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Análise: Dragon Quest Monsters: The Dark Prince

Uma viciante experiência

Eu admito que não sabia muito bem o que esperar de Dragon Quest Monsters: The Dark Prince quando comecei a fazer sua análise. Embora eu conheça a franquia Dragon Quest, eu nunca havia jogado o spin off “Monsters”. Contudo, já posso adiantar que amei este jogo que se inspira na fórmula criada pela franquia Pokémon.

Se quer saber como Dragon Quest Monsters: The Dark Prince se compara a franquia principal, assim como com a famosa franquia de pegar monstros, então confira aqui nossa análise e veja se o jogo é para você.

E muito infelizmente, adianto que o jogo não conta com legendas em PT-BR.

Uma história que serve seu propósito

Em The Dark Prince, nós jogamos com ninguém menos do que com Psaro. Para quem conhece a franquia, sabe que ele era o antagonista de Dragon Quest IV. Contudo, aqui vemos um Psaro jovem que está em busca de vingança de seu pai que negou ajudar sua mãe quando necessário.

Após o primeiro embate, Psaro perdeu por ser muito jovem e inexperiente. Adicionalmente, foi enfeitiçado por seu pai, não podendo mais atacar monstros. Com isso, ele recorre a se transformar em um grande mestre dos monstros onde irá controlá-los e usá-los para executar sua vingança.

Além da narrativa principal, você irá conhecer mais de Nadiria que é composta por diversas regiões únicas e onde cada uma terá algum tipo de narrativa e missões próprias. Sendo sincero, embora estejamos falando de um jogo de Dragon Quest, aqui a história não merece o devido destaque.

A história serve apenas como pano de fundo para usarmos e abusarmos das mecânicas de controlar monstros e evoluir eles. Porém, quem é fã de Dragon Quest IV, encontrará em The Dark Prince detalhes interessantes para a construção do personagem. Ao mesmo tempo, para quem não conhece o quarto jogo da franquia, não se sentirá perdido.

O contraste da ambientação e performance

Agora falando de uma parte mais técnica eu quero destacar algumas dualidades. Primeiramente, faço um destaque positivo para os muitos mundos do jogo. Aqui temos regiões bem distintas entre si mostrando uma grande variação de seus biomas.

Temos uma região distópica, uma região composta de doces, florestas pujantes e até um mundo lotado de lava. Adicionalmente, cada um dos mapas conta com dois tipos de variações. O primeiro tipo são variações baseadas no dia a dia como chuva, por exemplo. Claro que essa chuva pode ser de água, ácido, lava e mais.

Já a outra variedade mais interessante está baseada nas quatro estações que são verão, inverno, outono e primavera. Cada uma das novas estações irão mudar o ambiente de certa forma. Por exemplo o inverno irá congelar a água, lava, etc. Isso fará com que possa andar em partes que antes não podia. Outro exemplo é a primavera, onde novos acessos estarão disponíveis graças a vinhas nas paredes e outras criativas possibilidades.

É inquestionável que essas variações são extremamente bem-vindas. Mas eu mencionei dualidades, certo? Infelizmente tenho que trazer agora dois pontos negativos.

Primeiramente, muitas das modelagens são simples demais. Aqui temos diversas regiões abertas o que faz ter um grande impacto visual. Mas, ao mesmo tempo, existem algumas modelagens e texturas que causam desconforto visual. Felizmente, posso dizer que mesmo criticando, vemos algo visualmente superior ao que vimos em Pokémon Scarlet e Violet.

E por fim, tenho que falar da lamentável performance. Infelizmente esse conjunto de características que mencionei agora vão além do que o Switch aguenta. Ou pelo menos, o jogo está mal otimizado. Quedas de frames são muito mais comuns do que deveriam e se agravam nos períodos de chuva. Contudo, eu percebi que ao jogar no modo portátil, o jogo sofre muito menos do que quando jogado na TV.

Não temos aqui algo que quebre a experiência do jogo, ainda mais por ser um RPG de turnos, mas essa falta de otimização em conjunto com texturas mais simples, incomodam por diversas vezes.

É aqui que começa o vício

Bem, até este momento da análise Dragon Quest Monsters: The Dark Prince está cheio de altos e baixos. Mas a partir de agora vou pisar fundo nos elogios, pois sua mecânica é extremamente viciante.

