Análise: The First Berserker: Khazan
Uma luta por vingança

The First Berserker: Khazan chega ao mercado com a ambiciosa proposta de revolucionar o gênero soulslike. Desenvolvido pela Nexon, o título se apresenta como uma experiência de ‘ação extrema’, prometendo elevar o nível de desafio do gênero e introduzir mecânicas inovadoras. Mas será que o jogo consegue corresponder a essas expectativas? Nossa análise detalhada revelará se The First Berserker: Khazan realmente consegue transcender os limites da ação tradicional e trazer uma experiência verdadeiramente única ao competitivo mercado dos soulslike.
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Um guerreiro em busca de vingança
A história de The First Berserker: Khazan começa com uma dramática traição. Khazan, um renomado herói de guerra, é vítima de um golpe de estado arquitetado por seus próprios aliados. Durante a emboscada, ele é capturado e seu melhor amigo é brutalmente assassinado. Durante seu transporte através de terras gélidas, um desmoronamento oferece a Khazan a chance de fuga. No entanto, algo misterioso acontece: vozes enigmáticas começam a ecoar em sua mente, guiando-o até uma espada mística de poder extraordinário.
A partir desse momento, Khazan se vê dividido entre dois propósitos: sua recém-descoberta conexão com o submundo e a busca por vingança, que promete trazer paz à alma de seu amigo caído. Sua jornada é enriquecida pela presença de diversos personagens que cruzam seu caminho – alguns como aliados, outros como adversários – expandindo significativamente o escopo inicial de sua missão vingativa.
Diferentemente da narrativa tipicamente críptica dos jogos soulslike, The First Berserker: Khazan opta por uma abordagem mais direta e cinematográfica, utilizando cutscenes elaboradas e diálogos bem construídos para desenvolver sua trama. Embora o sistema de progressão baseado em mapas ocasionalmente comprometa o senso de urgência da narrativa, tornando-a um tanto arrastada em certos momentos, o enredo mantém-se coeso e envolvente do início ao fim.

Combate agressivo e desafiador
O sistema de combate é o grande diferencial de The First Berserker: Khazan, destacando-se principalmente pela agressividade singular de seus inimigos. Uma inovação notável é a introdução da barra de vigor para os oponentes – um elemento raramente visto em outros títulos do gênero soulslike.
A complexidade do sistema de combate se evidencia mesmo contra inimigos aparentemente mais fracos. A chave para a vitória está em identificar os momentos oportunos para atacar e deteriorar o vigor do oponente, tornando-o vulnerável a um devastador golpe finalizador (acionado pelo botão círculo no DualSense). Embora este movimento especial não cause danos expressivos, ele pode se tornar um recurso decisivo valioso durante confrontos mais desafiadores.
O esquema de controles é intuitivo e bem distribuído: golpes fracos no quadrado, ataques fortes no triângulo, esquiva no X, bloqueio em L1, além da possibilidade de mirar uma lança mágica com R2. Combinações com R1 desbloqueiam golpes especiais, oferecendo versatilidade ao combate.
Apesar da força descomunal de Khazan, a defesa é fundamental para a sobrevivência. O jogo recompensa tanto o timing perfeito do parry, que afeta diretamente o vigor dos inimigos, quanto as esquivas precisas, que teoricamente deveriam proporcionar um posicionamento perfeito para contra-ataques.
Contudo, algumas mecânicas apresentam falhas em sua implementação. A esquiva perfeita, por exemplo, ocasionalmente posiciona o jogador em zonas ainda vulneráveis aos ataques inimigos. O sistema de vigor também demonstra desequilíbrios, com um consumo excessivo durante bloqueios que pode deixar o jogador sem recursos para contra-atacar após defender uma sequência de golpes.
Outros aspectos problemáticos incluem o dano desproporcional causado pelos inimigos e o extenso repertório de movimentos dos chefes, que podem transformar confrontos potencialmente emocionantes em batalhas desgastantes e frustrantes.
Como alternativa, o jogo oferece um ‘modo fácil’ que reduz tanto o dano recebido quanto o consumo de vigor. Mesmo com esta opção, o nível de desafio permanece considerável, sugerindo que o ideal seria uma calibragem intermediária: a intensidade do modo normal combinada com o consumo mais equilibrado de vigor do modo fácil.
Evolução constante
The First Berserker: Khazan apresenta um robusto sistema de progressão com múltiplas opções de personalização. O sistema base de evolução segue a fórmula consagrada dos soulslike, permitindo o investimento de ‘souls’ para aumentar o nível do protagonista. No entanto, inova ao implementar um sistema percentual de atributos: cada ponto investido eleva proporcionalmente diversas características do personagem – como ataque, defesa e resistência – garantindo um desenvolvimento mais equilibrado e reduzindo o risco de builds ineficientes.
