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Análise: Freedom Wars Remastered

E assim começa a luta por liberdade

Freedom Wars, um dos últimos grandes exclusivos do PS Vita, conquistou uma legião de fãs desde seu primeiro trailer. Desenvolvido pela Dimps, estúdio também responsável por God Eater, o jogo se destacou como um dos melhores títulos do gênero “caça-monstros” no portátil da Sony.

Após 11 anos de sua estreia, Freedom Wars retorna em versão remasterizada para PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC. Mas será que esta nova versão consegue se manter relevante depois de tanto tempo? É o que vamos descobrir nesta análise.

Um mundo devastado e repleto de criminosos

Assim como God Eater, Freedom Wars Remastered se passa em um mundo pós-apocalíptico onde a humanidade luta contra a extinção. Neste cenário devastado, os últimos sobreviventes encontram refúgio em estruturas conhecidas como Panopticons, inspiradas no conceito de prisão ideal desenvolvido pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham no século XVIII. Estas enormes fortificações não apenas abrigam o que resta da população, mas também funcionam como complexos sistemas prisionais.

A sociedade dentro dos Panopticons é rigidamente dividida em duas classes: os civis, que prestam serviços técnicos essenciais para a manutenção da estrutura, e os ‘ímpios’ (chamados de ‘pecadores’ em algumas traduções), indivíduos que nascem já condenados a uma sentença de um milhão de anos.

Enquanto os civis desfrutam de uma vida relativamente normal, os ímpios são confinados em celas e forçados a lutar em nome de seu Panopticon para reduzir suas sentenças. Embora exista a promessa de liberdade, muitos sucumbem durante suas missões, nunca alcançando a tão sonhada absolvição.

Para complicar ainda mais a situação, os Panopticons estão em constante guerra entre si, utilizando criaturas gigantes e robóticas como armas. É neste contexto que nossa história começa, quando um dos ímpios sofre um ataque brutal e perde completamente sua memória.

A amnésia é considerada uma violação grave nesta sociedade, pois representa a perda de um recurso valioso: a experiência em combate. Como consequência, o protagonista tem sua sentença resetada para um milhão de anos e é rebaixado ao nível mais básico de ímpio. Cada nova infração aumenta sua pena, e ele precisa reconquistar até mesmo os direitos mais básicos, como conversar com outras pessoas, dar mais de cinco passos fora das missões ou simplesmente dormir deitado.

Ao longo da narrativa, descobrimos mais sobre este mundo opressivo e seus preconceitos contra os ímpios, mas também conhecemos personagens carismáticos que, cada um à sua maneira, encontram formas únicas de sobreviver dentro do sistema dos Panopticons.

Mecânicas exclusivas

Freedom Wars Remastered se enquadra no gênero ‘caça-monstros’, ao lado de títulos como God Eater, Monster Hunter e Toukiden, mas se destaca por oferecer uma proposta mais ampla que apenas o combate contra criaturas colossais. Seu sistema de batalha dinâmico e intenso proporciona missões mais ágeis, enriquecidas por mecânicas únicas e inovadoras.

O elemento central da jogabilidade são os ‘espinhos’, uma espécie de chicote biomecânico acoplado ao braço esquerdo do ímpio. Similar ao equipamento visto em Attack on Titan, esta ferramenta permite que o jogador se movimente livremente pelos cenários e se aproxime rapidamente dos inimigos. Os espinhos se dividem em três categorias distintas: ataque, defesa e suporte.

A variante de ataque potencializa o dano causado tanto pelo jogador quanto por seus aliados, além de possibilitar a instalação de armadilhas espinhosas no terreno e a execução de um golpe carregado que paralisa temporariamente o alvo. Os espinhos defensivos reduzem o dano recebido pela equipe e concedem bônus de proteção, enquanto a versão de suporte permite curar aliados, reanimá-los à distância e criar estruturas regenerativas que restauram a saúde dos personagens próximos.

O sistema de espinhos oferece ainda funcionalidades táticas adicionais, como imobilizar e derrubar inimigos através de puxões. O jogador pode também utilizá-los para se lançar contra as criaturas, fixando-se nelas para realizar ataques sucessivos ou tentar remover partes específicas de seus corpos.

A destruição de partes dos inimigos constitui outra mecânica fundamental do jogo. Praticamente todos os componentes das criaturas podem ser danificados ou removidos, seja através de ataques convencionais ou pelo uso estratégico dos espinhos quando preso a estas estruturas.

O sistema de equipamentos também se diferencia dos demais jogos do gênero. Em vez do tradicional modelo de compra e fabricação de armas, Freedom Wars Remastered adota um sistema baseado em drops obtidos durante as missões. As armas encontradas podem ser aprimoradas utilizando materiais coletados ao derrotar inimigos e completar objetivos.

Muito além do que um jogo de caça

Freedom Wars Remastered se destaca no gênero por sua notável variedade de conteúdo. Além das tradicionais missões de caça à criaturas gigantes, o jogo oferece uma gama diversificada de objetivos, incluindo operações furtivas, missões de resgate de civis e confrontos PvP entre ímpios.

O componente multijogador é robusto, apresentando tanto missões cooperativas PvE quanto intensas batalhas PvP, onde equipes de até quatro jogadores se enfrentam em tempo real. Esta multiplicidade de modos e objetivos mantém a experiência constantemente envolvente, eliminando a repetitividade comum ao gênero.

A variedade de conteúdo se estende além da campanha principal, com numerosas missões pós-game que garantem longevidade à experiência, recompensando os jogadores que desejam explorar tudo o que o título tem a oferecer.

Gráficos e aúdio

Como indica o título, Freedom Wars Remastered apresenta uma versão aprimorada do jogo original do PS Vita. As melhorias visuais incluem texturas refinadas e suporte à resolução 4K, embora as mudanças sejam sutis devido às limitações do hardware do portátil para o qual o jogo foi originalmente desenvolvido.

No aspecto sonoro, a trilha musical mantém sua qualidade excepcional, com composições épicas que permanecem memoráveis mesmo após uma década. Esta versão remasterizada traz como novidade a dublagem em inglês, complementando a opção original em japonês.

A remasterização introduz também outras atualizações significativas: localização completa em português do Brasil, interface de controles redesenhada para melhor adaptação aos periféricos modernos e novas opções de dificuldade, tornando o jogo mais acessível a diferentes perfis de jogadores.

Conclusão da análise de Freedom Wars Remastered

Como um dos títulos mais marcantes do PS Vita, Freedom Wars retorna em uma remasterização que faz jus ao seu legado. Apesar do período inicial de adaptação necessário devido às mudanças nos comandos, a experiência de revisitar este clássico é extremamente gratificante. Os aprimoramentos gráficos, ainda que moderados, proporcionam uma apresentação visual condizente com os padrões atuais, enquanto a inclusão da localização em português brasileiro amplia significativamente sua acessibilidade ao público nacional.

Freedom Wars Remastered cumpre com excelência sua proposta, oferecendo uma experiência de jogo robusta, variada e envolvente. O título se apresenta como uma alternativa ideal para os fãs do gênero que buscam uma experiência mais ágil e acessível que Monster Hunter, sem comprometer a qualidade e a profundidade da jogabilidade.

Essa análise/review de Freedom Wars Remastered segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Um dos melhores jogos de caça voltou

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 10
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 8

8.6

Ótimo

Freedom Wars Remastered é um ótimo jogo e mesmo após tanto anos continua tão excelente quanto a época que foi lançado no PSVita.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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