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Análise: Dragon Ball Sparking Zero

A nota desse jogo será mais de 8000?!

Há mais de uma década, os fãs de Dragon Ball aguardam ansiosamente por um sucessor digno da aclamada série Budokai Tenkaichi. Desconsiderando o lançamento para PSP em 2010, estamos desde 2007 sem um novo título que capture a essência do jogo que conquistou corações no PlayStation 2 e Nintendo Wii. Agora, Dragon Ball Sparking Zero surge como o prometido herdeiro desta amada franquia de jogos dos guerreiros Z.

Embora seja o lançamento pelo qual os fãs clamavam, é notório que o público de Dragon Ball é extremamente exigente. Nas últimas três gerações de consoles, pouquíssimos títulos conseguiram agradar plenamente essa base de fãs tão dedicada. Diante desse cenário desafiador, será que Dragon Ball Sparking Zero conseguirá atender às elevadas expectativas dos aficionados pela saga de Son Goku?

Criado para os fãs, até nos mínimos detalhes

Ao iniciar esta análise de Dragon Ball Sparking Zero, é impossível não notar como o jogo abraça seus fãs, oferecendo uma profusão de elementos que eles tanto apreciam. A experiência começa com uma abertura espetacular, onde os icônicos Guerreiros Z enfrentam os vilões mais emblemáticos da série. Mas o deleite dos fãs não para por aí: o próprio menu do jogo se apresenta como um episódio de Dragon Ball. A cada navegação entre as opções, seja para o modo torneio ou para a loja do jogo, os personagens se movem com fluidez, em transições sem cortes que emulam perfeitamente a estética de um anime.

Um dos aspectos mais impressionantes é o vasto elenco de 182 personagens jogáveis. Este número inclui diversas variações dos personagens principais, como Goku em diferentes fases: do início de Dragon Ball Z, da Saga Cell, de Dragon Ball Super, e assim por diante. Embora se trate do mesmo personagem, cada versão possui movimentos e golpes especiais únicos, representando fielmente as habilidades características de cada período da saga.

Apesar da extensa lista de personagens, é compreensível que alguns favoritos dos fãs tenham ficado de fora, como Vegeta GT (normal e Super Saiyajin), Suu Shenlong, Super 17, Magetta, Botamo, Pilina, Saonel, Tao Pai Pai e Videl. No entanto, a ausência destes guerreiros pode ser estratégica, abrindo possibilidades para futuros DLCs ou mesmo para uma eventual sequência do jogo.

Outro aspecto notável são os diálogos entre os personagens, que frequentemente fazem referências às suas conexões, sejam elas diretas ou indiretas. Isso incentiva os jogadores a experimentarem combinações inusitadas de lutadores para descobrir interações únicas e variações nas falas.

Lutas frenéticas e destrutivas

O verdadeiro coração de Dragon Ball Sparking Zero reside, indiscutivelmente, em seu gameplay. Evoluindo a partir do legado do saudoso Budokai Tenkaichi 3, Sparking Zero eleva a experiência de combate a novos patamares. O sistema de luta permite a criação de sequências de combos impressionantes e variadas, desde lançar o adversário pelos ares até persegui-lo para continuar o ataque, arremessá-lo ao solo, agarrá-lo pela perna para um giro aéreo, ou desferir devastadoras rajadas de ki.

As batalhas são intensamente frenéticas, amplificadas por cenários vastos e um arsenal de golpes devastadores à disposição dos jogadores.

O esquema de controles é intuitivo e bem elaborado. No Dual Sense, um botão é dedicado aos ataques físicos, enquanto outro comanda as rajadas de ki. O R2 desempenha um papel crucial, sendo responsável por carregar a barra de energia, essencial para todos os movimentos significativos. O botão X, por sua vez, controla a movimentação em direção ao oponente e os saltos.

Além dessas funções básicas, o R2 também ativa habilidades especiais dos personagens, como o Kaioken do Goku, e desencadeia os golpes mais poderosos. Cada lutador possui duas técnicas que consomem três barras de energia, além de um ataque supremo que só pode ser utilizado ao atingir o estado de ‘superação de limites’, alcançado ao carregar o ki além das barras convencionais.