A progressão é complementada por uma elaborada árvore de habilidades, que se ramifica em duas vertentes principais: uma específica para cada tipo de arma e outra exclusiva para as características base de Khazan. Esta estrutura permite ao jogador desbloquear uma variedade de recursos, incluindo golpes especiais, benefícios passivos e aprimoramentos para movimentos básicos. Destaca-se a possibilidade de adicionar efeitos ofensivos às manobras defensivas, como parry e esquivas perfeitas.
O sistema de equipamentos adota uma abordagem dinâmica similar aos jogos looter. Itens são obtidos através de derrotas de inimigos e exploração de baús, oferecendo constantes oportunidades de aprimoramento. Os conjuntos de equipamentos possuem uma mecânica adicional, onde quanto mais peças de um mesmo conjunto são equipadas, mais habilidades passivas são desbloqueadas, incentivando o jogador a experimentar diferentes combinações.
A conexão sobrenatural de Khazan com o submundo se materializa através do sistema de espectros, um diferencial que expande ainda mais as possibilidades de customização. À medida que o jogador progride eliminando inimigos, o espectro equipado evolui, desbloqueando gradualmente novas capacidades. Embora as habilidades iniciais sejam modestas – como pequenos bônus de resistência ou dano – este sistema adiciona uma dimensão única à progressão do personagem.
Gráficos e áudio
The First Berserker: Khazan impressiona com sua excelência visual, estabelecendo um novo padrão para jogos do gênero que não carregam a assinatura da FromSoftware. Sua direção de arte sofisticada combina a estética de anime com um tom mais maduro e realista, superando títulos contemporâneos como AI LIMIT em termos de refinamento artístico.
A qualidade visual transcende o design de personagens, estendendo-se a cada aspecto do jogo. Os cenários apresentam uma riqueza extraordinária de detalhes, com ambientes dinâmicos que respondem organicamente aos acontecimentos. Os chefes são obras-primas do design, conjugando criatividade conceitual com uma execução técnica primorosa. Um destaque particular é o sistema de dano visual: cada golpe deixa marcas visíveis de ferimentos e sangue tanto nos inimigos quanto em Khazan.
O aspecto sonoro mantém o mesmo nível de excelência. A localização oferece um elenco excepcional de dubladores nas três opções disponíveis – japonês, chinês e inglês – com performances que elevam a qualidade narrativa do jogo. A ambientação sonora é meticulosamente trabalhada, mas é a trilha sonora épica que se destaca como elemento fundamental, amplificando a intensidade das sequências de ação e contribuindo significativamente para a atmosfera geral do jogo.
Conclusão da análise de The First Berserker: Khazan
The First Berserker: Khazan estabelece sua identidade única no competitivo cenário dos soulslike através de uma abordagem narrativa mais acessível e cinematográfica. Suas cutscenes e diálogos bem elaborados tecem uma história envolvente de vingança e redenção, que, apesar do ocasional ritmo irregular causado pela progressão baseada em mapas, mantém o jogador engajado através de seu elenco cativante e da intrigante conexão do protagonista com o submundo.
O sistema de combate representa simultaneamente a maior ambição e o maior desafio do título. Poder danificar o vigor dos inimigos com seus golpes demanda maior paciência do jogador. Contudo, inconsistências técnicas comprometem parcialmente esta visão: esquivas imperfeitas, consumo desequilibrado de vigor durante bloqueios e a dificuldade por vezes artificial dos chefes – caracterizada por danos excessivos e confrontos demasiadamente longos – podem transformar desafios estimulantes em exercícios de frustração.
A estrutura de progressão demonstra notável competência em seu design. O jogo oferece um robusto sistema de desenvolvimento através de sua árvore de habilidades ramificada, complementada por um engenhoso sistema de equipamentos que privilegia a experimentação tática através de conjuntos com bônus específicos. A mecânica do espectro, embora inicialmente modesta em suas capacidades, adiciona uma dimensão única à evolução do personagem.
Do ponto de vista técnico, The First Berserker: Khazan impressiona com sua direção de arte refinada, apresentando um level design meticuloso e personagens memoráveis. A qualidade se estende ao departamento sonoro, com dublagens competentes em múltiplos idiomas e uma trilha sonora que amplifica efetivamente os momentos de tensão e triunfo.
Em última análise, The First Berserker: Khazan representa uma adição valorosa ao gênero soulslike, mesclando inovação conceitual com execução majoritariamente competente. Apesar de suas imperfeições técnicas, o jogo oferece uma experiência visualmente deslumbrante, um sistema de combate promissor e uma narrativa envolvente. É uma obra que consegue equilibrar familiaridade e inovação, tornando-se atraente tanto para veteranos do gênero quanto para novos entusiastas dispostos a enfrentar seus desafios ocasionalmente irregulares.
Essa análise deThe First Berserker: Khazan segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.
Violento, dinâmico e divertido. Apesar de alguns problemas, é um ótimo jogo.
Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 7
8.2
Ótimo
The First Berserker: Khazan entrega uma experiência visualmente impactante e com um combate desafiador, mas que esbarra em falhas de execução que podem comprometer parte da imersão e fluidez da jornada.