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Análise: Fort Solis tem grande potencial desperdiçado

Seria um ótimo filme, mas como jogo...

Nesta análise iremos falar do jogo Fort Solis que traz uma aventura focada em exploração em uma Marte árida e perigosa. Se gosta de jogos focados em história e com uma temática Sci-Fi com toques de terror, venham ver o que achamos desse jogo.

História

Antes de mais nada, em Fort Solis temos um jogo completamente focado em sua história onde alguns até dirão que é um Walking Simulator, e por isso tentarei entregar o mínimo possível nesta análise para logicamente não entrar no reino dos spoilers.

Em Fort Solis nós estamos no ano de 2080 em Marte que já tem algum tipo de ocupação humana. Nós iniciaremos controlando Jack enquanto interage com Jessica, sua colega de trabalho em uma pequena estrutura em Marte.

Logo em seguida eles recebem um sinal de emergência vindo de Fort Solis, uma grande e antiga estação, e aí Jack parte para investigar o que está acontecendo.

A partir daí iremos controlar Jack que encontra todo tipo de dificuldade para acessar Fort Solis. Mas e como a história se desenrola? Bem, nas cerca de 3 horas de jogo, você irá sempre estar conversando com os protagonistas via rádio.

Ou seja, de alguma forma os protagonistas Jessica e Jack, assim como o antagonista, terão uma interação via áudio onde conheceremos mais deles, suas preferências e motivações. E para dar ainda mais peso a essa misteriosa história, teremos acesso a diversos relatos via vídeo e áudios dos membros presentes que misteriosamente sumiram.

Portanto, caberá a você explorar Fort Solis, entender a motivação do antagonista, assim como entender o que eles estavam fazendo nessa isolada instalação em Marte.

E aqui serei sincero. Embora todo esse cenário seja coeso e interessante, no fim, a história não se destaca. Falando de forma bem grosseira, temos uma história relativamente simples em uma estação espacial em Marte que te coloca em um clima de tensão, mas que não existe um perigo real.

E lamentavelmente, aqui temos o fim mais anticlimático que já vi. Curiosamente, o final alternativo, que seria o final ruim, é mais interessante.

Ambientação e áudio

Agora, falando um pouco de sua ambientação, posso dizer que Fort Solis acerta. Enquanto na parte externa temos uma Marte árida e perigosa com suas tempestades, toda a estrutura de Fort Solis é muito bem desenhada.

O grande destaque acaba sendo a qualidade visual e os detalhes de toda essa grande estrutura metálica. Usando a famosa Unreal Engine 5.2, temos aqui ambientes e texturas ricas em detalhes e qualidade. Adicionalmente, a iluminação está excelente.

Por ser um jogo de certa forma solitário, o jogo de luzes passa com perfeição o sentimento de solidão e incerteza dentro dessa estação.

E falando do áudio em Fort Solis, temos aqui provavelmente o maior destaque. Como falei no início, parte da narrativa é dada através de diálogos entre os três personagens. E a qualidade da dublagem é excelente.

Graças ao excelente time de dublagem que conta com Roger Clark, Troy Baker e Julia Brown, temos conversas super bem feitas com uma ótima atuação. Adicionalmente, temos uma trilha sonora tensa que mescla os momentos de urgência com os momentos de tensão e total solidão.

Gameplay inexistente

E bem, agora chegarei à parte mais sensível e polêmica desta análise e irei encarar a pergunta se Fort Solis é ou não é um Walking Simulator.

Infelizmente tenho que dizer que o gameplay foi o que menos me empolgou. Sendo sincero, por muitas vezes me deixou entediado. Aqui poderemos apenas andar com o personagem, sem a possibilidade de poder correr, o que deixa a exploração por muitas vezes lenta e entediante.

Já na questão de ação, basicamente temos Quick Time Events, o famigerado QTE. O problema é que os QTEs aparecem e desaparecem super rápido. E como o jogo é pouco interativo no aspecto da ação, ele quase sempre te pega desprevenido. Eu acredito que esse foi o pior uso de QTE que já vi em um jogo.

E por falar em ação, durantes todos os momentos de urgência você perde o controle do personagem. Achei intrigante no mínimo tirar o controle do personagem na, teoricamente, parte mais emocionante.

Além de caminhar e dos eventuais QTEs, Fort Solis conta com a possibilidade de explorar o ambiente para encontrar segredos, colecionáveis e resolver alguns puzzles que são simples no geral. Infelizmente é apenas isso e não tenho mais nada a acrescentar em seu gameplay.

Inclusive um de seus colecionáveis são cartazes de filmes que não trazem nenhum sentimento de pertencimento ao jogador, eles estão lá apenas por estarem.

Conclusão

Chegando ao fim desta análise, acredito que tenha deixado bem claro minhas impressões sobre Fort Solis. Seu aspecto técnico é o que mais impressiona com uma ambientação muito boa assim como uma parte sonora impressionante. Certamente o grande destaque vai para a excepcional atuação dos dubladores.

Mas, infelizmente, Fort Solis falha tanto em sua narrativa quanto na questão da jogabilidade. Aqui temos uma interação mínima e com um sistema de QTE fraco. Adicionalmente, a narrativa é competente, mas é simples demais. E claro, temos aqui um dos finais mais anti climáticos que já vi.

Sendo sincero, não tenho como recomendar Fort Solis em seu lançamento. Para os curiosos e fãs de mistérios Sci-Fi eu recomendo esperar uma boa promoção. No mais, aqui poderíamos ter tido um excelente seriado, mas recebemos apenas um jogo mediano.

Essa análise de Fort Solis segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Jogo deixa a desejar

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 5
Diversão - 5.5
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa e personagens - 5.5

6.3

Mediano

Embora o aspecto técnico de Fort Solis seja impressionante com sua parte sonora e visuais, o jogo falha em seu gameplay hiper simplificado, e por muitas vezes entediantes, assim como uma narrativa apenas ok onde a experiência acaba rápido demais.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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