No quesito defesa, Sparking Zero oferece duas opções principais: o R1 para bloqueios tradicionais, e o círculo, denominado ‘percepção’, que permite antecipar os movimentos do oponente, surgindo atrás dele ou preparando um contra-ataque. Adicionalmente, o R3 possibilita a execução de um contra-ataque preventivo, interceptando o golpe inimigo antes que ele se concretize.

Embora o gameplay esteja notavelmente refinado, ainda é possível encontrar situações onde o oponente abusa de golpes poderosos repetidamente, reminiscente do Budokai Tenkaichi. Felizmente, as opções defensivas permitem contornar e punir eficazmente tais táticas.

O único aspecto que poderia ser aprimorado é o sistema de câmera especialmente na visão de baixo para cima. Nestas situações, o solo se torna transparente para manter os personagens visíveis, mas a transição entre opacidade e transparência carece de suavidade, podendo comprometer momentaneamente a experiência visual.

Gráficos que parecem obra de um desejo feito para o Shenlong

Dragon Ball Sparking Zero é um verdadeiro deleite visual, destacando-se pela sua impressionante qualidade gráfica. Os modelos dos personagens são meticulosamente detalhados, exibindo uma animação fluida que captura com precisão até os mais sutis movimentos dos cabelos e das roupas. Esta atenção ao detalhe estende-se aos cenários, que são ricamente elaborados para proporcionar uma imersão total no universo de Dragon Ball. O nível de destruição ambiental que o jogador pode causar durante as batalhas traz dinamismo e realismo à experiência.

A trilha sonora do jogo mescla nostalgia e novidade. Fãs reconhecerão com prazer temas clássicos, como a última abertura de Dragon Ball Super e a icônica música do Instinto Superior. No entanto, as novas composições criadas especificamente para o jogo não atingem o mesmo patamar de qualidade, tendendo por vezes ao genérico.

Onde o áudio realmente brilha é na dublagem. O jogo oferece opções de áudio em inglês e japonês, ambas de qualidade sonora excepcional. Cada versão traz sua própria interpretação aos personagens, embora seja inegável que a dublagem japonesa carrega consigo um peso histórico e uma familiaridade que a torna particularmente marcante para os fãs mais dedicados da série.

Modos e desbloqueio de personagens

Dragon Ball Sparking Zero oferece uma variedade de modos de jogo para satisfazer diferentes estilos de jogadores. Além do aguardado modo história, que abordaremos mais adiante, o jogo apresenta um modo torneio que funciona como um arcade aprimorado. Nele, os jogadores podem participar dos torneios icônicos do anime, enfrentando uma série de adversários desafiadores. Complementando a experiência, temos os modos de batalha offline e online, e a inovadora opção de criação.

Este modo de criação se destaca por sua originalidade, transcendendo a mera seleção de personagens para um combate. Ele permite aos jogadores desenvolverem batalhas totalmente inéditas, proporcionando um nível de personalização gratificante. Durante os testes para esta análise, por exemplo, foi possível criar um embate entre Goku GT e Zamasu, selecionando cenas específicas e diálogos para construir uma narrativa em torno do confronto.

Essencialmente, o modo de criação permite aos jogadores produzirem um mini episódio de anime, com um grau de customização notável, especialmente no que diz respeito aos diálogos. Após finalizar sua criação, é possível compartilhá-la com a comunidade global de jogadores, além de experimentar as batalhas desenvolvidas por outros usuários.

Quanto ao desbloqueio de novos personagens, o jogo oferece três métodos distintos. O primeiro é através da progressão no modo história, o segundo pela aquisição na loja interna do jogo, e o terceiro através da realização de desejos utilizando as Esferas do Dragão.

O sistema das Esferas do Dragão é particularmente interessante. Jogadores podem coletar estas esferas míticas completando missões atribuídas por Zeno e Whis. Ao reunir as sete esferas, sejam elas de Shenlong, Porunga ou Super Shenlong, é possível invocar o dragão e fazer um desejo. As opções de desejos variam entre desbloquear novos personagens, obter mais moeda do jogo ou adquirir acessórios cosméticos. Uma vez selecionada a opção desejada, o dragão a concretiza.

Modo história

O ponto mais delicado de Dragon Ball Sparking Zero reside em seu modo história, que oferece campanhas individuais para personagens icônicos como Goku, Vegeta, Gohan, Piccolo, Trunks do Futuro, Freeza e Goku Black. Iniciando obrigatoriamente com Goku, o jogador revive as batalhas cruciais do saiyajin, desde o confronto com seu irmão Raditz até o épico embate contra Jiren no Torneio do Poder.

