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Análise: Blue Prince

Blue Prince é um jogo de nicho que combina exploração com elementos de adventure games clássicos, roguelike e quebra-cabeças, onde o jogador constrói seu próprio mapa para alcançar um objetivo específico. Essa mistura única de mecânicas cria uma experiência diferenciada, que pode atrair aqueles que apreciam desafios estratégicos e experimentação.

Confira nossa análise para saber mais sobre o que Blue Prince tem a oferecer.

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História e Ambientação

A narrativa de Blue Prince é minimalista e serve apenas como um pano de fundo para motivar o jogador. O protagonista recebe, por meio do testamento de seu tio-avô falecido, uma mansão que possui um detalhe peculiar: para reivindicar a propriedade, ele precisa encontrar o 46º quarto, um cômodo oculto dentro da estrutura de 45 quartos. Esse mistério impulsiona a exploração, colocando o jogador na busca por esse espaço secreto.

O jogo não desenvolve uma trama profunda, mas espalha fragmentos de história ao longo da jornada. Anotações, cartas e pistas encontradas nos cômodos ajudam a construir um contexto sobre a mansão, seus visitantes e até fornecem dicas para resolver os quebra-cabeças. Ainda que não seja um enredo envolvente ou memorável, essa estrutura narrativa complementa bem a proposta do jogo com alguns segredos e intrigas de visitantes do passado.

Em termos visuais, Blue Prince aposta em um estilo cel-shading, com cores vibrantes e cenários bem detalhados. Cada um dos 45 quartos tem sua própria identidade visual, e ao montar um cômodo novamente, ele mantém sua aparência original. Esse aspecto reforça a sensação de familiaridade e estratégia na exploração.

Por fim, a trilha sonora desempenha um papel importante na ambientação, trazendo uma sonoridade que enfatiza o mistério, a descoberta e a busca pelo desconhecido. Essa combinação de visuais marcantes e áudio bem integrado fortalece a imersão do jogador na jornada.

Gameplay multifacetado

A essência de Blue Prince combina elementos de adventure games clássicos com aspectos de roguelike. O objetivo do jogador é explorar a mansão em busca do 46º quarto, montando a estrutura dos cômodos à medida que avança. A progressão se dá pela construção do mapa: ao entrar no salão principal, três portas se apresentam, e cada vez que o jogador escolhe uma delas, ele precisa definir qual dos três cômodos disponíveis será adicionado à mansão.

Cada quarto pode ter diferentes configurações — ser um beco sem saída ou possuir múltiplas portas conectando-se a outros cômodos. O desafio está justamente na escolha e no posicionamento desses quartos, de forma a criar um caminho eficiente até o norte do mapa, onde se acredita estar o 46º quarto.

Estratégia e Gestão de Recursos

A profundidade do gameplay surge na necessidade de administrar recursos enquanto expande a mansão. O jogo impõe um limite de 50 unidades de energia por dia, e cada entrada em um novo quarto consome uma delas. Além disso, há outros recursos a serem gerenciados:

  • Dinheiro: utilizado para interagir com certos elementos do jogo;
  • Chaves: necessárias para abrir portas, baús e outros segredos;
  • Gemas: permitem a construção de cômodos mais avançados.

A chave para o progresso não está apenas na exploração, mas na escolha criteriosa de cômodos que concedam bônus e vantagens estratégicas. Construir um quarto avançado sem ter os recursos necessários para explorá-lo pode ser um erro fatal, assim como ignorar uma sala que concederia benefícios essenciais para a jornada.

Caso a energia acabe, o ciclo diário se encerra e tudo é reiniciado no dia seguinte, obrigando o jogador a recomeçar a partir do zero — mas com o conhecimento adquirido sobre os cômodos e suas funções.

Algo interessante de se destacar é que com o avanço em sua exploração, existem dias onde algo pode acontecer lhe dando algum tipo de vantagem. Assim como desbloquear cômodos-chave, podem ter um efeito contínuo em futuras explorações.

Quartos Especiais e Puzzles

Além da construção tradicional, Blue Prince introduz cômodos especiais que ampliam a estratégia. Dentre essas salas temos a sala de segurança, sala dos correios e sala de fusíveis. De forma geral, essas salas especiais permitem desbloquear portas, trancar caminhos, conseguir itens especiais e mais, dando maior controle sobre a exploração.

Com o avanço na exploração, novas áreas externas podem ser desbloqueadas, bem como senhas para acessar itens específicos. Além disso, o jogo introduz puzzles variados ao longo da jornada, reforçando seu caráter de quebra-cabeça.

Um exemplo clássico é um desafio envolvendo três caixas, onde uma sempre diz a verdade e duas sempre mentem. O jogador precisa interpretar corretamente as dicas para abrir a caixa certa e coletar uma recompensa — que geralmente são gemas. A cada nova tentativa, as soluções dos puzzles mudarão. Outros desafios envolvem padrões de cores, combinação de números e informações ocultas em anotações espalhadas pela mansão.

Por muitas vezes vale a pena, a longo prazo, anotar as muitas dicas, senhas e padrões para acelerar a solução de puzzles. Isso evidencia a importância de prestar atenção nos diversos detalhes assim como incentiva a exploração dos muitos cômodos.

Blue Prince é fascinante, mas não é para todos

Blue Prince é um jogo que se destaca pela originalidade e pelo desafio que impõe aos jogadores. Em termos de gameplay, ele exige que você realmente goste de quebra-cabeças complexos com uma forte pegada roguelike – é preciso estar disposto a tentar inúmeras vezes para encontrar o caminho perfeito e desvendar os segredos espalhados pela mansão. O jogo até recomenda que se anote senhas, dicas e padrões, reforçando seu caráter minucioso e estratégico, o que o torna um título “duplamente nichado”: não só pelo desafio inerente ao seu design, mas também pela necessidade de lidar com uma interface completamente em inglês.

Essa barreira linguística é um ponto crítico, já que a falta de legendas em português pode afastar jogadores que não dominam o idioma. Embora os elementos visuais, a ambientação e o sistema de puzzles sejam muito bem executados, a dependência exclusiva do inglês para acessar segredos e entender as dicas pode limitar seu público.

No entanto, para os fãs de desafios e de jogos que misturam elementos de adventure, roguelike e quebra-cabeças, Blue Prince se apresenta como uma experiência rica e envolvente. Inclusive, podemos afirmar que o jogo roda de forma fluida no Steam Deck o que será uma mão na roda para os jogadores que possuem o portátil.

Inclusive, pela natureza do jogo, ele pode ser jogado com tranquilidade por portáteis como o Steam Deck e logicamente o Nintendo Switch. A portabilidade acaba sendo um aliado de Blue Prince.

Em resumo, Blue Prince é um título de nicho – muito bem feito e desafiador para os que curtem esse estilo, mas que pode não agradar a todos. Se você aprecia um jogo que exige muita estratégia, persistência e um bom domínio do inglês, este é um jogo que vale a pena conferir.

Essa análise de Blue Prince segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.

Perfeito para os fãs de puzzles

Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 8.5

8.5

Ótimo

Blue Prince é um título de nicho – muito bem feito e desafiador para os que curtem esse estilo, mas que pode não agradar a todos. Se você aprecia um jogo que exige muita estratégia, persistência e um bom domínio do inglês, este é um jogo que vale a pena conferir.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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