NOTICIASANÁLISESPCPLAYSTATIONREVIEWSXBOX

Análise: Exoprimal é bom, mas para que?

Dinossauros versus soldados em exotrajes, seria injusto se não fosse pelo roteiro.

Enfrentar dinossauros usando armaduras ultra tecnológicas em cidades, desertos e instalações desativadas. Essa é a premissa do game desenvolvido pela desenvolvedora CAPCOM. Será que essa premissa ficou interessante? Venha conferir o que achamos em nossa análise de Exoprimal.

O game está disponível para PC via Steam – também pela assinatura da Xbox Game Pass – PS4, PS5, Xbox One e Series e conta com legendas e interface em PT-BR. O game não conta com dublagem em português exceto pela IA, que parece usar um tipo de tradutor automático.

Exoprimal coloca tecnologia versus antiguidades – Análise

Em Exoprimal assumimos o papel de Ace, um personagem personalizável que faz parte de um programa de combatentes da corporação Aibius. Eles desenvolveram e fabricaram exotrajes de combate com o intuito dinossauros que atacam as cidades através de misteriosos portais temporais que surgem sem um padrão pelo mundo.

Em uma dessas missões, somos sugados junto com nosso esquadrão por um desses portais e paramos em uma ilha chamada Bikitoa. Nela, descobrimos que uma IA da nossa própria corporação está realizando testes de combate com os locais no intuito de desenvolver exotrajes cada vez mais fortes e eficientes.

Sendo assim, precisaremos lutar constantemente para sobrevivermos a essa IA maluca enquanto procuramos, com nossos aliados, um modo de escapar dessa ilha.

Análise: Exoprimal

O game não possui um modo campanha direto. Sua história se desenvolve conforme jogamos seu multiplayer. Esse consiste em partidas de sobrevivência cooperativa ou competitiva. Falarei sobre elas mais à frente.

Com relação a história, o game entrega bastante conteúdo. Além da história principal, abrimos um fluxograma de Dados Perdidos onde é possível aprender ainda sobre a situação que estamos.

Apesar da riqueza do seu enredo, sua qualidade deixa a desejar. Além de ser uma trama bastante confusa – mas que sim, vai sendo explicada com seu avanço – nada faz sentido. Os dinossauros são criaturas, aparentemente normais, porque uma saraivada de misseis, ou um tiro de um canhão laser não faz um estrago mais sério?

Infelizmente, apesar de um pouco interessante, seu enredo careceu de argumentos para entregar credibilidade e, com isso, acabou entregando uma sensação de vazio.

Gráficos ótimos… e exagerados

Agora, se tem algo que podemos elogiar bastante o game, está em seu visual. O cenário está bem bonito e desenhado, com cenários que variam de desertos com instalações científicas, túneis, cidades e praças. No entanto, essa quantidade é um pouco limitada, e visto que os desenvolvedores conseguiram criar cenários tão bonitos, uma maior quantidade de biomas seria interessante de se ver.

Os modelos dos dinossauros e trajes também estão muito bons. O principal destaque está nas animações dos dinossauros. A movimentação de todos está muito bem fluida, com destaque para o momento em que os raptores são transportados para o campo de batalha. Eles caem em massa de uma forma tão natural e embolada que parece mais uma CGI saída de Parque dos Dinossauros.

Análise: Exoprimal

Por último, temos os efeitos especiais do game. Aqui existe uma divisão de sentimentos. Por um lado, gostei muito das explosões, dos traços dos tiros, do efeito dos dinossauros feridos e da destruição de alguns objetos no cenário. No entanto, o game se passa em ambientes, em sua maioria, fechados e somos uma equipe de 5 exo-armaduras com poderes bélicos absurdos. Ou seja, é tiro, porrada e bomba contra uma horda de dinossauros.

Consequentemente, em alguns momentos da partida me peguei olhando para o radar tentando identificar onde eu deveria focar o tiro, visto que não consegui enxergar mais nada a minha frente dado a quantidade de efeito ao mesmo tempo. As únicas partidas exceção a isso foram as que eu selecionei uma armadura de suporte capaz de sobrevoar o campo de batalha enquanto ataca os inimigos e cura os aliados, o que a tornou uma das mais divertidas de se jogar.

Um tipo de MOBA divertido, mas repetitivo

Para quem é conhecedor dos jogos MOBA, Exoprimal é bem próximo disso. A começar com a escolha da nossa exo-armadura. Inicialmente, temos 3 classes para escolher: soldado, tanque e suporte. Dentro delas, temos algumas opções diferentes de unidades. Cada uma possui uma tática e habilidades próprias e cabe ao jogador testar e ver com qual se identifica mais.