Apesar da amplitude do conteúdo, o modo história apresenta uma falha significativa em sua apresentação visual. As cenas narrativas são compostas por animações extremamente breves, que lembram uma apresentação de slides, com raros momentos que se aproximam da qualidade esperada de um anime. Em instantes específicos, é possível acionar o botão R3 para uma perspectiva em primeira pessoa, mas essas oportunidades são lamentavelmente escassas.

Embora seja compreensível a decisão de simplificar a apresentação, considerando o vasto conteúdo da franquia Dragon Ball, o resultado final deixa a desejar. Momentos icônicos da série perdem seu impacto emocional, uma situação agravada pela ausência das trilhas sonoras clássicas. Em seu lugar, músicas originais foram inseridas, mas infelizmente não conseguem transmitir a mesma intensidade, resultando em uma experiência genérica.

O gameplay do modo história também não explora todo o potencial do jogo. Na tentativa de replicar a dificuldade de certas batalhas do anime, algumas lutas foram tornadas excessivamente desafiadoras. No entanto, essa abordagem falha em sua execução, tornando os combates frustrantes, com inimigos praticamente invulneráveis ou capazes de infligir danos desproporcionais.

Apesar desses pontos negativos, o modo história apresenta um elemento interessante: as linhas alternativas de acontecimentos. Existem duas formas de explorar estas variações. A primeira oferece escolhas diretas em momentos-chave, como decidir se Goku enfrenta Raditz sozinho ou acompanhado de Piccolo, ou se usa o teletransporte para salvar Piccolo durante o confronto com Cell em sua primeira forma.

A segunda maneira, mais sutil e desafiadora, baseia-se em ações específicas durante os combates. Por exemplo, derrotar Raditz antes que Piccolo use o Makankosappo permite que Goku sobreviva e treine Gohan para a chegada dos saiyajins. Embora essas alterações no enredo sejam mais impactantes, são difíceis de alcançar e frequentemente não são explicitadas, exigindo que o jogador deduza as condições necessárias.

Infelizmente, mesmo este aspecto promissor do modo história não é plenamente explorado, deixando uma sensação de potencial desperdiçado em um componente crucial do jogo.

Conclusão da análise de Dragon Ball Sparking Zero

Dragon Ball Sparking Zero se firma como um título notável na aclamada franquia de Son Goku, destacando-se principalmente por seu impressionante elenco de 182 personagens jogáveis e um sistema de combate dinâmico, destrutivo e envolvente. A qualidade visual do jogo é inegável, apresentando gráficos deslumbrantes, animações fluidas e um nível de detalhamento que certamente agradará aos fãs mais exigentes.

Contudo, o modo história não consegue manter o mesmo padrão de excelência presente nos demais aspectos do jogo. A apresentação de momentos icônicos da série carece do impacto emocional esperado, reduzindo cenas que tradicionalmente são memoráveis em outros títulos da franquia – como a primeira transformação de Goku em Super Saiyajin ou o sacrifício de Vegeta – a meras representações superficiais.

Felizmente, esta deficiência é compensada pela robustez de outros modos de jogo. O modo torneio, em particular, oferece uma experiência altamente satisfatória. Merece destaque especial o inovador modo de criação, que proporciona aos jogadores a liberdade de conceber e dirigir suas próprias batalhas épicas, expandindo significativamente o potencial de rejogabilidade.

Em suma, Dragon Ball Sparking Zero é uma adição valiosa à biblioteca de qualquer fã da série ou entusiasta de jogos de luta. No entanto, é importante estar ciente de que o modo história pode se mostrar menos envolvente e potencialmente cansativo, contrastando com as demais opções de jogo, que são genuinamente cativantes. Para aqueles que priorizam uma jogabilidade dinâmica e uma vasta seleção de personagens sobre uma narrativa profunda, este título oferece uma experiência verdadeiramente gratificante.

Essa análise/review de Dragon Ball Sparking Zero segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Esse é o presságio do jogo superior de Dragon Ball

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 10
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 5

8.4

Ótimo

Dragon Ball Sparking Zero é uma ótima adição para a franquia com a sua quantidade elevada de personagens e gameplay explosivo. Contudo, seu modo história deixa a desejar, mas ainda assim temos outros modos que podem recompensar esse aspecto.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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