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Análise: Lollipop Chainsaw RePOP

Coloque uma cabeça no seu cinto e vamos lidar com zumbis

O tempo parece ter voado desde o lançamento original de Lollipop Chainsaw há 12 anos. É surpreendente pensar que um jogo ainda fresco na memória de muitos jogadores do PlayStation 3 e Xbox 360 já esteja recebendo uma remasterização. Nesta análise, examinaremos Lollipop Chainsaw RePOP, uma versão atualizada que promete trazer o aniversário de Juliet em 4K, juntamente com melhorias para adequar o jogo à geração atual de consoles.

A questão que se coloca é: será que os desenvolvedores conseguiram atualizar com sucesso este clássico underground dos jogos hack’n slash?

Um aniversário de 18 anos totalmente diferente de tudo

Lollipop Chainsaw RePOP nos apresenta Juliet, uma adolescente prestes a completar 18 anos. À primeira vista, ela encarna o estereótipo da típica garota americana: líder de torcida loira, namorando Nick, um jogador de futebol americano. No entanto, sua família está longe de ser convencional – Juliet, suas duas irmãs e seus pais são todos caçadores de zumbis.

O que deveria ser um aniversário memorável, com Juliet apresentando Nick à família, toma um rumo inesperado quando uma horda de zumbis ataca a cidade. Nick é mordido, e Juliet, determinada a não perder seu amor, realiza um ritual mágico que o mantém vivo – como uma cabeça falante. Assim, nossa protagonista embarca em uma dupla missão: restaurar o corpo de Nick e salvar o mundo da invasão zumbi, tudo isso em meio às comemorações de seu aniversário.

Lollipop Chainsaw RePOP apresenta personagens bem elaborados que se alinham perfeitamente com a proposta excêntrica da Dragami Games, estúdio responsável tanto pelo jogo original quanto por esta remasterização. Embora o elenco seja cativante, o jogo ocasionalmente recorre a piadas de cunho sexual que podem parecer forçadas ou inoportunas. Além disso, Juliet se enquadra no que atualmente se denomina uma “pick me girl”, o que pode torná-la ainda mais irritante para o público contemporâneo do que era originalmente.

Apesar dessas críticas, o brilho do jogo não se ofusca. Lollipop Chainsaw RePOP consegue entregar uma narrativa divertida e bem construída, mantendo o jogador engajado em sua trama peculiar e repleta de ação.

Análise Lollipop Chainsaw RePOP

Hora de serrar zumbis

A arma emblemática de Juliet é uma inusitada serra elétrica rosa que é protagonista do sistema de combate gira em torno da criação de combos elaborados com esta arma para enfrentar hordas de zumbis. O esquema de controles é intuitivo: um botão para golpes físicos (geralmente usando pés e, curiosamente, o traseiro da líder de torcida), outro para ataques com a serra, além de comandos para golpes baixos e saltos.

Conforme o jogador progride, novas habilidades e funcionalidades para a serra são desbloqueadas. Estas incluem a capacidade de transformá-la em uma arma de longo alcance para atirar nos zumbis e um devastador golpe de corrida que corta tudo em seu caminho.

Juliet possui ainda um modo especial, ativado ao preencher uma barra de energia, que funciona como um “devil trigger” extremamente poderoso, transformando todos os seus ataques em golpes fatais instantâneos. Complementando seu arsenal, Nick oferece quatro golpes especiais acessíveis através de uma roleta, adicionando pouco de aleatoriedade à jogabilidade.

O gameplay de Lollipop Chainsaw RePOP se alinha com clássicos do gênero hack’n slash como Devil May Cry e Bayonetta, mas com um cenário peculiar: a escola de Juliet e seus arredores. O jogo apresenta uma galeria diversificada de zumbis bizarros, incluindo jogadores de basquete, nerds, fazendeiros e roqueiros.

Para evitar a monotonia, o jogo intercala a ação principal com minigames variados, enquanto as batalhas contra chefes são particularmente desafiadoras, cada uma oferecendo um combate distintamente único.

Apesar das melhorias, alguns aspectos da jogabilidade em Lollipop Chainsaw RePOP poderiam ter sido otimizados nesta remasterização. Minigames com movimentação excessivamente lenta e checkpoints muito distantes entre si são problemas notáveis. Este último obriga o jogador a repetir longos trechos e desafios já superados em caso de derrota, o que pode ser frustrante.

Melhorias do RePOP

Lollipop Chainsaw RePOP apresenta melhorias consideráveis em relação ao jogo original. A resolução foi ampliada para 4K, um avanço significativo. No entanto, é evidente que os gráficos mereciam mais do que um simples aumento de resolução, pois o visual do jogo acabou envelhecendo de forma notável. Inclusive, a expansão da resolução resultou em uma perda de qualidade nas cutscenes, um efeito colateral indesejado.

Os tempos de carregamento foram substancialmente reduzidos em comparação com a versão de 12 anos atrás, e a qualidade do áudio também recebeu aprimoramentos. Contudo, alguns bugs sonoros persistem, como o ruído da motosserra que continua mesmo quando não está em uso.

Um problema que impactou negativamente a experiência foi um bug nas legendas. Embora Lollipop Chainsaw RePOP tenha sido lançado com legendas em português do Brasil, há problemas de sincronização, com um atraso de alguns segundos em relação ao áudio. Em um caso mais grave, durante a penúltima fase, as legendas desapareceram completamente, retornando apenas no final do jogo.

Esses problemas, embora potencialmente corrigíveis por meio de atualizações, reforçam o argumento de que um remake completo teria sido uma opção mais adequada do que uma remasterização, especialmente considerando que o jogo tem mais de uma década.

Uma adição interessante é o modo RePOP, que censura o sangue e a violência gratuita do jogo, substituindo-os por efeitos de pop art, oferecendo uma alternativa visual mais suave para jogadores sensíveis a conteúdo gráfico.

Conclusão da análise de Lollipop Chainsaw RePOP

Ao concluir esta análise de Lollipop Chainsaw RePOP, nos deparamos com sentimentos mistos. O jogo mantém o brilho exagerado, divertido e inusitado que o caracterizou em seu lançamento original, estando longe de ser uma experiência medíocre.

No entanto, não podemos ignorar os problemas técnicos presentes e o envelhecimento visual notável. É difícil não pensar que um remake completo teria sido uma escolha mais acertada do que esta remasterização.

Lollipop Chainsaw RePOP é uma opção válida para quem jogou o título original há 12 anos e deseja revisitá-lo, ou para curiosos que não tiveram a oportunidade de experimentá-lo na época. Contudo, é importante ajustar as expectativas: não espere um produto ao nível dos principais lançamentos atuais.

O que temos aqui é uma remasterização que se esforça para ir além do tratamento básico ao qual estamos acostumados. Os desenvolvedores merecem crédito por terem corrigido alguns problemas da versão original. Ainda assim, o resultado final deixa a impressão de que havia potencial para mais, especialmente considerando o carisma e a originalidade que fizeram de Lollipop Chainsaw um cult classic.

Essa análise/review de Lollipop Chainsaw RePOP segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Divertido e exagerado, da mesma forma que há 12 anos atrás.

Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 7
Narrativa - 6

7

Bom

Lollipop Chainsaw RePOP é um remaster que entrega mais do que resolução. Há melhorias em comparação ao jogo original, mas infelizmente também existem problemas técnicos que precisam de correção. É a oportunidade para rejogar esse clássico ou aproveitá-lo pela primeira vez.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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