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Análise: Black Myth: Wukong

Temos uma experiência tão profunda quanto viajar para o oeste

Sun Wukong, o Rei Macaco, pode não ser um nome familiar para todos, mas é certamente uma das figuras mais icônicas da mitologia chinesa. Sua popularidade transcende fronteiras, aparecendo em diversos jogos como Dota 2, League of Legends e Honor of Kings. Além disso, serviu de inspiração para o querido Goku, personagem criado por Akira Toriyama.

Originário da clássica narrativa “Jornada ao Oeste”, Sun Wukong tem sido alvo de inúmeras adaptações audiovisuais, muitas das quais passaram despercebidas. No universo dos jogos, algumas tentativas foram feitas para trazer sua história à vida, como Saiyuki: Journey West para PlayStation 1 e o mal-sucedido Monkey King: Hero is Back para PlayStation 4 e PC.

Agora, surge uma nova proposta: Black Myth: Wukong, desenvolvido pelo estúdio chinês Game Science. Este é o segundo título do estúdio, que estreou em 2016 com Art of War: Red Tides. A grande questão é: será que o Game Science conseguiu criar uma adaptação à altura do lendário Rei Macaco? Continue lendo nossa análise para descobrir.

Esta análise foi possível graças ao apoio da Nuuvem. Se você está interessado em adquirir Black Myth: Wukong, aproveite o desconto exclusivo através do nosso link de parceiro oficial.

Uma jornada muito além do oeste

Contrariando as expectativas dos fãs, Black Myth: Wukong surpreende logo de início. Em vez de controlarmos o lendário Sun Wukong, somos testemunhas de sua derrota e subsequente aprisionamento. A trama então se desdobra em torno de um grupo de jovens macacos, incumbidos de uma perigosa missão: recuperar seis relíquias que contêm os poderes do Rei Macaco, essenciais para sua libertação.

O protagonista, um macaco com o título de “predestinado”, assume a difícil tarefa de reunir essas relíquias. No entanto, ele não é o primeiro a tentar – outros antes dele falharam nesta empreitada. Curiosamente, o predestinado guarda uma notável semelhança com Wukong, evocando memórias das façanhas do Grande Sábio por onde passa. Seria esta uma coincidência do destino ou um indício de que finalmente temos o macaco certo para a missão?

Uma questão que intrigou muitos jogadores diz respeito à cronologia da narrativa. O jogo se passa antes ou depois da famosa “Jornada ao Oeste”? Embora Sun Wukong tenha sido aprisionado em uma pedra antes da narrativa original, o game rapidamente esclarece que estamos diante de uma sequência. Referências às aventuras passadas de Wukong e seus companheiros permeiam a história, com participações especiais que oferecem suporte ao predestinado.

É admirável como o jogo consegue construir uma continuação coesa e bem elaborada para uma história criada em 1592. Diferentemente de outros jogos do gênero soulslike, aos quais Black Myth tem sido comparado, aqui encontramos uma narrativa explícita e um desenvolvimento de personagens direto e envolvente.

Ao final de cada capítulo, somos presenteados com um curta-metragem musical que aprofunda a história de personagens relevantes, seja do capítulo atual ou do próximo. Essas sequências são verdadeiros tesouros emocionais, combinando uma direção de arte impressionante com uma trilha sonora impactante, enriquecendo ainda mais a experiência do jogador.

Gráficos extremamente belos com uma trilha sonora de impressionar

Black Myth: Wukong é uma obra-prima visual que encanta em todos os aspectos. Os cenários são verdadeiramente deslumbrantes, incorporando com maestria simbologias do budismo chinês e indiano em ambientes distópicos. Templos ancestrais, agora habitados por yaoguais (criaturas sobrenaturais), e estátuas colossais em ruínas se destacam em meio a uma variedade impressionante de biomas, criando um mundo rico e imersivo.

A qualidade gráfica atinge níveis extraordinários, embora com um pequeno sacrifício. Para manter uma taxa constante de 60 quadros por segundo, o jogo emprega uma resolução dinâmica, o que ocasionalmente pode causar breves alterações visuais. No entanto, para aqueles que priorizam a qualidade visual sobre a fluidez, jogar em 30 FPS oferece uma experiência de “turismo virtual” verdadeiramente espetacular neste vasto e detalhado universo.

O aspecto sonoro de Black Myth: Wukong é igualmente notável. A trilha sonora é um triunfo, apresentando melodias cativantes que acompanham o jogador ao longo de sua jornada. As batalhas contra chefes são particularmente memoráveis, com composições épicas que elevam a intensidade desses confrontos.

