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Análise: Mario & Luigi: Brothership

Uma aventura completamente inédita

Em Mario & Luigi: Brothership, a icônica franquia de RPG da Nintendo retorna depois de uma década, marcando uma mudança significativa em sua trajetória. Este é o primeiro título da série Mario & Luigi que chega ao Nintendo Switch, deixando para trás a tradição dos portáteis e levando a jogabilidade característica para o console híbrido.

Essa novidade traz consigo grandes expectativas, especialmente porque este último ano tem sido excepcional para os fãs de RPGs de Mario. Após o lançamento dos remasters de Super Mario RPG e Paper Mario The Thousand Year Door, Mario & Luigi: Brothership se destaca como uma aventura inédita, com a responsabilidade de entregar uma experiência inovadora e ao mesmo tempo digna da longa história da série.

Neste review, vamos explorar como Mario & Luigi: Brothership se adapta à plataforma e comparar seus pontos fortes e novidades com esses clássicos que ganharam versões atualizadas. E posso adiantar, desde já, que o jogo está completamente legendado em PT-BR.

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Bem vindo ao continente de Elétria

A narrativa de Mario & Luigi: Brothership segue o estilo característico da franquia: direta e descomplicada. Desta vez, Mario e Luigi são misteriosamente transportados para um novo mundo chamado Eletria, um continente que pulsa com energia elétrica. Esse vasto ambiente é composto por várias ilhas interconectadas por uma imensa árvore chamada Arbolux, a qual fornece energia e sustento para todas as ilhas. Porém, uma crise atingiu Eletria: as ilhas foram desconectadas e cabe à dupla de irmãos heróis, unidos pela temática da da irmandade, resolver o mistério e restaurar a energia ao continente, enquanto tentam descobrir como voltar para o Reino do Cogumelo.

Ao longo da aventura, Mario e Luigi encontram personagens únicos e desvendam quais dos conhecidos habitantes do Reino do Cogumelo também foram transportados para Eletria. A história é simples, voltada para a diversão e com um tom acessível e lúdico. O jogo segue uma abordagem linear e sem grandes reviravoltas, mais focada em motivações claras e desafios diretos, como missões de coleta e assistência a personagens locais.

O ponto forte da trama é a construção desse mundo inédito e sua galeria de novos personagens e vilões, que traz um frescor bem-vindo ao universo da série. No entanto, mesmo com esse cenário inovador, a narrativa não busca uma profundidade digna dos RPGs mais densos do mercado. Ele entrega um conto divertido e acessível, ideal para novos e antigos fãs da franquia, mas que pode deixar a desejar para quem espera algo minimamente mais robusto.

Felizmente, é possível acelerar os diálogos com o botão B. Isso faz com que certos momentos que não agradem o jogador, passem mais rapidamente.

Ambientação repleta de novidades

Em Mario & Luigi: Brothership, a estética é um ponto alto, trazendo o estilo familiar da franquia, mas com uma adaptação refrescante ao universo de Eletria. O design mantém o toque caricato e alegre que é marca registrada dos jogos Mario & Luigi, porém renovado para explorar um ambiente totalmente novo.

O jogo não busca gráficos de ponta, mas aposta em uma direção de arte vibrante e cheia de cores. Eletria é dividida em quatro grandes áreas, onde cada uma tem um “Grande Farol” que irradia energia para as regiões ao redor, cada uma com uma temática distinta: florestas exuberantes, desertos áridos, montanhas congeladas e áreas de lava. Cada Grande Farol abriga diversas ilhas conectadas, cada qual com um bioma único que enriquece a diversidade do mundo. Por exemplo, na primeira área, que é a zona de floresta, encontramos desde densas selvas até ilhas floridas e gramados reluzentes. Esse estilo visual, com efeito de cel-shading, torna o jogo especialmente agradável de explorar, conferindo uma sensação de um mundo animado e vivo.

A trilha sonora contribui para a ambientação, alternando entre temas de aventura e composições mais tensas, especialmente durante as explorações de dungeons e batalhas contra chefes. A música é imersiva e complementa bem as paisagens, intensificando a experiência em cada novo cenário. Como de costume da franquia, aqui os personagens não são dublados e possuem sons que simulam fala.

