Análise: Pizza Possum

Mal deu tempo de voltar para o meu “mar seguro” e já tive que sair para analisar Pizza Possum. E confesso que estranhei a proposta do jogo que… OPS, SPOILER… Então vem comigo e vamos começar nossa corrida enquanto corremos.

Esta análise só foi possível graças a uma cópia digital de Pizza Possum, gentilmente cedida pela produtora, para a versão de PC, via Steam.

Sobre Pizza Possum

Pizza Possum é um jogo de aventura 3D, aonde o seu propósito é comer o máximo possível enquanto foge dos cães de guarda. Nessa aventura, você é um gambá (ou um guaxinim, se jogar cooperativamente) cujo a missão é subir ao mais alto ponto do vilarejo e roubar a coroa do líder dos cães, ao passo que come a pizza gigante do topo do vilarejo. Você aceitaria essa missão?

E, para finalizar, parabenizo a equipe de desenvolvedores de Pizza Possum por entregar uma ótima legenda PT-BR para o jogo. Além de possuir uma bela fonte de leitura, os textos apresentados estão impecáveis.

Uma aventura de encher os olhos (e a barriga)

De modo geral, Pizza Possum tem gráficos bem agradáveis e coloridos. Os objetos nos cenários estão bem desenhados e caricatos. Além disso, os principais elementos do cenário são devidamente destacados.

Uma coisa que me incomodou foi que as faces dos animais do jogo são meio cônicas e eu até iria reclamar sobre, porém notei que isso faz parte da escolha artística do jogo. Então, fica só a menção mesmo.

A HUD do jogo não é evasiva para o jogador e encaixa perfeitamente com a sua câmera isométrica. Aliás, eu adorei a forma simples que deixaram a HUD, contendo apenas o power up atual e uma “barra de chave”, aonde falarei melhor na parte de jogabilidade.

Por fim, não tenho mais nada a adicionar. Por possuir uma câmera isométrica, fica mais simples criar as animações dos cenários (como o movimento da água). Mas não estou falando de forma pejorativa, pois eu sou da opinião: se o simples funciona, para que complicar?

Correr para comer e comer para correr

Uma das coisas que mais me agrada é uma jogabilidade simples e direta e é justamente o que temos aqui. Em Pizza Possum, o jogador só pode usar o controle direcional (ou as teclas WASD) e um botão para usar o devido power up. Simples, não é?

A sua missão é comer o máximo possível sem ser pego, para juntar pontos suficientes para comprar uma chave. Com a chave adquirida, consegue abrir uma porta, subindo para o próximo nível. E a dificuldade vai escalando a cada nova porta aberta. E assim vai até chegar ao topo, aonde o jogador precisa comer a “pizza principal” e roubar a coroa do cão líder.

De forma resumida, é um jogo de esconde-esconde (hide-and-seek).

O jogador terá vários cães de guarda para evitar, cada um com sua devida habilidade. Os cães de guarda vigiam as cenas e, ao ver o jogador, entram em um estado de alerta antes de começar a correr atrás do jogador.

Aqui eu tenho um misto de opiniões, pois é muito interessante o padrão de movimento de cada cão de guarda, porém a Inteligência Artificial de todos os guardas, quando começam a busca, é facilmente despistada e conforme vai evoluindo no jogo, fugir dos cães de guarda fica fácil demais.

Evolução no jogo

Se Pizza Possum fosse só correr e esconder, seria muito difícil passar os últimos níveis. Para solucionar esse problema, Pizza Possum possui um sistema de “upgrade”, aonde a cada rodada que o jogador é capturado, os pontos adquiridos acumulam para liberar power ups, para facilitar as próximas rodadas. Para comparações, essa evolução é parecida com jogos roguelite, porém sem ser um jogo do gênero.

A única crítica que tenho com os power ups é que o jogo sai de algo muito difícil para muito fácil, após liberar alguns power ups. A evolução do jogo vai de 0 a 100 de forma bem rápida, tirando rapidamente a graça do jogo. No vídeo que colocarei abaixo, um exemplo é a bomba de fumaça, aonde é só jogar, atordoar todo mundo da tela e se esconder.

Uma sinfonia de barulhos e ruídos

Geralmente eu não encontro grandes diferenças nas áreas sonoras dos jogos. Acredito que isso ocorra, pois não existem tantas diferenças em efeitos sonoros além do que já estamos acostumados. Porém, em Pizza Possum, os desenvolvedores decidiram sair desse paradigma e tem novidades.

Infelizmente, essa novidade também vai de 0 a 100 muito rápido.

Os efeitos sonoros do jogo estão bem legais, tirando os efeitos sonoros óbvios e alterando-os de várias maneiras, sendo o principal o uso de instrumentos musicais e efeitos sonoros de vozes únicos. Por exemplo: os primeiros cães que encontramos na aventura fazendo “PUM PUM PUM!’ e os cachorrinhos fazendo “DUM DUM DUM!” ou quando o gambazinho come os maiores pratos, aonde começa um solo de bateria.

Sinceramente eu achei bem criativo essa abordagem, nos primeiros 15 a 20 minutos de jogo. Depois disso, esses mesmos efeitos sonoros viram ruídos que começam a incomodar. E a jogatina começa a ficar bem pesada, a ponto de incomodar. E, infelizmente, não pode remover esses ruídos do jogo, pois é parte fundamental para a gameplay.

Por fim, as músicas são bem originais e boas de ouvir. Porém, como elas costumam se repetir constantemente, as músicas começam a sofrer do mesmo problema de repetição.

Considerações finais de Pizza Possum

Pizza Possum é um bom jogo que sofre com alguns problemas. A sua jogabilidade simples é o grande charme do jogo, trazendo uma boa diversão. Graficamente falando, o jogo é muito bonito, mesmo que a arte tenha exageros nas cores. A sonoplastia tende a ir de muito boa a irritante ao longo do jogo, contudo se fizer pausas regulares a cada rodada, ameniza o problema.

Para finalizar, deixo aqui uma sugestão para os desenvolvedores do jogo: criem novos mapas. Acredito que isso ajudará na longevidade do jogo.

Essa análise de Pizza Possum segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.