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Análise: Warriors: Abyss

Warriors, porém, difícil

Em uma revelação surpreendente durante a mais recente State of Play do PlayStation, a Koei Tecmo apresentou Warriors: Abyss, a mais nova adição à renomada franquia “Warriors”. Esta nova interpretação da série promete uma experiência única ao fundir o consagrado estilo hack’n slash, marca registrada da franquia, com elementos inovadores do gênero roguelite.

O jogo apresenta um ambicioso crossover que reúne personagens memoráveis de Dynasty Warriors e Samurai Warriors, oferecendo aos jogadores um extenso roster de guerreiros lendários. Juntos, estes heróis embarcam em uma jornada épica através do abismo que separa o mundo dos vivos do reino dos mortos.

Prepare-se para descobrir todos os detalhes desta surpreendente novidade em nossa análise completa.

Entrar nos portões do inferno ou fugir?

Em contraste com as tramas presentes em Dynasty Warriors: Origins e Samurai Warriors 5, Warriors: Abyss adota uma abordagem narrativa mais contida. A história aqui serve como pano de fundo contextual, oferecendo apenas o necessário para justificar a presença dos guerreiros em suas batalhas através do submundo.

A narrativa é conduzida por Enma Daioh, o misterioso anfitrião que guia os jogadores durante sua jornada pelos domínios do além. Através de diálogos concisos e diretos, este personagem vai gradualmente revelando não apenas sua própria história, mas também os segredos e mistérios que permeiam o submundo. As interações são propositalmente descomplicadas, permitindo que os jogadores se concentrem na ação sem se perderem em complexidades narrativas excessivas.

Frenético como um Warriors

Warriors: Abyss inova ao implementar uma perspectiva isométrica, que se assemelha de clássicos como Diablo, mesclando-a com elementos característicos da série Warriors e mecânicas de roguelite. Esta fusão de gêneros se materializa em uma estrutura de progressão bem arquitetada, onde o jogador avança por diferentes fases até confrontar poderosos chefes que representam o ápice do desafio.

Embora a proposta seja criativa, o jogo não escapa totalmente da repetitividade tradicional da série Warriors. O sistema de combate foi significativamente simplificado, apresentando um esquema de controles básico e intuitivo: quadrado executa golpes rápidos, triângulo desencadeia ataques fortes, X realiza esquivas, círculo ativa habilidades especiais, e R1 convoca aliados para ataques coordenados.

Uma notável diferença em relação a títulos recentes como Dynasty Warriors: Origins e Samurai Warriors 5 está na redução do sistema de combos. Além disso, a progressão dos personagens foi simplificada: ao subir de nível, os guerreiros recebem apenas melhorias em seus atributos básicos, sem desbloquear novas combinações de ataques ou habilidades especiais.

O sistema de progressão entre missões oferece recompensas estratégicas ao jogador. Ao completar cada fase, é possível escolher entre diferentes benefícios, como recrutar novos aliados, acumular pontos para desbloquear personagens adicionais ou obter itens de cura. Após cada recompensa, o jogador se depara com três caminhos distintos, cada um previamente indicando as possíveis recompensas da próxima missão, criando assim um elemento de escolha estratégica que se estende até o confronto final com o chefe da área.

Dificuldade de um Roguelite

Contrariando a reputação de baixa dificuldade da série Warriors, Warriors: Abyss apresenta um nível de desafio surpreendentemente elevado. Embora as missões regulares sejam relativamente acessíveis, o jogo introduz áreas de alto risco povoadas por inimigos mais resilientes, que exigem maior cautela e estratégia do jogador.

As batalhas contra chefes se destacam como pontos de intenso desafio. Estes confrontos implementam um sistema único de combate onde cada chefe possui uma barra de estamina que deve ser esgotada antes que seu HP possa ser reduzido. Esta mecânica ganha complexidade adicional pela regeneração periódica da estamina do chefe, somada ao alto poder de dano de seus ataques, criando encontros verdadeiramente desafiadores.

Durante as missões, é possível recrutar companheiros que não apenas estendem as combinações de ataques do jogador, mas também conferem bônus passivos importantes, como aumento de dano elemental ou incremento de força. A escolha estratégica entre três possíveis aliados em cada recrutamento influencia diretamente o desenvolvimento da build do personagem.

Fiel às características do gênero roguelite, a derrota faz com que o jogador retorne ao início da jornada, perdendo seus aliados temporários. No entanto, o progresso não é totalmente perdido: o jogo implementa um sistema de “nível acumulativo” que, ao longo das tentativas, desbloqueia benefícios permanentes que facilitam runs futuras. Além disso, os pontos conquistados durante as aventuras podem ser investidos para liberar novos personagens jogáveis, que por sua vez concedem bônus universais ao serem desbloqueados, criando um ciclo constante de progressão e fortalecimento.

Gráficos e áudio

No aspecto visual, Warriors: Abyss apresenta uma abordagem modesta, especialmente quando comparado aos lançamentos mais recentes da franquia. A simplicidade é evidente nos modelos dos personagens, que carecem de detalhamento mais refinado, e na repetição visual tanto dos inimigos quanto dos cenários. Os efeitos visuais, embora funcionais, não chegam a impressionar. Ainda que esta apresentação visual mais contida seja adequada à proposta roguelite do jogo, fica aquém do padrão estabelecido pelos títulos contemporâneos da série.

O aspecto sonoro segue uma linha similar, com uma trilha sonora que, embora funcional, não alcança as alturas épicas tradicionalmente associadas à franquia Warriors. As composições musicais adotam um tom mais genérico, nem sempre conseguindo estabelecer uma conexão efetiva com a atmosfera do jogo. Um ponto positivo, no entanto, é a qualidade consistente da dublagem, que se mantém em bom nível em todos os idiomas disponíveis.

Conclusão da análise de Warriors: Abyss

Warriors: Abyss representa uma ousada incursão da Koei Tecmo em território inexplorado, mesclando a fórmula tradicional hack’n slash da série com elementos de roguelite. Esta fusão de gêneros traz uma perspectiva renovada à franquia, embora carregue consigo certas limitações inerentes.

Por um lado, o jogo inova com seu sistema de progressão estratégica, oferecendo escolhas significativas entre fases e recrutamento de aliados. A dificuldade elevada, especialmente nas batalhas contra chefes, proporciona um desafio revigorante que destoa da usual acessibilidade da série. Este aspecto pode ser particularmente atraente para veteranos em busca de experiências mais desafiadoras no universo Warriors.

Por outro lado, algumas características podem comprometer a experiência a longo prazo. A simplificação do sistema de combos, a repetição característica da série e a apresentação visual modesta, com cenários pouco diversificados, são aspectos que demandam aprimoramento. A trilha sonora cumpre seu papel sem maior destaque, enquanto a narrativa minimalista serve apenas como contexto básico para a ação.

Apesar de suas imperfeições, Warriors: Abyss demonstra potencial ao explorar novos caminhos para a franquia. O jogo pode não agradar a todos os fãs tradicionais da série, mas oferece uma experiência única que merece atenção, especialmente daqueles que apreciam tanto o gênero roguelite quanto o estilo Warriors de combate.

Essa análise de Warriors: Abyss segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.




Warriors x Roguelite poderia ter sido uma combinação melhor

Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 7
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 6
Narrativa - 5

6.2

Mediano

Warriors: Abyss busca misturar dois estilos para criar uma experiência própria. Apesar de ser uma ótima ideia, a execução acabou deixando por desejar em vários aspectos.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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