No entanto, a performance do Nintendo Switch impacta a experiência de Mario & Luigi: Brothership. No modo portátil, o jogo se mantém estável e consegue evitar grandes problemas de queda de frame rate. Contudo, ao jogar no modo docakdo, a taxa de quadros oscila bastante, com quedas perceptíveis que comprometem a fluidez e podem atrapalhar a exploração das ilhas e do mundo ao redor. Essa recorrente limitação faz com que a bela estética em cel-shading pareça “quebrada” ao longo da aventura.

Começando a exploração em Mario & Luigi: Brothership

A exploração em Mario & Luigi: Brothership é um dos aspectos mais cativantes e merecedores de destaque. Como mencionado, o jogo nos leva ao continente de Eletria, um universo peculiar onde quatro grandes regiões são formadas por ilhas à deriva. Os irmãos Mario e Luigi se aventuram nesse mundo desconhecido a bordo da “Ilha Nauta”, uma ilha principal que serve como base de operações e ponto de partida para cada nova jornada. É também o lar da gigantesca Arbolux, a árvore central que alimenta todo o continente com sua energia vital e conecta as ilhas.

A locomoção entre as ilhas é bastante intuitiva e sem grandes obstáculos. Você utiliza a Ilha Nauta como um barco e navega por correntes marítimas até avistar novas ilhas com um telescópio especial. A simplicidade desse sistema de navegação funciona bem, especialmente para manter o ritmo da exploração. Não há grandes desafios no deslocamento em si, mas o jogo equilibra isso incentivando você a realizar missões e atividades enquanto viaja de um ponto a outro, evitando que o trajeto entre ilhas se torne monótono.

A Ilha Nauta também atua como um centro de operações onde Mario e Luigi podem interagir com outros personagens, aceitar missões secundárias, fabricar equipamentos, e até mesmo restaurar energia. Essa mecânica de “base móvel” contribui para uma sensação de aventura contínua e serve como um espaço seguro onde os jogadores podem se preparar antes de embarcar em novas missões.

Quebra-Cabeças marcam presença

Em seguida, temos em Mario & Luigi: Brothership a integração de quebra-cabeças, que se destacam assim que a fase de navegação inicial é concluída e uma nova ilha é descoberta. A estrutura dos desafios segue um estilo já conhecido pelos fãs da franquia: a exploração é conduzida por Mario, enquanto Luigi atua de forma secundária e, na maior parte do tempo, automática. O jogador pode, no entanto, direcionar Luigi para realizar determinadas ações, como saltar plataformas, coletar moedas, pegar itens específicos, ou quebrar obstáculos, complementando as habilidades de Mario.

Esses quebra-cabeças, na maioria das vezes, exigem uma cooperação entre os irmãos, onde é necessário alternar ou combinar suas habilidades. Por exemplo, pode ser necessário passar uma pedra entre Mario e Luigi para superar obstáculos, ou posicionar ambos em plataformas específicas para abrir um portão ou desbloquear uma nova passagem. A variedade de desafios, como conectar dispositivos para liberar portais e resolver sequências de plataformas, torna a exploração de cada ilha única, incentivando a interação com o ambiente e a atenção aos detalhes.

Uma mecânica curiosa em Mario & Luigi: Brothership é a chamada “Luigi Idea”, uma habilidade que permite que Luigi execute algumas “ideias mirabolantes” para auxiliar tanto na exploração quanto no combate. Atuando como um suporte controlado pela inteligência artificial, Luigi reage ao mundo ao seu redor com interações específicas que ajudam a avançar no jogo.

Apesar de funcional e bem integrada ao design do jogo, essa mecânica de quebra-cabeça possui alguns pontos que podem ser aprimorados. Em certas ocasiões, Luigi pode não responder de forma precisa aos comandos, seja agindo com velocidade excessiva ou cometendo erros, o que pode gerar momentos de frustração. Ainda assim, esses pequenos contratempos não comprometem a experiência geral.

Combate é o grande destaque de Mario & Luigi: Brothership

Fechando a parte de gameplay, o combate em Mario & Luigi: Brothership é, sem dúvidas, o ponto alto do jogo, trazendo uma experiência rica e desafiadora que aproveita ao máximo a interação entre os irmãos. Inspirado pelo conceito de irmandade, o combate exige uma coordenação precisa entre Mario e Luigi, o que vai muito além de um simples sistema de ataque tradicional. Cada personagem é representado por um botão específico: Mario pelo botão “A” e Luigi pelo botão “B”, o que se aplica tanto ao combate quanto à exploração e resolução de puzzles. Além disso, o uso dos botões “X” e “Y” ativa o martelo, que é crucial para ataques e interações mais próximas.