Porém, dentro da partida tudo fica uma mistura de repetições. Basicamente temos 2 estilos de jogo: PVE e PVP. O primeiro consiste em avançar enfrentando hordas de dinossauros até chegarmos no chefe e completarmos a missão. Já a segunda – mais divertida – segue o mesmo esquema, porém fazemos isso em sincronia com uma equipe adversária. No final, ganha quem tiver mais ponto e acaba culminando em uma segunda rodada de confronto direto no qual precisamos escoltar um veículo ou dominar pontos enquanto os inimigos fazem o mesmo.

Análise: Exoprimal

PVE morto e PVP divertido

Sem sombras de dúvida o PVE é praticamente morto por conta de ser morno e repetitivo. Enquanto o PVP traz um bom entretenimento. No entanto, fiquei bastante frustrado por não entender como funciona o esquema de pontuação. Por um lado, o soldado explodia horas de dinossauros ao mesmo tempo, mas ficava com uma classificação geral baixa, em sua maioria. Por outro, ao jogar com suporte, basicamente ficava ‘flutuando’ pelo mapa atacando os inimigos e curando os aliados, e minha pontuação disparava.

Talvez essa falha de interpretação tenha sido algo mais pessoal, mas realmente não conseguia enxergar a lógica por trás. E um outro ponto negativo que vale destacar. Começamos com algumas unidades disponíveis e, ao longo das partidas, ganhamos níveis que nos permite comprá-las, além de cosméticos e chips que melhoram nossas habilidades. Porém o preço de cada coisa é ABSURDO de alto, o que nos induz a gastar dinheiro vivo para acelerarmos o nosso processo.

O game possui modalidades dentro das duas opções. É possível jogar modo de capturar região, proteger objetivos ou simplesmente avançar matando horas de dinossauros. Essas modalidades são tanto no PVP quanto no PVE, mas o jogo sempre começa pelo segundo. Após concluir os objetivos, entramos em uma segunda rodada onde poderemos enfrentar nossos adversários, tentando atrasá-los de concluir seus objetivos. O confronto pode ser direto, usando nossas armaduras e poderes ou encontrando um item que nos permite invocar e controlar um dinossauro.

Embora isso não torne o game um ‘pay-to-win’, dá uma sensação de que somos forçados a seguir esse caminho. Principalmente que a evolução do game e a repetitividade faz com que percamos a vontade de avançar o suficiente antes mesmo de termos recursos para experimentar.

Análise: Exoprimal

Experiência auditiva que apenas cumpre o papel

Primeiramente, já é possível notar que Exoprimal tem uma excelente dublagem. A movimentação fluida dos personagens e somado a isso fez com que as cenas de história parecessem um CGI. Sem contar que eles possuem origens de países diferentes, e os desenvolvedores se preocuparam em trazer sotaques, tornando essa parte ainda mais imersiva.

O game em si não possuem dublagem em português. Mas por algum motivo Leviatã, a IA do game possui, porém parece ser uma dublagem feita por algum software de tradução, o que combinou com o personagem.

Já a trilha sonora, ela cumpre seu papel, mas passa completamente despercebida. Isso não quer dizer que seja ruim, apenas que ela não possui grandes destaques. O mesmo pode ser dito dos efeitos sonoros, o que não influência de forma negativa no game, mas entrega uma experiência que pode ser classificada apenas como ‘normal’.

Análise: Exoprimal

Conclusão da nossa análise de Exoprimal

Concluindo nossa análise de Exoprimal, será que o game vale a pena? A resposta é um grande talvez. Do ponto de vista entretenimento, o game até cumpre seu papel. Mas sua história sem fundamento e que tenta se levar a sério entrega um plano de fundo bem vazio de lógica. Enquanto seu visual é maravilhoso, o próprio estilo do jogo impede que os apreciemos devidamente. Visto que a maior parte dos confrontos mal conseguimos ver no que estamos atirando.

Sua jogabilidade fácil e intuitiva que remete aos mobas é bastante interessante. Porém, as funções ficam vazias de propósito exceto pelo curandeiro. Da mesma forma, a habilidade suprema de cada classe só é vista no máximo duas vezes por partida, o que é bastante frustrante. Somado a isso, temos a questão de o jogo ser PAGO e ser cheio de micro transações que, mesmo que em sua grande maioria sejam estéticas, gerou um certo desanimo.

Resumindo nossa análise, Exoprimal é sim um jogo divertido, porém seria ainda mais interessante se saísse como gratuito e sobrevivesse de seus cosméticos. ‘Repetitividade’ nas partidas e nos cenários são seus principais pontos fracos, enquanto um visual bonito e uma jogabilidade agradável são os fortes. Vale o teste para quem gosta desse tipo de ambientação e mecânica, mas é complicado dar uma recomendação completa visto que o game é bastante repetitivo e sem propósito.

Essa análise de Exoprimal segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Exoprimal

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 6
Diversão - 5
Áudio e trilha-sonora - 7

6.3

Razoável

Exoprimal é um game que até entrega algum entretenimento, mas é bastante repetitivo e vazio de propósito que rapidamente perde-se o interesse.

User Rating: Be the first one !

Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo