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Análise: Kunitsu-Gami: Path of the Goddess

Uma nova e promissora IP

Kunitsu-Gami: Path of the Goddess é a mais recente propriedade intelectual da Capcom, mergulhando profundamente no rico folclore e na religião japonesa. Este título inovador se destaca por sua proposta única, mesclando elementos de ação, estratégia e tower defense. Mas será que essa mistura de gêneros resulta em uma experiência de jogo coesa e cativante?

Nesta análise, desvendamos os mistérios e exploramos as nuances de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess, oferecendo um olhar detalhado sobre sua jogabilidade, narrativa e impacto no cenário dos jogos. Confira abaixo a nossa análise completa de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess:

Traga a salvação para uma montanha repleta de trevas

Em Kunitsu-Gami: Path of the Goddess, os jogadores assumem o papel de Soh, um guardião espiritual versado em artes marciais e práticas místicas. Sua missão é combater os coléricos, entidades sombrias que contaminaram a sagrada montanha Kafuku com uma força maligna conhecida como maculação.

Ao lado de Soh está Yoshiro, uma poderosa sacerdotisa com o dom de purificar a contaminação. Juntos, eles embarcam em uma jornada árdua através de Kafuku, uma terra pontuada por vilarejos que clamam por ajuda. O desafio se intensifica a cada anoitecer, quando o misterioso Portão Torii se abre, permitindo que mais criaturas malignas invadam o mundo.

Conforme a dupla avança em sua missão, eles não apenas enfrentam inimigos formidáveis, mas também conquistam aliados valiosos. Estes novos companheiros desempenham papéis cruciais, seja auxiliando no combate ou na reconstrução das vilas devastadas pela maculação.

A narrativa de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess se desenvolve de forma gradual e sutil, revelando aos poucos as complexidades deste mundo místico e as histórias pessoais de Soh e Yoshiro. Embora o universo do jogo seja ricamente elaborado, é evidente que o foco principal recai sobre a experiência de gameplay, utilizando a narrativa como um pano de fundo envolvente para as mecânicas do jogo.

Busque recursos durante o dia

Kunitsu-Gami: Path of the Goddess implementa um sistema de jogo dinâmico, regido por um ciclo de dia e noite, bem como um calendário in-game. Essa mecânica temporal é fundamental para a estrutura de jogabilidade, dividindo as atividades em fases diurnas e noturnas.

Ao iniciar uma fase, geralmente durante o dia, o jogador se depara com sua primeira missão crítica: purificar as manifestações de mácula espalhadas pelo cenário. Este processo de purificação não é apenas uma tarefa secundária, mas sim um elemento essencial da progressão, recompensando o jogador com pérolas – um recurso valioso para diversas mecânicas do jogo.

Além da purificação do ambiente, o jogador tem a oportunidade de resgatar aldeões presos pela contaminação. Cada aldeão libertado se torna um aliado potencial, expandindo as opções táticas disponíveis durante a fase.

As pérolas coletadas desempenham um papel crucial no sistema de progressão. Elas podem ser investidas para evoluir os aldeões em diversas “profissões” especializadas, como lenhadores, arqueiros, monges, entre outras. Independentemente de sua especialização, todos os aldeões podem receber comandos diretos do jogador, seja para acender tochas, executar tarefas específicas ou se posicionar estrategicamente no cenário.

Apesar da importância da purificação e do recrutamento de aliados, o objetivo primordial de cada fase é escoltar Yoshiro até o portão Torii. Para alcançar esse objetivo, o jogador deve purificar o caminho que Yoshiro percorrerá enquanto ela executa a dança Kagura, um ritual sagrado essencial para a missão.

Combata inimigos durante a noite

Com a chegada da noite, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess sofre uma dramática transformação. O portal Torii se abre, liberando hordas de criaturas com o único propósito de eliminar Yoshiro. Neste momento, o jogo transita de uma fase de exploração e preparação para um intenso combate estratégico.

Soh assume o papel de protetor, mas não está sozinho nesta empreitada. Os aldeões recrutados durante o dia tornam-se peças fundamentais na defesa contra as criaturas da noite. O jogador pode emitir comandos táticos, posicionando seus aliados estrategicamente pelo cenário. Cada classe de aldeão oferece habilidades únicas: lenhadores engajam em combate corpo a corpo com seus machados, arqueiros fornecem suporte de longa distância, enquanto monges curam aliados próximos e conjuram barreiras protetoras.

A diversidade de classes disponíveis permite uma variedade de abordagens táticas. O jogador deve avaliar cuidadosamente a situação, selecionando as classes mais adequadas para cada cenário e, se necessário, utilizando recursos para alternar entre elas de forma dinâmica.

Soh não se limita a um papel de comando à distância. Como um guerreiro habilidoso, ele participa ativamente do combate. O sistema de combate oferece opções de ataques básicos, esquivas e bloqueios, elementos essenciais para a sobrevivência contra as hordas inimigas. Além disso, Soh possui um arsenal de golpes especiais, que podem variar desde ataques de curto alcance até habilidades de longo alcance, passando por buffs para fortalecer os aldeões aliados.

A fase noturna se estende até que todas as ondas de inimigos sejam derrotadas, marcando o retorno da manhã e o início de um novo ciclo de jogo.

Reconstruindo as aldeias

Um aspecto crucial de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess é a reconstrução das aldeias anteriormente dominadas pela maculação, adicionando uma camada de gerenciamento de recursos e planejamento estratégico ao jogo. Ao retornar a uma aldeia liberada, Soh se depara com estruturas devastadas e deve coordenar os esforços de reconstrução, designando tarefas aos aldeões. Cada edificação restaurada oferece benefícios tangíveis, como pontos de experiência para evolução das tropas ou itens úteis para a jornada.

A reconstrução, no entanto, não é instantânea. Cada estrutura requer um ou mais “períodos” para ser completamente restaurada, com um período equivalendo a uma sequência específica de dias no jogo. Para lidar com essa espera, o jogador pode optar por prosseguir para a próxima fase e retornar depois para verificar o progresso, ou utilizar a função de aceleração do tempo, que permite avançar rapidamente as horas e dias do jogo.

Esta função de aceleração não apenas facilita a reconstrução mais rápida das estruturas, mas também pode reduzir o tempo de deslocamento de Yoshiro até o próximo portão Torii. Contudo, é importante notar que o processo não é instantâneo – o jogador precisa manter um botão pressionado para que o tempo continue avançando, o que pode se tornar tedioso se usado excessivamente apenas para a reconstrução.

Essa mecânica de reconstrução adiciona profundidade significativa ao jogo, desafiando o jogador a equilibrar seus recursos e tempo entre o avanço da história principal e o desenvolvimento das aldeias liberadas. Assim, Kunitsu-Gami oferece uma experiência mais rica e estratégica, onde cada decisão de reconstrução impacta diretamente no progresso e nas capacidades do jogador ao longo da aventura.

Batalhas criativas contra chefes insanos

Um dos pontos altos de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess reside em suas batalhas contra chefes, que elevam a experiência de jogo. Estes confrontos apresentam inimigos de proporções colossais, contrastando dramaticamente com os adversários encontrados nas fases regulares. Cada chefe não é apenas um desafio de força bruta, mas um quebra-cabeça tático único, exigindo que o jogador repense suas estratégias e vá além do simples posicionamento de aldeões em frente a um portão.

A progressão dessas lutas é cuidadosamente elaborada para testar as habilidades do jogador de forma crescente. Embora o primeiro chefe possa parecer relativamente acessível, servindo como uma introdução às mecânicas dessas batalhas, a dificuldade escala rapidamente. Um exemplo notável é o confronto com uma centopeia gigante, que demanda uma abordagem multifacetada. O jogador deve manter as luzes do cenário acesas, adicionando um elemento de gerenciamento de ambiente à batalha, enquanto designa um grupo de aliados para proteger Yoshiro e coordena outro para oferecer suporte direto no combate. Simultaneamente, é necessário lidar com hordas de inimigos menores invocados pelo chefe e enfrentá-lo diretamente com Soh, exigindo habilidade no combate individual.

Esta combinação de responsabilidades cria um cenário de batalha dinâmico e desafiador. O jogador deve equilibrar a proteção de Yoshiro, o combate contra inimigos menores e o enfrentamento do chefe principal, tudo isso enquanto gerencia recursos e posicionamento de tropas. À medida que o jogo avança, cada batalha contra chefe se torna uma experiência única e memorável, testando não apenas os reflexos do jogador, mas também sua capacidade de adaptação estratégica e gerenciamento de recursos sob pressão. Essas batalhas epicas se destacam como momentos culminantes da experiência de Kunitsu-Gami, oferecendo desafios emocionantes que recompensam tanto a habilidade quanto o pensamento estratégico do jogador.

Gráficos e áudio

Kunitsu-Gami: Path of the Goddess se destaca não apenas por sua jogabilidade inovadora, mas também por sua impressionante apresentação audiovisual. A Capcom mais uma vez demonstra maestria técnica ao utilizar a RE Engine, seu aclamado motor gráfico, para dar vida a este mundo místico inspirado no folclore japonês.