O sistema de combate é ativo e baseado em timing, o que significa que cada ação precisa ser bem cronometrada para maximizar o efeito. Você pode, por exemplo, saltar sobre um inimigo ou usar o martelo no momento exato para desferir um golpe ou se esquivar de um ataque, sendo que cada inimigo geralmente apresenta pelo menos dois padrões de ataque. Isso exige que o jogador observe e aprenda o comportamento de cada oponente para evitar danos ou até mesmo contra-atacar. A sensação de recompensa é grande, pois quando o timing é perfeito, é possível não apenas evitar o dano, mas também causar um impacto adicional nos inimigos.

Os chefes de Mario & Luigi: Brothership adicionam uma camada extra de desafio, trazendo padrões de ataque mais complexos e interações específicas que forçam o jogador a adaptar constantemente sua estratégia. O timing também se torna mais exigente. Felizmente, o jogo oferece uma janela de resposta um pouco mais ampla do que em outros RPGs, facilitando a execução dos comandos, o que é ideal para manter o ritmo sem punir demais o jogador. Essa acessibilidade contribui para tornar o combate envolvente e recompensador, principalmente nos ataques e defesas mais avançados.

Por fim ainda vemos aqui elementos tradicionais de RPG como mudar o equipamento para ter mais ataque ou defesa, ter algum tipo de resistência a status e mais. Adicionalmente existe uma mecânica interessante de plugues que são algumas habilidades passivas que podem ser utilizdas de forma limitada que expande a estratégia de luta.

Apesar da variedade de padrões e a criatividade do combate, a repetição pode se tornar um ponto fraco ao longo da jornada. Com o tempo, alguns inimigos se tornam previsíveis, e certas estratégias acabam se repetindo. No entanto, essa característica é comum no gênero e não tira o brilho do combate, que continua sendo o principal diferencial e o maior atrativo de Mario & Luigi: Brothership.

Mario & Luigi: Brothership vale a pena?

Mario & Luigi: Brothership é um excelente RPG, que combina uma ambientação nova, um visual vibrante e uma série de mecânicas envolventes. A criação de um mundo diferenciado, com suas ilhas, biomas e a estética única, deixa a experiência visual muito agradável, ainda que o desempenho do Nintendo Switch, especialmente no modo dockado, apresente quedas de frames que podem atrapalhar um pouco.

Um ponto interessante, que é tanto um trunfo quanto um ponto de atenção, é a dualidade entre a simplicidade da história e a complexidade do gameplay. Enquanto a narrativa é acessível e direta, com diálogos que em alguns momentos são simples até demais, o combate e a exploração são técnicos, exigindo atenção e precisão do jogador. O sistema de combate, por exemplo, envolve uma série de movimentos ativos que fazem cada batalha parecer única e cheia de possibilidades, diferindo do padrão mais estático dos RPGs de turno.

Esse contraste entre a narrativa e o gameplay pode ser um divisor de opiniões. Aqueles que buscam uma história profunda talvez se sintam desanimados, enquanto quem procura um gameplay mais acessível e automatizado talvez se sinta sobrecarregado pela exigência de interação constante. No entanto, para quem está disposto a apreciar o jogo pelo seu conjunto, Mario & Luigi: Brothership é uma experiência recompensadora, oferecendo um RPG inovador e tecnicamente competente.

Em resumo, Mario & Luigi: Brothership é uma recomendação sólida para os fãs da franquia e para aqueles que querem explorar algo novo no gênero.

Essa análise/review de Mario & Luigi: Brothership segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Revolucionando a própria série

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 9
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 7.5

8

Ótimo

Aqueles que buscam uma história profunda talvez se sintam desanimados, enquanto quem procura um gameplay mais acessível e automatizado talvez se sinta sobrecarregado pela exigência de interação constante. No entanto, para quem está disposto a apreciar o jogo pelo seu conjunto, Mario & Luigi: Brothership é uma experiência recompensadora, oferecendo um RPG inovador e tecnicamente competente.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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