A qualidade do áudio se estende além da música. Os efeitos sonoros ambientais são meticulosamente elaborados, contribuindo para a imersão no mundo do jogo. Um detalhe fascinante é o som de conclusão ao derrotar inimigos, que se adapta de forma harmoniosa ao ambiente em que o jogador se encontra, mantendo uma coesão auditiva em todos os mapas.

Esta atenção meticulosa aos elementos visuais e sonoros não apenas enriquece a experiência de jogo, mas também demonstra o compromisso dos desenvolvedores em criar um mundo coeso e envolvente, onde cada detalhe contribui para a narrativa global.

Não temos aqui um soulslike

Assim como observamos em Flintlock: The Siege of Dawn, Black Myth: Wukong se enquadra mais na categoria “soulslite” do que em um soulslike tradicional. Esta distinção se deve principalmente ao sistema de progressão do jogo, que adota uma abordagem mais gradual e perdoadora, permitindo que o jogador mantenha suas conquistas mesmo após ser derrotado.

O sistema de evolução em Black Myth: Wukong se assemelha mais aos RPGs convencionais. O personagem ganha níveis conforme o jogador avança, e a experiência acumulada (equivalente às “souls” em jogos do gênero) não é perdida após a morte. Uma característica interessante é a separação entre experiência e moeda do jogo, proporcionando ao jogador maior flexibilidade financeira para adquirir itens e equipamentos.

No que diz respeito aos equipamentos, o jogo adota uma abordagem intuitiva. Os itens são confeccionados de forma a facilitar a criação de “builds”, eliminando a necessidade de estratégias complexas de equipagem e permitindo que o jogador se concentre mais na ação e menos em cálculos elaborados.

A complexidade do jogo se manifesta principalmente nas árvores de habilidades. Black Myth: Wukong oferece uma variedade de árvores de habilidades que abrangem diferentes aspectos do predestinado, incluindo posturas de combate, habilidades especiais e transformações. Esta diversidade permite uma personalização profunda da experiência de jogo.

Um aspecto particularmente positivo é a flexibilidade na distribuição dos pontos de habilidade. O jogo permite que o jogador realoque seus pontos gratuitamente, incentivando a experimentação de diferentes estratégias para enfrentar os diversos chefes. Esta mecânica não só promove a criatividade, mas também reduz a frustração associada a escolhas de habilidades potencialmente equivocadas, eliminando a necessidade de longas horas de jogo para corrigir erros de construção de personagem.

Esta abordagem mais acessível e flexível não apenas diferencia Black Myth: Wukong de seus pares mais rigorosos no gênero soulslike, mas também o torna atraente para um público mais amplo, equilibrando desafio e acessibilidade de uma maneira inovadora.

Você piscou, um novo chefe apareceu

Embora as mecânicas mais acessíveis de Black Myth: Wukong possam sugerir um jogo fácil, não se deixe enganar. O coração da experiência reside nas numerosas e desafiadoras batalhas contra chefes, que se destacam como o verdadeiro foco do jogo, superando até mesmo a rica exploração do mundo.

Diferentemente de títulos como Elden Ring, onde muitos inimigos opcionais familiares compartilham padrões de combate similares, Black Myth: Wukong apresenta uma diversidade impressionante em seus chefes. Cada um possui um conjunto único de movimentos e estratégias, tornando cada encontro uma experiência distinta. Embora alguns chefes possam compartilhar certas semelhanças, isso geralmente ocorre em contextos específicos, como missões secundárias relacionadas ou quando pertencem à mesma espécie mitológica.

Uma característica marcante de Black Myth: Wukong é o equilíbrio de poder entre o protagonista e seus adversários. Ao contrário dos típicos jogos soulslike, onde o jogador frequentemente se sente superado, aqui o predestinado é uma força a ser reconhecida. Suas habilidades, reminiscentes do lendário Rei Macaco, o colocam em pé de igualdade com os chefes mais poderosos.

O arsenal de habilidades do predestinado é vasto e impressionante. Ele pode tornar-se invisível, criar clones de si mesmo, paralisar inimigos para ataques impunes, e até mesmo se transformar em adversários derrotados. Esta variedade de poderes eleva o protagonista ao nível dos chefes que enfrenta, criando batalhas verdadeiramente épicas.

Apesar desse poder considerável, o jogo ainda oferece desafios significativos, especialmente nos confrontos com os chefes finais de cada capítulo. Para auxiliar nestas batalhas cruciais, o jogo apresenta missões secundárias secretas, cada uma com sua própria narrativa. Estas missões não apenas enriquecem a história, mas também oferecem recompensas valiosas – acessórios que podem ser fundamentais para superar os chefes mais difíceis.

Esta abordagem equilibrada entre poder do jogador e desafio dos inimigos cria uma experiência de jogo dinâmica e envolvente, onde cada vitória é merecida, mas nunca parece impossível de alcançar.

