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Review: Rise of the Ronin (A Ascensão do Ronin)

Mais do que um Soulslike.

Rise of the Ronin chega como um dos maiores lançamentos do ano para donos do Playstation 5 e promete trazer uma experiência imersiva e desafiadora para os amantes de jogos de ação e soulslike. Chamado no Brasil de A Ascensão do Ronin, o jogo estará disponível a partir do dia 21 de março de 2024 exclusivamente para Playstation 5 e você confere mais detalhes no nosso review a seguir.

O review de A Ascensão do Ronin foi possível graças a um código cedido pela Sony Playstation a qual agradecemos a confiança e parceria de sempre.

Rise of the Ronin conta um pedaço da história do Japão

Rise of the Ronin se desenrola durante um período histórico crucial no Japão, conhecido como Bakumatsu. O jogo usa figuras, lugares e eventos reais misturando-os com elementos fictícios, criando um cenário imersivo que oferece uma narrativa rica historicamente enquanto mantém uma atmosfera autêntica.

O Bakumatsu, uma era tumultuada no Japão feudal, foi definido pela chegada dos Barcos Negros liderados pelo comodoro Matthew Perry dos Estados Unidos em 1853 e 1854. Essa visita provocou uma agitação social e política intensa, representando uma tentativa de forçar a abertura dos portos japoneses ao comércio internacional, desafiando séculos de isolamento sob a política sakoku. Essa pressão externa desencadeou uma crise interna no shogunato Tokugawa, com facções pró e anti-abertura lutando pelo controle.

Este período histórico foi marcado por conflitos políticos e batalhas internas, refletindo a profunda transformação social ocorrida no Japão. Essa era tumultuada é essencial para compreender as tensões e mudanças que moldaram a sociedade japonesa, e fornece um contexto intrigante para ser explorado em jogos como em Rise of the Ronin.

Se você quiser saber mais sobre esse período, pode conferir nossa matéria que se aprofunda ainda mais no período escolhido pela Team Ninja.

Escolha, linha do tempo, você decide!

Um dos aspectos mais recorrentes em Rise of the Ronin é a escolha de suas respostas em conversas, sua escolha de amigos e até mesmo se você deixará alguém sair vivo ou não de alguma situação. A todo momento o seu ideal será colocado à prova. 

Logo no início de seu enredo, você será apresentado a personagens a favor e contra o Xogunato. Apesar de você estar livre para fazer missões e manter amizade em qualquer um dos lados, em alguns momentos você deverá escolher a quem de fato você dará alguma vantagem ou lutar ao lado, ramificando a história. 

Para poder acompanhar tudo que acontece e as escolhas anteriores, o jogo oferece uma linha do tempo parecida com o que vimos em Detroit Become Human, inclusive mostrando as porcentagem das decisões dos jogadores. Isso ajuda muito a entender tudo que aconteceu e pode acontecer quando você está mais à frente no jogo, já que a história do jogo é bem densa e com muita informação graças também às suas missões secundárias, eventos e missões de personagem que falaremos mais a frente.

A partir de certo momento da história, o jogo ainda introduz uma opção para você voltar no tempo e fazer missões decisivas novamente e voltar às áreas anteriores.

E é importante frisar que existe sim uma história pré definida onde você irá optar entre um dos protagonistas, mas que logo no tutorial vocês serão forçados a se separarem. Contudo, como já pontuei, Rise of the Ronin se baseia muito em personagens diversos e escolhas que você como jogador fará.

Portanto, a minha experiência e os caminhos que escolhi podem ser completamente diferentes do que você irá trilhar. Isso não apenas enriquece a re-jogabilidade do jogo, como sempre te deixará curioso com quem deverá interagir e qual facção irá apoiar.

Um estilo de combate conhecido por muitos

Como já dito em nosso preview, é difícil não comparar A Ascensão do Ronin com títulos como Ghost of Tsushima ou Sekiro durante os primeiros minutos de jogo. No entanto, a verdade é que com o desenrolar do jogo, fica claro que é tão ambicioso que fica difícil fazermos comparações diretas. O jogo referencia uma grande quantidade de outros jogos e franquias.

O sistema de combate aqui é notavelmente semelhante ao visto no recente “Wo Long: Fallen Dynasty “, destacando-se como um dos pontos cruciais da jogabilidade, assim como outro sucesso da Team Ninja, a franquia Nioh

Além de botões de ataque, ataque forte e defesa, o foco do jogador será sempre o botão de parry, pois, assim como em Wo Long, usá-lo não apenas evita danos, mas também drena o Ki (estamina) do oponente. Quando o Ki se esgota, o adversário fica vulnerável a um ataque crítico. Importante dizer que o mesmo se aplica a você, caso gaste muito sua estamina, seu Ki.