Visualmente, o jogo é um deleite para os olhos. A RE Engine permite a criação de cenários deslumbrantes, ricos em detalhes e atmosfera. Os modelos de personagens e inimigos são meticulosamente elaborados, com animações fluidas que trazem autenticidade a cada movimento. No entanto, o verdadeiro triunfo visual de Kunitsu-Gami reside em sua direção de arte. O jogo mergulha profundamente na estética mística do Japão, apresentando uma interpretação visualmente cativante de suas lendas e tradições espirituais.

A experiência sonora de Kunitsu-Gami é igualmente notável, complementando perfeitamente os elementos visuais. A trilha sonora é uma obra-prima que evoca a essência da cultura japonesa, mesclando instrumentos tradicionais com arranjos modernos. Os efeitos sonoros ambientes adicionam profundidade e imersão, transportando o jogador para o coração desta terra mística.

Um destaque particular na composição sonora são as músicas que acompanham os rituais no jogo. Estas peças não apenas elevam a atmosfera durante momentos cruciais, mas também servem como uma janela auditiva para a rica tradição musical japonesa.

A combinação destes elementos visuais e sonoros resulta em uma experiência sensorial completa, oferecendo aos jogadores uma verdadeira imersão na cultura e mitologia japonesa que inspirou o jogo.

Contudo, é importante notar que alguns jogadores, incluindo o autor desta análise, encontraram problemas técnicos durante a experiência de jogo. Foram relatados crashes ocasionais, variando em frequência e momento de ocorrência. Embora estes problemas pareçam afetar apenas uma pequena parcela dos jogadores e de maneira específica, até o momento da escrita desta análise, não havia uma solução definitiva identificada.

Conclusão da análise de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess

Kunitsu-Gami: Path of the Goddess emerge como uma experiência verdadeiramente singular no cenário dos jogos contemporâneos. A Capcom, em um movimento reminiscente de sua era de ouro que nos trouxe obras-primas como Okami e Viewtiful Joe, mais uma vez demonstra sua capacidade de inovar e surpreender.

Este título habilmente funde elementos de diversos gêneros para criar algo genuinamente original. A mistura de ação, estratégia e elementos de tower defense resulta em uma mecânica de jogo complexa, mas satisfatoriamente coesa. É notável como o jogo consegue manter-se cativante e variado, evitando a armadilha da repetitividade, mesmo seguindo uma estrutura de progressão linear.

Um dos pontos altos de Kunitsu-Gami reside em suas batalhas contra chefes. Estas confrontações são meticulosamente projetadas, oferecendo desafios únicos que exigem tanto habilidade quanto pensamento estratégico. Cada encontro se apresenta como um quebra-cabeça tático, testando a adaptabilidade e criatividade do jogador.

A imersão cultural proporcionada pelo jogo é outro aspecto digno de nota. Através de sua estética visual deslumbrante e composição sonora evocativa, Kunitsu-Gami oferece aos jogadores uma janela para o rico folclore e tradições espirituais do Japão. Esta fusão de gameplay inovador com uma profunda conexão cultural resulta em uma experiência de jogo verdadeiramente memorável.

É importante reconhecer que alguns jogadores, incluindo o autor desta análise, encontraram problemas técnicos como crashes ocasionais. Embora estes pareçam afetar apenas uma pequena parcela dos usuários, é um aspecto que merece atenção e, esperamos, será abordado em atualizações futuras.

Apesar desses contratempos técnicos, a análise de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess revela um jogo que se destaca por sua originalidade, profundidade de jogabilidade e riqueza cultural. Embora possa não atrair imediatamente a atenção do público mainstream devido à sua natureza de IP nova, Kunitsu-Gami tem o potencial de se estabelecer como um dos grandes acertos recentes da Capcom.

Para os jogadores que buscam uma experiência única, que desafia convenções e oferece uma imersão profunda em um mundo inspirado na mitologia japonesa, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess é uma jornada que vale a pena embarcar.

Análise Kunitsu-Gami: Path of the Goddess

Essa análise de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Um jogo surpreendente e original

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 9
Narrativa - 7

8.4

Ótimo

Kunitsu-Gami: Path of the Goddess se destaca com a sua bela direção de arte junto do gameplay que é bastante diferente de tudo que a Capcom lançou nos últimos anos. Temos aqui um jogo que no futuro será considerado um clássico da geração.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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