecer de forma aleatória e você poderá optar em qual das perguntas ela será aplicada. Adicionalmente, cada sorte terá mais variações de resposta dependendo da carta que fez.

E é válido dizer que ao escolher uma entre as possíveis respostas para a pergunta, você receberá uma quantidade de elmentos. Issi lhe proporciona criar novas cartas a frente, assim como fazer acordos com Ábramar.

Por mais simples que pareça essa mecânica, ela tem sua complexidade. Por conseguinte, as conversas por muitas vezes são complexas e as escolhas são pesadas. Você pode ler a morte de alguém, um grande problema, uma sorte positiva ou até ler a terceira Guerra Mundial no mundo.

Ver como suas escolhas influenciam essa complexa teia de sentimentos e motivações, é fabuloso.

Conclusão

Finalmente, chegando ao fim desta análise, posso afirmar que The Cosmic Wheel Sisterhood me agradou demais. Da mesma forma que me encantei com The Red Strings Club, eu adorei a complexidade de escolhas e histórias presentes no game.

Embora sua parte técnica não tenha nenhum grande destaque, por mais agradável que seja, sua narrativa e personagens são fantásticos. Com o propósito de te fazer pensar sobre suas escolhas, The Cosmic Wheel Sisterhood acerta em cheio ao trazer questionamentos profundos e interessantes.

Por isso, eu indico The Cosmic Wheel Sisterhood para qualquer pessoa que goste de diálogos profundos e introspecção de sua história e de seu próprio futuro. No entanto, é importarten ressaltar que o jogo não contém legendas em PT-BR. Dessa forma, muitos jogadores serão afastados desta incrível obra de narrativa.

Essa análise de The Cosmic Wheel Sisterhood segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Uma narrativa que acerta em cheio

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 8
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa e personagens - 10

8.6

Ótimo

Embora sua parte técnica não tenha nenhum grande destaque, por mais agradável que seja, sua narrativa e personagens são fantásticos. Com o propósito de te fazer pensar sobre suas escolhas, The Cosmic Wheel Sisterhood acerta em cheio ao trazer questionamentos profundos e interessantes.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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