Além disso, o jogo também traz os estilos/posturas conhecidas de “Nioh”. Dependendo da arma e postura adotada pelo seu oponente, você precisará se adaptar, trocando sua postura, para infligir o máximo de dano possível.

Mais a frente, após alguns acontecimentos no jogo, uma barra de fúria também será adicionada ao combate. Fazendo com que, quando cheia, possa criar um efeito de frenesi no personagem para causar ainda mais estrago aos oponentes.

Para desferir os ataques você andará sempre com duas armas diferentes, que podem ser alteradas até mesmo durante combos e ainda duas armas secundárias, que variam entre rifles, revólveres, arcos e shurikens. Assim como jogos do gênero, você também poderá equipar diferentes roupas, capacetes, chapéu, bandanas dentre outros acessórios para ganhar atributos e vantagens durante a batalha e coleta de insumos.

Para aumentar ainda mais aquela sensação de evolução ao longo do jogo, existe uma “árvore de habilidades” que é dividida em pontos comuns e pontos específicos para cada aba de habilidade/atributos. Você ganhará pontos de habilidade das mais diversas maneiras durante o jogo, como por exemplo:

  • Passando de nível;
  • Visitando altares;
  • Comprando itens específicos;
  • Fazendo 100% de áreas inteiras.

Usando esses pontos você aumentará suas opções de combo, habilidade com armas, número máximo de poções/estus e até mesmo ganhará a habilidade de criar itens consumíveis.

Elos com áreas e personagens

Como dito anteriormente, não faltará objetivos em A Ascensão do Ronin e grande parte disso vem da mecânica de Elos que o jogo possui. O mapa é dividido em pequenas áreas, onde dentro de cada uma temos uma lista de objetivos a serem completados para chegarmos ao 100%, como:

  • Liberar vilas de bandidos;
  • Coletar tesouros;
  • Achar gatos perdidos;
  • Visitar altares;
  • Fazer missões secundárias;
  • Atender a missões de eventos;
  • Tirar foto de pontos de interesse;
  • Completar desafios de voo e outras habilidades, e etc.

Além das áreas, ainda temos a mecânica de elo com personagens específicos. Para isso podemos ajudá-los concluindo as missões do personagem ou ainda oferecendo presentes quando estamos em meio a uma conversa. Uma mecânica parecida com o que vemos em Hades, mas aqui temos que dar presentes específicos baseados no gosto de cada um deles. Com isso aumentamos o elo, abrimos mais missões e eles ficam mais fortes quando os chamamos para uma missão no lugar de jogadores da internet. 

Adicionalmente, nós ainda temos nossa casa no jogo, onde podemos encontrar personagens os quais já temos amizades, podemos alterar nossa aparência e ainda enfeitar a casa e ganhar algum bônus de status dependendo do item que colocamos como ornamento.

Controlando aliados ou jogando online em A Ascensão do Ronin

Em Rise of the Ronin, assim como em vários jogos do estilo soulslike, temos  a capacidade de, em certos momentos, chamar aliados para nos ajudar em alguns momentos do jogo. Aqui podemos chamar amigos, ou outros jogadores online, e até mesmo usar bot de aliados do jogo para ajudar. Ao contrário de como funciona em Wo Long, onde já era possível ter bots como aliados, aqui essa possibilidade é ampliada, nos dando a opção de troca entre seu personagem e os bots a qualquer momento. Isso de certa forma enriquece ainda mais a experiência de jogo, abrindo possibilidade para novas estratégias de posturas e armas.

Importante dizer que o jogo não tem nenhum tipo de bloqueio de quem você irá chamar dentre as amizades que você já criou no jogo e com isso, se você for alguém que preza pela imersão a todo momento, deverá tomar cuidado para não chamar rivais políticos para te ajudar ao mesmo tempo, por exemplo. Você também sempre terá a opção de seguir sem nenhum tipo de aliado, trazendo uma dificuldade maior para o jogo (eu até preferi assim em grande parte do jogo, assim eu evitava ver um personagem americano usando uma kaginawa ninja).

Diferentes moedas, insumos e crafting

Durante seu tempo no jogo, você sempre estará coletando algum tipo de insumo ou ganhando algum dos tipos de dinheiro no jogo. O dinheiro serve para comprar itens consumíveis, acessórios, armas, presentes e até mesmo pontos de habilidade em alguns momentos.

Uma dica que posso dar é habilitar a coleta de itens automática. Dessa maneira, enquanto você corre pelo mundo, seja a pé ou a cavalo, os insumos serão coletados sem a necessidade de clicar no botão de coleta todas as vezes. Esses insumos são extremamente necessários para criar itens elementares importantes para enfrentar alguns tipos de inimigos ou chefes e ainda itens que aumentam seus status, ki, dano entre outros.