Combate divertido e intenso

Black Myth: Wukong apresenta um sistema de combate que combina elementos familiares com inovações únicas. Os controles básicos incluem ataques leves e pesados, esquivas e saltos, mas com uma peculiaridade interessante: a ausência de um botão de bloqueio para ataques físicos, limitando-se apenas à defesa contra projéteis. Isso torna a esquiva o principal mecanismo defensivo, adicionando um elemento de agilidade e precisão ao combate.

A mecânica de esquiva perfeita é particularmente notável. Ao executá-la com precisão, o jogador deixa uma cópia do predestinado no local e se teleporta para um ponto cego do inimigo, criando oportunidades estratégicas de contra-ataque. Além disso, o jogo permite o uso de até três habilidades simultâneas e dois tipos de transformações: uma para ataques únicos poderosos e outra que possibilita jogar temporariamente na forma do inimigo.

As transformações são obtidas de maneiras distintas. A primeira é conquistada ao derrotar inimigos poderosos ou sub-chefes, permitindo a execução de um ataque devastador. A segunda, geralmente associada a chefes da história principal ou opcionais, oferece acesso temporário a quase todo o conjunto de movimentos do inimigo, limitado apenas pelo vigor do personagem.

Os ataques pesados em Black Myth: Wukong estão ligados a três posturas distintas do predestinado. A primeira permite um ataque carregado e forte, a segunda possibilita ataques aéreos e defesa contra golpes baixos, enquanto a terceira executa um ataque à distância, estendendo o bastão em linha reta. Estes ataques consomem pontos de ação, com um máximo de quatro pontos disponíveis conforme o jogador evolui, aumentando a potência do golpe proporcionalmente aos pontos utilizados.

Um aspecto que diferencia Black Myth: Wukong dos soulslikes tradicionais é seu sistema de combos elaborado. Ataques leves podem ser encadeados em sequências que culminam em um golpe mais forte, enquanto a inclusão de um ataque pesado no meio da sequência desencadeia uma nova série de movimentos, dependendo da postura atual. Esta mecânica funde elementos de soulslike com o estilo frenético dos jogos hack’n slash, criando uma experiência de combate única e dinâmica.

Esta abordagem multifacetada ao combate não apenas enriquece a jogabilidade, mas também reflete a versatilidade e a lenda do próprio Sun Wukong, oferecendo aos jogadores uma gama diversificada de opções.

Conclusão da análise de Black Myth: Wukong

Ao concluir esta análise de Black Myth: Wukong, é impossível não ressaltar o quão gratificante foi mergulhar nesta aventura inspirada na rica mitologia chinesa. Este jogo é uma obra-prima que não apenas incorpora as melhores características do gênero soulslike, mas também se destaca por seus próprios méritos. Com uma jogabilidade envolvente, batalhas épicas contra adversários formidáveis, cenários deslumbrantes, uma trilha sonora excepcional junto de uma narrativa profunda e cativante, Black Myth: Wukong estabelece um novo padrão no gênero.

A euforia dos jogadores em torno deste título é plenamente justificada. A qualidade do jogo não apenas atende, mas supera as altas expectativas geradas. É particularmente impressionante que um estúdio relativamente pequeno como o Game Science tenha conseguido criar uma obra tão grandiosa. Black Myth: Wukong se destaca como a melhor adaptação em jogos da “Jornada ao Oeste” até o momento, mesmo sendo uma sequência da narrativa da história original.

O jogo oferece uma experiência única tanto para novatos quanto para veteranos do gênero soulslike. Para aqueles que tradicionalmente evitam esses jogos devido à sua dificuldade notória, Black Myth: Wukong serve como uma porta de entrada ideal, oferecendo desafios balanceados e mecânicas mais acessíveis. Por outro lado, os aficionados por soulslikes encontrarão aqui um sistema de combate profundo e variado, com desafios à altura de suas expectativas.

Sem dúvida, Black Myth: Wukong se posiciona como uma das maiores e mais agradáveis surpresas de 2024. É um título que não apenas homenageia suas raízes mitológicas e inspirações de gênero, mas também inova e estabelece seu próprio legado no mundo dos jogos. Uma experiência imperdível para qualquer entusiasta de jogos, independentemente de sua familiaridade com o gênero soulslike ou com a mitologia chinesa.

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Essa análise/review de Black Myth: Wukong segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Esse jogo é capaz de nos proporcionar uma experiência incrível com as mecânicas de soulslike

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 10

10

Perfeito

Black Myth: Wukong é um jogo fantástico que nos envolve com seus belos gráficos, trilha sonora impecável e jogabilidade extremamente refinada. É um deleite para os fãs de soulslike, mas também pode servir como porta de entrada para novos apreciadores. Ele tem um DNA próprio e utiliza de maneira brilhante a mitologia chinesa.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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