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Análise: Fading Afternoon acerta na narrativa

Mas erra em diversos pontos

Fading Afternoon chega com a missão de entregar uma análise profunda do fim da vida e tem como pano de fundo a famigerada Yakuza. Entre em um mundo pixelado onde irá se meter em diversas brigas de rua e irá visitar paisagens tradicionais japonesas.

Mas será que história e gráficos interessantes são o suficiente para despertar o interesse de todos? Descubra isso agora em nossa Análise de Fading Afternoon.

Os últimos dia de um Yakuza

Ao iniciar Fading Afternoon temos uma história que poderia ser facilmente confundida com uma certa franquia nipônica. Aqui controlamos Seiji Maruyama, um Yakuza que foi preso e está finalmente sendo liberado da prisão.

Em seguida ele vai para a sede de sua antiga família da Yakuza e conversa como está o atual status de todas as famílias rivais assim como fica ciente de todos os acontecimentos. Pela conversa, é possível entender que ele foi preso para apaziguar uma situação específica e por isso são todos gratos.

Esse pontapé inicial do jogo é facilmente confundido com a franquia Yakuza onde temos o protagonista Kazuma Kiryu que passa pela mesma situação. Porém, as similaridades param por aí.

A partir daí somos entregues a uma Tókio explorável em seus ambientes 2D onde Seiji Maruyama irá tomar diversas decisões para apoiar sua família. Assim como, logicamente, irá arrumar confusão com outras famílias.

A narrativa é inquestionavelmente profunda e interessante. Ela traz um mix de possibilidades e decisões enquanto se aprofunda na temática do fim da vida de uma pessoa. No caso, no fim da vida de Seiji Maruyama que deixa bem claro no início que tem uma condição terminal.

Porém, existe um gigantesco problema em como o jogo se desenrola.

Um mundo livre demais

De forma geral, Fading Afternoon é um jogo 2D no estilo beat them up que traz uma liberdade interessante. Porém, essa liberdade “vai longe demais”.

Por muitas vezes eu ficava completamente perdido ao jogar o game. Eu ficava literalmente sem saber para onde deveria ir ou o que fazer. Existiam sim algumas dicas, mas muitas vezes eram confusas, assim como o mapa era confuso. Deixa eu explicar.

Fading Afternoon utiliza o sistema de partes do dia onde você irá tomar duas a três ações por dia. Essas ações são divididas ao ir para um lugar. Afinal, o deslocamento leva tempo e o período do dia vai passando.

E no fim do dia, é interessante que a última ação/deslocamento seja dormir para recuperar suas energias e consequentemente sua vida. No entanto, o mapa é dividido por pontos que destacam uma localidade supostamente principal e possui uma cor. Essa cor mostra qual é a família dominante e se você está em guerra com ela.

A partir daí é um entra e sai dos mapas e das lojas até conseguir entender minimamente o que deve ser feito e para onde deve ir. Em adição a essa confusão, o menu é igualmente confuso onde as ações são mínimas.

Um Japão muito bem representado

Agora, trazendo a parte técnica para esta análise, posso afirmar que Fading Afternoon é muito agradável, embora há ressalvas.

Falando de sua parte visual, eu fiquei impressionado de como as localidades estão em sincronia com a realidade. O fato de ser um jogo em pixel art, não impediu os desenvolvedores de conseguirem traduzir os pontos tradicionais do Japão.

Por exemplo, temos localidades que lembram os grandes centros e cruzamentos de carros. Temos também estabelecimentos tradicionais como Karaokê, lugares para jogar baseball e até bares. Também temos as tradicionais chuvas assim como momentos de neve. Tudo é feito com carinho.

E falando de sua parte sonora, ela é difícil de ser falada. Sobre seus efeitos eles não merecem nenhum destaque. Eles fazem o que devem fazer e é isso. Porém, sua trilha sonora é uma faca de dois gumes.

Não me entenda mal, a música de Fading Afternoon é fabulosa. Ela tem uma pegada de jazz como se estivesse em um bar relaxando ao beber uma boa bebida. No entanto, é isso. É essa uma música ao longo do jogo. É muito estranho ver uma música que tem um ritmo bem determinado sendo usada em todos os momentos, como no meio da briga ou ao ter diversos tipos de conversa.

Um Beat them up honesto

Ao deixar essa parte de lado, tenho que falar de sua mecânica de luta. Aqui adianto que Fading Afternoon é um beat them up competente. Não espere aqui uma árvore de habilidade, poderes, um sistema de níveis ou então equipamentos diversos.

Ao entrar em uma luta você irá automaticamente entrar em guerra com essa família e poderá bater em seus inimigos até derrotá-los. Cada inimigo derrotado irá lhe adicionar uma quantia de dinheiro.

E para derrotar os inimigos você irá contar com os socos e chutes tradicionais, possibilidade de agarrão e desvio/bloqueio. A parte de ataque é feita ao apertar o botão de ação e na parte de esquiva/defesa você tem que segurar o mesmo botão. Por fim, o agarrão basta andar em direção ao inimigo.

Adicionalmente, existe a possibilidade de pegar a arma (branca ou de fogo) do inimigo. Ao pressionar dois botões específicos, enquanto o adversário estiver usando essa arma, será possível pegá-la para você e utilizar logo em seguida.

Aqui as animações são muito bem feitas e como já mencionei, é uma mecânica decente. No entanto, o nível de complexidade é baixo e não existe muita variação. Inclusive, ao longo das lutas, você verá seu personagem perdido no meio dos inimigos acabando com qualquer estratégia e apenas apertando o botão de ação.

Conclusão

Em suma, Fading Afternoon é um jogo com grande potencial assim como conta com uma ótima ambientação e possui uma narrativa densa.

Infelizmente ele esbarra em diversas limitações que parecem mais com decisões erradas do desenvolvedor do que com uma limitação técnica. O grande problema aqui é o excesso de liberdade e a falta de um mapa/menu que possa ajudar o jogar a não ficar tão perdido por diversos momentos.

Essa análise de Fading Afternoon segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Uma aventura profunda, mas com seus problemas

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 6
Diversão - 6
Áudio e trilha-sonora - 6

6.4

Razoável

Fading Afternoon é um jogo com grande potencial assim como conta com uma ótima ambientação e possui uma narrativa densa. Infelizmente ele esbarra em diversas limitações que parecem mais com decisões erradas do que com uma limitação técnica. Isso pode espantar muitos jogadores que venham a ter interesse nele.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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