Apesar do dinheiro do jogo ser o mais comum, ele ainda tem mercados especiais onde só pode ser usada uma moeda específica. Essa moeda é normalmente adquirida após você completar algumas missões secundárias como a coleta de gatos e a entrega das fotos de pontos de interesse do mapa para o NPC que as pede. 

Rise of the Ronin ainda possui um “inventor” que melhora alguns dos seus itens tecnológicos, como o lança-chamas, sua asa-delta entre outros itens. Ele só fará upgrade quando você conseguir livros estrangeiros específicos e avançar na história.

Ainda falando em coletáveis, ainda temos uma mecânica para enviar seu cachorro para missões e voltar com os mais diversos itens e ainda um serviço de empréstimos de gatos com o mesmo objetivo. As opções para coletar itens são diversas e constantes.

Problemas com a performance no pré-lançamento

Em nosso preview, falamos que o jogo estava com alguns problemas de queda de FPS, mesmo no modo performance, e que um patch já havia sido anunciado para perto do lançamento. Conseguimos testar o jogo com a atualização mais recente, a qual acreditamos ser a versão de lançamento, e podemos dizer que grande parte da queda de frame parece ter sido corrigida ou ao menos amenizada.

Apesar de não termos tempo o suficiente para rejogar grande parte das missões, pudemos ir para momentos e lugares que tinham uma alta frequência de quedas mais bruscas e conseguimos notar uma melhora significativa na nova versão.

Rise of the Ronin possui modo performance, modo qualidade e um modo focado em Ray Tracing. Aqui vai do seu gosto, mas eu, particularmente, não acho uma boa opção a escolha que faria você perder FPS em troca de qualidade de gráficos em um jogo com muito combate e baseado em parry como esse. Em minha opinião, o modo performance deveria ser sua primeira escolha.

Não acho que as correções vão parar por aqui, então não esqueça de procurar como o jogo se encontra no momento da sua compra, caso esteja vendo sobre o jogo no futuro.

Conclusão – Review de Rise of the Ronin

Se você chegou até aqui, entendeu que Rise of The Ronin é extremamente ambicioso e não conteve sua vontade de experimentar e entregar diferentes objetivos, possibilidades, coletáveis e profundidade de combate. Apesar de ser comparado a outros grandes jogos desde a sua primeira aparição, a grande verdade é que, mesmo com muitas referências, ele entrega uma experiência única em meio a tantas mecânicas e profundidade de enredo.

Com uma narrativa focada na turbulenta história do Japão do período Bakumatsu, Rise of the Ronin não apenas mergulha os jogadores em um mundo de ação e desafios, mas também oferece uma visão fascinante de um momento crucial na sociedade japonesa. A mistura habilidosa de elementos históricos reais com ficção cria uma experiência imersiva que cativa os jogadores desde os primeiros momentos.

A complexidade das escolhas apresentadas aos jogadores em Rise of the Ronin vai além do mero entretenimento, oferecendo uma experiência verdadeiramente envolvente. Ao navegar pelas ramificações da história e pelos desafios morais, os jogadores se encontram constantemente diante de decisões difíceis que moldam não apenas o destino de seu personagem, mas também o curso da narrativa como um todo. A inclusão de uma linha do tempo interativa adiciona uma camada adicional de profundidade, permitindo aos jogadores visualizar o impacto de suas escolhas ao longo do tempo e ainda revisitar momentos importantes da história.

Por último, o sistema de combate de Rise of the Ronin não só presta homenagem aos grandes títulos do gênero e da própria Team Ninja, mas também oferece sua própria abordagem única e desafiadora. Com uma variedade de armas, estilos de luta e habilidades especiais, os jogadores são levados a dominar as complexidades do combate enquanto enfrentam adversários e situações desafiadoras. 

Em suma, Rise of the Ronin não apenas atende às expectativas dos fãs de jogos de ação e soulslike, mas também eleva o padrão com sua narrativa rica, mecânica de jogo dinâmica e profundidade estratégica. É um título que não deve ser ignorado pelos entusiastas de videogames em busca de uma jornada rica e envolvente.

Esse review de Rise of the Ronin – Ascenção do Ronin segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Um jogo completo

Nota - 9

9

Excelente!

Rise of the Ronin não apenas atende às expectativas dos fãs de jogos de ação e soulslike, mas também eleva o padrão com sua narrativa rica, mecânica de jogo dinâmica e profundidade estratégica. É um título que não deve ser ignorado pelos entusiastas de videogames em busca de uma jornada rica e envolvente.

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Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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