No jogo você terá um time de quatro monstros principais e terá outros quatro monstros reserva que podem ser mudados a qualquer hora na luta. Adicionalmente, a experiência é compartilhada entre eles facilitando o grind.

Como esperado, cada um dos monstros tem um tipo e cada tipo tem forças e fraquezas, assim como golpes específicos. Mas o grande diferencial aqui é que é possível deixar eles pré programados para um tipo de ação e deixá-los lutando por conta própria. Por exemplo, é possível focar em ataque, defesa, healing, buff, debuff e mais. Adicionalmente, outro facilitador é a possibilidade de acelerar a velocidade da luta. Isso faz com que o grind seja natural e prático.

Claro que é possível controlar todas as lutas de forma manual, mas confesso que sempre fui neste modo automático, incluindo chefes. Adicionalmente existem algumas lutas que são em uma espécie de coliseu, como se fosse em um ginásio Pokémon. Aqui existe apenas a possibilidade dos monstros lutarem automaticamente e sem poder usar itens ou trocar sua equipe. Confesso que achei essa decisão muito estranha, mas não chegou a atrapalhar.

O grande diferencial de Dragon Quest Monsters: The Dark Prince

Agora, o que torna o gameplay de Dragon Quest Monsters: The Dark Prince extremamente viciante é o seu sistema de fusão. Antes de mais nada quero falar do sistema de captura de monstros que é extremamente simples.

Cada monstro seu terá um tipo de raridade e nível. Ao tentar recrutar um monstro, irá abrir uma roda de porcentagem onde cada um de seus monstros irá contribuir com algum valor. Quanto maior o valor, mais fácil de capturar eles. Adicionalmente, cada região de Nadiria conta com missões que a medida que completa elas, sua notoriedade aumentará e ficará mais fácil de capturar novos monstros.

Em seguida, o jogo conta com um sistema de ranking para cada monstro que começa no G e vai subindo até o ranking A e chegando em rankings especiais. Embora seja possível capturar os monstros com a evolução no jogo, existe o sistema de fusão que você investirá muitas horas.

Ao combinar os monstros você terá até três grandes vantagens. A primeira é poder subir de ranking. Ou seja, dois monstros G podem dar um monstro F. A segunda vantagem, é que o monstro também poderá ter uma raridade própria maior tendo um status melhor. E por fim, é possível carregar até três árvores de habilidade.

Ou seja, independente de melhorar o ranking dele, é possível ficar melhorando uma única árvore de habilidade específica de cada monstro. Ao fundir ambos, você iniciará com um monstro já repleto de habilidades.

Em certos momentos do jogo eu poderia completar uma missão em questão de poucos minutos. Mas eu investia horas melhorando minha equipe, capturando novos monstros e focando nas melhores fusões possíveis. É simplesmente viciante.

Conclusão

Chegando ao fim desta análise, posso afirmar tranquilamente que Dragon Quest Monsters: The Dark Prince é um ótimo e viciante spin off da franquia. O jogador que estiver interessado em jogá-lo, não deve buscar esta iteração como um jogo de RPG clássico com história e personagens densos. Afinal a história é apenas ok.

Seu gigantesco mérito está em seu gameplay extremamente funcional, rápido, dinâmico e tendo como destaque o sistema de fusão. Ele foi realmente muito bem feito e tudo é muito direto ao ponto.

Por outro lado, vale pontuar que o game também não apresenta a melhor performance no Switch assim com uma experiência visual apenas mediana. Já a trilha sonora, se utiliza totalmente das músicas utilizadas na franquia. Aqui não há surpresas, pois “jogaram seguro” neste quesito.

Se gosta de capturar monstros e está procurando algo direto ao ponto para ficar jogando horas a fio, Dragon Quest Monsters: The Dark Prince é o jogo ideal para você!

Essa análise de Dragon Quest Monsters: The Dark Prince segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Uma reviravolta em uma forma clássica

Visual, ambientação e gráficos - 6.5
Jogabilidade - 9.5
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 7

8

Ótimo

Dragon Quest Monsters: The Dark Prince acerta em cheio em sua jogabilidade ao trazer uma experiencia rápida, bem construída e viciante. Será normal perder muitas horas montando sua equipe ideal ao fundir os melhores monstros. Contudo, ele peca em aspectos como história e desempenho.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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